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“Situação dos restaurantes é preocupante” diz Fábio Cunha

Começaram as inscrições dos restaurantes para a 15ª edição do Brasil Sabor, festival que reúne os associados da Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) cujo objetivo é valorizar a gastronomia brasileira, estimulando os chefs dos estabelecimentos participantes a criarem novas receitas utilizando técnicas de preparo e ingredientes de cada região do país. Neste ano o foco do evento serão os 3 S’s do sucesso: saúde, sabor e segurança.

O lançamento oficial do Brasil Sabor acontecerá no próximo dia 13 de maio, com uma live de apresentação. Nesses 15 anos de história, o festival já reuniu mais de dez mil restaurantes em aproximadamente 1.300 municípios, com mais de um milhão de pratos servidos.

Como novidade neste ano, uma etiqueta posicionada na borda do prato ratificará que o mesmo é um representante do sabor único e original do Brasil. Os garçons também serão premiados e haverá um troféu para o melhor profissional de cada região do país, escolhido pelos clientes.

As inscrições dos restaurantes continuam até o dia 3 de maio pelo 9 8229-0021, e mesmo os não associados da Abrasel podem participar, desde que se associem.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, Fábio Cunha, presidente da Abrasel/AM, falou sobre as novidades que o Brasil Sabor apresentará neste ano atípico, e detalhou em números os estragos que a pandemia tem provocado, e ainda pode provocar no setor, até agora com mais de sete mil estabelecimentos fechados totalizando mais de 50 mil pessoas tendo perdido o emprego no Amazonas.   

Jornal do Commercio: Como a 15ª edição do Brasil Sabor poderá aquecer o segmento de restaurantes, em Manaus?

Fábio Cunha: Estamos vindo de uma retomada, ainda que tímida, pois temos que cumprir os protocolos de segurança. Dentre eles a redução de 50% da capacidade e o distanciamento mínimo de 2m entre as mesas. Então, entendemos que promover este evento no qual os clientes podem ir ao restaurante e verificar que nossos associados estão cumprindo os protocolos de segurança, ou ainda solicitar pelo delivery os pratos criados exclusivamente para o festival, poderá incrementar as vendas para o aumento de faturamento.

JC: O que o evento deste ano terá de diferente em relação aos eventos anteriores?

FC: O Brasil Sabor vai acontecer de forma híbrida, ou seja, os pratos poderão ser servidos nos restaurantes, no modelo delivery, ou para levar (take away). Também haverá uma premiação em dinheiro para o 1º, 2º e 3º lugares, e a abertura oficial será por meio de live.

JC: Quantos restaurantes se inscreveram? De que maneira essa participação será importante para esses empreendedores?

FC: Até o momento temos onze restaurantes inscritos, em Manaus, mas as inscrições ainda não se encerraram. O restaurante participante terá visibilidade nas mídias e ainda concorre ao prêmio de cinco mil reais, em dinheiro, para o primeiro colocado, três mil para o segundo, e mil para o terceiro, uma forma de ajuda neste momento de reabertura dos restaurantes.

JC: Como está, atualmente, a situação do segmento de bares e restaurantes? Quantos não resistiram ao fechamento? Isso significa quantas pessoas estão desempregadas?

FC: Os restaurantes estão em estado de sobrevivência. Mais de 7.000 estabelecimentos da AFL (Alimentação Fora do Lar) fecharam as portas no Amazonas durante a pandemia. Mais de 50.000 empregos perdidos.

JC: Por outro lado, quantos bares e restaurantes conseguiram se manter?

JC: Cerca de 50% estão se mantendo com a capacidade de endividamento já passando dos limites. Desses 50%, metade ainda pensa em fechar as portas em definitivo.

JC: O delivery foi a salvação de muitos bares e restaurantes? Você acredita que a partir de agora todo mundo seguirá por este caminho, procurando melhorar este tipo de serviço?

FC: Não acredito que tenha sido a salvação, pois quem não tinha a experiência de oferecer o serviço de delivery teve muita dificuldade ou nem tentou. Para aqueles que tinham o serviço, mas o foco principal era atendimento de salão, tiveram dificuldades e conseguiram se manter precariamente. Já aqueles que trabalhavam somente na modalidade de delivery não sofreram e alguns até cresceram na pandemia.

JC: Como você vê a situação do setor? A recuperação será rápida? Quando, acredita, tudo voltará à normalidade?

FC: A situação do setor é muito preocupante, pois todos acabaram se endividando com energia elétrica, impostos e dívidas trabalhistas, por exemplo. Não acredito que a recuperação seja rápida, pois estamos há mais de um ano em situação crítica, principalmente no quesito faturamento. Creio que somente com a ajuda da iniciativa pública é possível restabelecermos o equilíbrio de nossas empresas.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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