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Setor espera alta de 30% no terceiro trimestre

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Embalado pelo otimismo dos principais agentes econômicos, que veem o Brasil como um dos países que já saíram da crise, o Sinduscon/AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas) projeta crescimento de 30% para o setor no terceiro trimestre de 2009.
De acordo com o presidente do Sinduscon/AM, Joaquim Auzier, o período que vai de julho a setembro, está sendo animador para as empresas. O dirigente destaca que as organizações estão com a maioria das unidades anunciadas já vendidas.
“No mínimo teremos um crescimento de tal porte quando divulgarmos o próximo relatório. O final do ano também promete um incremento quanto às vendas de casas e apartamentos”, declarou o dirigente em coletiva realizada na sexta-feira, 18.
Já os números sobre o desempenho do setor no segundo trimestre, presentes na “Pesquisa de Mercado Imobiliário”, divulgada pela entidade na ocasião, são menos animadores. O IVV (Índice de Velocidade de Vendas) de Manaus, que mede a relação entre a oferta e venda de imóveis, apresentou retração de 35,21% no período assinalado. Na avaliação do presidente do Sinduscon/AM, a queda se deve a efeitos negativos da crise financeira internacional no mercado.
Outros fatores também teriam puxado os números para baixo. A pesquisa indica que a principal fonte de financiamento dos empreendimentos continua sendo a utilização de recursos próprios das companhias (79,39%), seguido pela união de recursos próprios com os bancos (15,93%). “Construtora não deve fazer papel de banco e financiar os clientes. A empresa faz isso porque as pessoas não conseguem crédito pelos meios convencionais”, desabafou Auzier.

Vagas não preenchidas

Outro problema apontado pelo Sinduscon/AM é a ausência de mão-de-obra qualificada. De acordo com os dados da entidade a demanda do setor é de 4.000 vagas, que ainda não foram preenchidas porque os trabalhadores não atendem aos requisitos das empresas. Por conta disso, conforme Joaquim Auzier, as construtoras são obrigadas a buscar empregados em Estados como Maranhão e Pará, principalmente no caso de pedreiros e carpinteiros.
“Reconhecemos que parte dos trabalhadores não são qualificados e já estamos nos mobilizando para resolver esta situação com a implantação de cursos, em parceria com as secretarias de trabalho municipal e estadual, além do Centro Integrado de Educação do Trabalhador da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas)”, confirmou o presidente de Sintracomec/AM (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil de Manaus), Roberto Bernardes.
O representante trabalhista disse que o principal obstáculo para a contração ou renovação de contratos dos profissionais é falta de escolaridade. Muitos trabalhadores não possuem ensino fundamental e médio e as empresas com certificação de qualidade, por exemplo, não empregam este tipo de pessoal, segundo a explicação de Bernardes.
Dados do Sine (Sistema Nacional de Emprego) Manaus mostram que em setembro deste ano foram abertas 300 vagas para a construção civil, sendo que 54 pessoas conseguiram emprego. Outras 150 foram encaminhadas e ainda aguardam resposta. Existiriam, portanto, 96 funções disponíveis para os trabalhadores da construção civil.

Santo Antonio foi o bairro da cidade que teve maior alta de abril a julho

A performance negativa do setor no segundo trimestre não impediu que algumas regiões da capital alcançassem números positivos. Com crescimento de 68,18% na venda de imóveis residenciais, o bairro Santo Antônio, na zona Oeste, liderou os índices de vendas da construção civil, com 154 unidades disponibilizadas e 105 comercializadas.
No segundo trimestre o bairro que abriga a maioria das indústrias do PIM (Polo Industrial de Manaus) –Distrito Industrial – teve oferta de 291 unidades habitacionais e a venda de 165, com IVV (Índice de Velocidade de Vendas) de 56,70%.

Pontos isolados

Nas últimas pesquisas, os bairros da zona Norte apontavam os maiores volumes de vendas em relação a quantidade de unidades ofertadas. A mudança de preferência para outras áreas da cidade, como resultou o estudo atual, mostra que outros bairros de Manaus estão na rota de exploração das construtoras, como explicou o engenheiro civil e presidente da Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon/AM, Frank Souza.
“Existem pontos isolados da cidade que ainda estão sendo avaliados para atender a grande demanda por unidades residenciais mais baratas e as empresas estão migrando para esses lugares, desde que atendam a estrutura de rede elétrica, abastecimento de água e pavimentação das ruas”, salientou Souza. O engenheiro assegurou que áreas antes consideradas inadequadas para o lançamento de prédios residenciais estão em processo de reavaliação pelas construtoras. E os números da pesquisa imobiliária refletem isto com 33,51% de IVV para os imóveis com até 50 metros quadrados de área útil, considerados modelos populares.
Em abril, maio e junho, o mercado da cidade recebeu 3.459 unidades habitacionais e vendeu 22,06%, ou 763 imóveis. Entre os mais vendidos estão os que possuem dois e três quartos, pois marcaram juntos, 724 casas/apartamentos vendidos contra 2.974 construídos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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