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Sites facilitam compra e venda

Com o orçamento apertado, o comércio de itens de segunda mão é alternativa para os clientes que procuram preços mais acessíveis e para os anunciantes, que buscam negócios para garantir uma renda extra. Só no ano passado, estima-se a movimentação de R$ 70 bilhões em transações de compra e venda de produtos seminovos no mercado brasileiro. O número representa mais de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Segundo o economista Marcus Evangelista, o crescimento desse tipo de mercado é visto como tendência natural, devido a atual situação econômica do Brasil. “Muitos brasileiros tiveram salários reduzidos e outros perderam o emprego. As pessoas perceberam que os produtos de casa, aqueles que já não são usados podem virar fonte de recursos e estão conseguindo renda familiar através de seminovos”, afirma.
É fácil encontrar diversos anúncios de compra e venda desse segmento em sites como OLX, Mercado Livre, Viva Local e classificados. São ofertas dos produtos mais diversos, desde roupas e acessórios a dispositivos eletrônicos e veículos. “O comércio de segunda mão atrai interesse porque é uma boa opção tanto para quem está vendendo, quanto para quem compra um produto por um preço abaixo das prateleiras”, analisa Evangelista.
Há três anos a bióloga amazonense Karen Lima, de 35 anos, compra produtos seminovos pela internet e diz que vê muitas vantagens no serviço. “O principal é conseguir comprar o que você busca por um preço mais em conta, de 50% até 70% mais barato que direto na loja”, disse. Ela conta que praticamente mobiliou a casa com itens adquiridos em sites especializados no segmento. “Comprei estante para livros, armário de cozinha, televisão, teclado sem fio, luminárias, abajur e até guarda-roupa. Tudo pela metade do valor e em ótimas condições de uso”, comemora.

Desapego
Em contrapartida, muitas pessoas estão preferindo investir nesse ramo ao invés de trabalhar com vendas de produtos novos. E os motivos envolvem a facilidade de adquirir o item, que pode ser comprado em grande quantidade por um bom preço ou em bom estado. A administradora Mônica Rios criou a página @closetdesapaego para transformar em renda objetos de decoração, acessórios, maquiagem, roupas e calçados que estavam sobrando no armário.
“A ideia começou como um hobby entre amigas que depois foi implementado para uma pequena empresa. Começamos a ter a visão de mercado em crise e vimos que as pessoas estão preferindo comprar peças de qualidade”, explica. Com um ano, a página tem mais de dez mil seguidores que buscam algo para comprar. Segundo Mônica, a loja movimenta, em média, de R$4 a R$ 5 mil por mês e conta com um seleto grupo de 25 associadas. “É um mercado que cresceu bastante, que me surpreendi. Hoje temos associados em outros Estados como São Paulo e Rio e, até fora do Brasil que nos enviam peças de qualidade, tornando-se o diferencial do nosso trabalho”, celebra. Quem também resolveu apostar no segmento foi a empresária Mariana Rebelo. Ela conta que já vendeu joias, produtos de bebê, móveis, sapatos entre outros itens. “Vendi porque eram coisas que não usava mais, ou até que comprei e nunca tinha usado e ficava só fazendo volume em casa”. Para Mariana, a vantagem de vender em sites como o OLX é não ter custo com o anúncio. “Participo muito de bazar, mas tem o custo do stand e o trabalho de montar e desmontar depois. Em compensação, no bazar a gente vende muito em um só dia. Enquanto no OLX as vendas são mais devagar e aos poucos”, explica.

Dicas de segurança

Apesar das vantagens, o ideal é que os interessados em itens ofertados tenham alguns cuidados para evitar dores de cabeça desnecessárias. Segundo especialistas, o comprador deve observar as avaliações do vendedor, desconfiar se o anúncio parecer bom demais e não enviar o dinheiro antes de ver o produto. Além de guardar toda documentação e olhar atentamente ao produto e questionar, se houver alguma dúvida.
“No mercado livre, por exemplo, antes da compra é sempre bom ver a avaliação de compra e venda do vendedor. Já no OLX eu indico colocar as fotos bem nítidas do produto com as devidas informações e ter cuidado para quem você vai vender ou comprar, além marcar encontros em locais públicos e não receber em cheque”, explica Karen, que também vende produtos seminovos na internet.
Outra que também anuncia itens para vender é a psicóloga Aline Braga. Ela reforça que em tempos de crise, o segmento é uma boa alternativa para fazer negócios, mas exige cautela. “Além do anúncio ser grátis, a venda é super rápida. No entanto, tem que ter atenção na hora de fazer o anúncio para não colocar o número do seu celular e fazer a negociação apenas pelo chat do app. O ideal é que na hora de entregar ou retirar o produto no local, tenha alguém com você por segurança”, recomenda.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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