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Setor industrial teme pelo fim

Os empresários da indústria já estão preocupados com a possibilidade do Banco Central colocar um fim ao processo de redução da taxa de juros. Na avaliação da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a maior utilização da capacidade instalada não pode ser desculpa para uma alteração no processo de queda das taxas.
“A gente não está pedindo nenhuma irresponsabilidade do Banco Central ou do governo, mas se a cada início de aumento da capacidade aumentar os juros, a gente não vai crescer nunca”, afirmou Renato da Fonseca, da Unidade de Política Econômica da Confederação.
A utilização da capacidade instalada em julho chegou a 82,5%, contra 80,5% em julho de 2006 e 82,4% em junho deste ano. Já o dado dessazonalizado (sem os efeitos típicos de cada período) ficou em 82,6%, acima dos 80,7% em julho de 2006 e dos 82,2% em junho deste ano. Esse indicador mede a utilização do total de máquinas e equipamentos de uma indústria.
O patamar da capacidade instalada hoje está um pouco abaixo do que o registrado em setembro de 2004 (83,2%), mês em que o BC iniciou o processo de elevação da taxa de juros para conter o aumento do consumo interno.
O temor da autoridade monetária na época era que a indústria não conseguisse atender a essa demanda e que reajustasse os preços, gerando inflação.

Fonseca lembrou que em nenhum momento os levantamentos da CNI apontaram para uma falta de capacidade em atender a demanda. Além disso, ele acredita que a partir do final do ano os investimentos já feitos pelas empresas terão maturado, ou seja, o total de máquinas e equipamentos disponíveis para se produzir será maior, o que levará a uma queda na utilização da capacidade instalada.
A aceleração dos preços no último mês fez os analistas do mercado financeiro apostarem que o BC irá cortar menos a taxa de juros neste ano. A expectativa é que a taxa Selic termine o ano em 11%, contra 10,75% da projeção anterior. A aposta para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta semana foi mantida: corte de 0,25 ponto percentual, para 11,25%.
Na avaliação da CNI, esse aumento dos preços está concentrado nos alimentos e é influenciado por um fator externo, que é o aumento da demanda mundial. Por essa razão, o fim do processo de redução das taxas de juros não irá combater o fator que mais pressiona a inflação.

Vendas da indústria ganha estímulo no mercado interno

“Não é segurando a nossa demanda que vai resolver esse problema.Se cada vez que o país começa a crescer e a gente achar que inflação pode explodir, a gente não vai crescer nunca”, critica o economista Renato Fonseca.
Além de não resolver, a CNI acredita que a situação pode ser agravada, já que empresários podem reduzir o nível de investimentos. A lógica desse pensamento está baseado no fato de que se os juros ficarem nesse patamar ou subirem, o consumo irá cair.
As vendas na indústria apresentaram em julho uma elevação de 6,5% na comparação com o mesmo mês de 2006.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), esse desempenho é fruto do aquecimento do mercado interno. Os dados, divulgados na segunda-feira, constam do boletim “Indicadores Industriais”.
“Os indicadores industriais referentes a julho apontam para a continuidade da trajetória de expansão da atividade industrial”, avalia a CNI no documento. No acumulado do ano até julho, as vendas apresentam um crescimento de 3,3%. Esse crescimento está concentrado em três setores: alimentos e bebidas (6,7%); máquinas e equipamentos (15%); e metalurgia básica (10,6%). Os três setores respondem por 92% das vendas. Já os salários pagos na indústria de transformação subiram em julho 5,6% e, no ano, acumulam uma alta de 4,9%.
O desempenho é maior que a variação do total de pessoas empregadas na indústria -em julho houve crescimento de 3,7% no número de empregados (maior avanço desde março deste ano, quando houve aumento de 3,9%).
A utilização da capacidade instalada em julho chegou a 82,5%, contra 80,5% em julho de 200

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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