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Sinais de vazante nos rios do Amazonas ainda é remoto

Sinais de vazante nos rios do Amazonas ainda é remoto

O verão amazônico conhecido como a época do ano com menor registro de chuvas impacta altamente na vazante dos rios. Como todos os anos, o período de estiagem e o baixo nível das águas do Rio Madeira, preocupa o setor primário, especialmente, pelo isolamento de várias comunidades, além da dificuldade adicional de escoamento da produção nessa época.

De acordo com informações repassadas pelo CPRM (Serviço Geológico do Brasil), a cota do Rio Madeira chegou a 12.26 metros no último dia 7, na estação de Humaitá. Conforme a engenheira do CPRM Luna Gripp, a cota máxima atingida neste ano foi de 23,6m em 7 de março. O nível do rio já desceu mais de 10 metros. 

Comparando os dados do nível em relação ao ano passado eles estão bem próximos. Apesar do comportamento está totalmente dentro da normalidade o período sempre preocupa. Isso porque no ano passado a vazante provocou restrições na navegação, em relação ao Rio Madeira, que teve proibição em determinados trechos de navegação noturna. “Quando isso ocorre acarreta encarecimento de insumos em função da dificuldade logística até o desabastecimento de para a produção. Isso sem falar no risco de acidentes fluviais com a seca de rios”, afirma  o presidente Faea, Muni Lourenço.

Entre as variáveis que são afetadas diretamente em épocas de grandes vazantes o presidente da federação cita: os prejuízos (social e econômico) nas comunidades isoladas. A logística fica comprometida e o escoamento produtivo fica reduzido.   Inviabiliza o acesso a muitos lugares pelos afluentes do rio que chegam a ficar secos.  Os moradores de várzea têm de recomeçar, reconstruir, reorganizar todo o espaço modificado, para retomar seus afazeres corriqueiros como morador da várzea.

“Nos poucos trechos navegáveis as mercadorias são carregadas no ombro por longas distâncias.  O tempo de viagem é mais lento, atrasa a viagem e aumenta o percurso.  Quem navega pelos rios precisa maior atenção por causa dos bancos de areia”.

Quanto a perdas e prejuízos ocasionados na produção agrícola na vazante do ano passado, ou alguma série histórica, Muni declara que infelizmente é muito pouco ou quase nada que se tem. Não entanto, algumas cadeias produtivas que pela explanação acima são diretamente afetadas, principalmente pelo escoamento da produção.

A área de várzea é onde ocorre de forma mais intensa o fenômeno da enchente e vazante dos rios, que interferem sobremaneira nas condições de vida das populações rurais e urbanas, sobretudo aquelas situadas à margem dos rios amazônicos. Daí é que se define o modo de vida da região que se adapta ao “ritmo das águas”.

“Até o momento não está fora da normalidade, no entanto, precisamos acompanhar a vazante no mês e setembro para se verificar o efetivo nível de vazante deste ano e sua implicação nas calhas de rios, Madeira, Purus e Juruá”, diz Muni Lourenço.

Conforme o presidente da Faea a seca prejudica a produção agrícola e pecuária, diminui o desenvolvimento das culturas agrícolas e pastagens o que dificulta o processo produtivo. Com a diminuição de oferta de produtos, os altos custos são sentidos. Um exemplo é o leite e o queijo. No verão a oferta de pastagens reduz e com isso há queda da produção de leite e queijo.

Por dentro

De acordo com o Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) ainda não é possível dar um panorama se este ano o verão amazônico no Estado terá impacto na produção agropecuária do Estado.

Segundo monitoramento do Porto de Manaus, o nível do rio em 2019 desceu 11 metros. Comparado à maior vazante de 2010 quando registrou 13 metros e 63 centímetros.O período da vazante (descida das águas) normalmente encerra em novembro. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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