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Situação econômica preocupa pequenos

Após registrar uma queda de 3,4% no faturamento do ano passado, a primeira desde 2009, as micros e pequenas indústrias paulistas tentam se manter otimistas para este ano. As preocupações com o cenário econômico atual, porém, não param de crescer. O acesso ao crédito dificultado pelo fato de os bancos estarem mais seletivos, os possíveis feriados devido à Copa do Mundo e a sombra da inflação figuram entre as preocupações. Além disso, a última pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo), registrou em fevereiro deste ano a pontuação mais baixa da série no Indicador de Atividade Empresarial (54,5 pontos). De acordo com o Simpi, o segmento deve atingir em 2014 um tímido crescimento.
“Acho que haverá crescimento, pequeno, mas haverá. Com base no cenário atual, nossa projeção segue em torno de 1%”, afirma o presidente do Simpi, Joseph Couri. Segundo ele, além da dificuldade de acesso ao crédito, da elevação dos juros e da inflação, a quantidade de feriados – que pode aumentar durante a Copa do Mundo -também gera dúvidas em relação ao possível impacto na linha de produção de alguns setores em específico. “Os feriados deste ano têm caído no meio da semana. Como a maioria das pessoas emenda, observa-se uma perda de dias úteis. Por isso, mais feriados durante os jogos da Copa podem atrapalhar a linha de produção das empresas”, diz.
A análise é compartilhada pelo diretor-titular do Departamento de Micro, Pequena e Média Indústria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Milton Bogus. Porém, o executivo não aposta em um bom ano para as micros e pequenas.
“Para 2014, nossa projeção de vendas é menor. No momento, o aumento dos salários acima da inflação, a valorização do dólar elevando os preços dos insumos e a dificuldade de acesso ao crédito impactam o setor”, explica Bogus.
A Ideia e Costura, criada para a confecção de sacolas retornáveis usadas no mercado de brindes, já sentiu na pele as dificuldades de acesso ao crédito. “No fim de 2013 notamos que havia um gargalo na confecção de pedidos. Tivemos que adquirir um software com o objetivo de integrar os sistemas. Esse aporte foi alto e tivemos que tirar da própria empresa”, afirma o proprietário da Ideia e Costura, Edizan Dias. Após registrar uma receita de R$ 2,7 milhões em 2013, a marca aposta em um avanço na faixa de 12% a 15% este ano. “Isso acontecerá devido ao aporte que fizemos. Porém, crescer 10% não é grande coisa para um pequeno, e sim um grande risco de desaparecer”, acrescenta o executivo. No final do ano passado, a empresa dispensou alguns funcionários, passando de 35 para os 26 atuais. “Precisamos ganhar fôlego para crescer novamente”, ressalta ele.
A Trix Tecnologia, fabricante de equipamentos portáteis para a coleta de dados, também passa por momentos difíceis. “No mês de janeiro completamos 30 anos. Estou passando por dificuldades como nunca passei. O cenário é preocupante”, diz o proprietário da Trix, André Garcia. Em 2013, a empresa também realizou cortes na sua equipe, passando dos 180 funcionários para 90. “E tem mais uma lista de corte saindo”, afirma. No ano passado, a companhia registrou um prejuízo na casa dos R$ 436 mil e já projeta uma nova queda em 2014. “Existe demanda e o consumo ainda é alto, porém, existe uma crise de competitividade.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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