O setor público consolidado acumulou déficit nominal de R$ 17,073 bilhões em março, segundo dados divulgados esta semana pelo BC (Banco Central).
O resultado negativo foi muito superior ao observado em março de 2009, quando as contas públicas amargaram déficit nominal de R$ 6,743 bilhões.
O déficit nominal ocorre quando o esforço para o pagamento dos juros da dívida, o chamado superávit primário, é insuficiente para quitar as despesas.
Segundo o BC, o maior responsável pelo déficit nominal de março deste ano foi o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social), que respondeu por R$ 14,611 bilhões.
Nos governos regionais, o mês teve déficit nominal de R$ 2,992 bilhões.
Já as empresas estatais reduziram parcialmente esse rombo ao apresentarem superávit nominal de R$ 530 milhões, sendo que as companhias federais acumularam superávit nominal de R$ 577 milhões.
Uma espécie de compensação, já que, de um lado, o governo causa um grande prejuízo aos cofres, as próprias empresas públicas, pelo bom desempenho, acabam segurando a média de déficit.
Nos primeiros três meses do ano, o setor público contabilizou déficit nominal de R$ 28,151 bilhões, o equivalente a 3,53% do PIB (Produto Interno Bruto).
Em igual período de 2009, o déficit correspondia a 2,95% do PIB. No trimestre, o governo central respondeu pela maior fatia do rombo, com déficit nominal de R$ 21,682 bilhões (2,72% do PIB).
No acumulado em 12 meses até março de 2010, o déficit nominal do setor público soma R$ 111,635 bilhões, ou 3,46% do PIB.
A fatia relativa ao governo central somou R$ 105,156 bilhões, ou 3,26% do PIB.
A dívida líquida do setor público voltou a subir e fechou em março em 42,4% do Produto Interno Bruto (R$ 1,366 trilhão).
Em fevereiro, a dívida líquida estava em 42,1% e em janeiro, 41,6% do PIB. Já as despesas com pagamento de juros nominais somaram R$ 16,857 bilhões em março, de acordo com números divulgados hoje pelo Banco Central.
O valor é superior ao registrado há um ano, quando o pagamento somou R$ 14,672 bilhões.
Segundo o BC, a maior parte dessa despesa paga no mês passado foi realizada pelo governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), que respondeu por R$ 10,699 bilhões.
A segunda maior parcela foi a paga pelos governos regionais, que responderam por R$ 6,335 bilhões.
Por fim, as empresas estatais obtiveram receita de R$ 176 milhões com juros, sendo que as federais registraram R$ 395 milhões, o que indica que estatais municipais e estaduais gastaram R$ 218 milhões.
No primeiro trimestre de 2010, o pagamento de juros nominais somou R$ 44,979 bilhões, o equivalente a 5,64% do PIB.
Em igual período de 2009, o pagamento correspondeu a 5,57% do PIB.
No acumulado de janeiro a março deste ano, o maior pagamento de juros foi realizado pelo governo central, que respondeu por R$ 30,607 bilhões (3,84% do PIB).
No acumulado de 12 meses até março, o pagamento de juros nominais atingiu R$ 174,170
Setor público tem déficit de R$ 17 bilhões em março
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Startup cria blockchain e criptoativo verde para ir muito além do carbono
23 de abril de 2024
Trimestre dá sinal verde para temporários
22 de abril de 2024
Festival agita segmento gastronômico
22 de abril de 2024
Mobilização indígena em Brasília vai pressionar contra marco temporal
21 de abril de 2024
Aliados de Bolsonaro fazem ato político no Rio de Janeiro
21 de abril de 2024