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Setor de Serviços registra retração em fevereiro, aponta IBGE

Divulgação

O volume de vendas e a receita nominal do setor de serviços do Amazonas voltaram a cair entre janeiro e fevereiro, e dessa vez com mais força do que no restante do país. O desempenho em relação a 2019 e nos acumulados, no entanto, seguiu em campo positivo, às vésperas das medidas mais fortes para conter a propagação do Covid-19 no Brasil e no Estado. A conclusão vem da análise dos dados da pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta quarta (8). 

O volume de serviços recuou 5% frente a janeiro de 2020, em um movimento mais acentuado do que o do levantamento anterior (-0,1%). No confronto com fevereiro de 2019, houve expansão de 2%, muito aquém da marca anterior (+10,5%). No bimestre, a alta foi de 6,6% e no acumulado de 12 meses, de 4,6%. O Estado perdeu para a média nacional na variação mensal (-1%), mas teve números nos demais cenários (+0,7%, +1,2% e +0,7%, respectivamente).  

O tombo na comparação com janeiro de 2020 fez o Estado despencar da 19ª para a última posição entre as 27 unidades federativas do país, logo atrás de Pernambuco (-2,8%) e Paraíba (-1,9%). Na outra ponta, Roraima (+5,5%), Mato Grosso (+3,2%) e Mato Grosso do Sul (+3%) sustentaram os melhores números, em um cenário de apenas 11 desempenhos positivos.

Apesar do incremento detectado no confronto com fevereiro de 2019, o Amazonas também perdeu posições neste cenário, ao cair da primeira para 11ª primeira colocação em todo o território nacional. Distrito Federal (+4,8%), Rio Grande do Norte (+4,6%) e Pará (+4,5%) lideraram o ranking, enquanto Piauí (-6,2%), Sergipe (-5,1%) e Bahia (-3,7%) amargaram o rodapé da pesquisa.

Receita nominal

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas – que não leva em conta a inflação – caiu com mais força em relação a janeiro de 2020 (-5%), embora tenha conseguido ficar 6,9% acima do patamar de fevereiro de 2019. Nos acumulados do ano e dos últimos dois meses, foram registrados acréscimos respectivos de 11,7% e de 10,1%. Mais uma vez, o Estado só perdeu para a média nacional na variação mensal (-0,1%), ficando à frente na comparação com os demais resultados (+3,8%, +4% e +4,1%, respectivamente).

Assim como ocorrido no volume de vendas, a variação negativa da receita nominal na variação mensal fez o Estado tombar do 21º para o 27º lugar, no ranking do IBGE, atrás de Sergipe (-3,2%) e Pernambuco (-2,3%). Roraima (+11,8%), Acre (+4,8%) e Rondônia (+3,9%) conquistaram as primeiras colocações de uma lista com 13 resultados positivos e dois empates.

A elevação da receita nominal sobre fevereiro de 2019 não foi suficiente para evitar que o Amazonas caísse do primeiro para o oitavo lugar. Distrito Federal (+11,2%), Pará (+9%) e Acre (+8,8%) encabeçaram a lista. Em sentido inverso, Sergipe (-3,5%), Piauí (-2,4%) e Alagoas (-1,8%) tiveram os piores desempenhos e foram os únicos números negativos do ranking, neste cenário.

Sazonalidade e coronavírus

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que a forte retração da atividade entre janeiro e fevereiro não foi “nada que fugisse do normal”, dado o impacto sazonal do feriado de Carnaval, “uma data nada ideal para os serviços”. O fechamento dos segmentos não essenciais, como medida preventiva ao avanço do Covid-19, por outro lado, traz perspectivas negativas.

“O desempenho mensal de 2% comparado com o fevereiro de 2019 foi bom, mas não o suficiente para impedir a queda no acumulado do ano. De uma maneira geral, fevereiro costuma ser um período fraco para os serviços. É certo que a atividade será impactada já a partir de março, pela ocorrência da pandemia. O IBGE continua realizando as pesquisas juntos aos informantes via telefone e internet”, salientou.

“Panorama imprevisível”

Não há dados sobre a evolução dos segmentos de serviços do Amazonas. Em âmbito nacional, três das cinco atividades puxaram a queda do indicador: serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,9%), serviços de informação e comunicação (-0,5%) e serviços prestados à família (-0,1%). O inverso se deu na comparação com fevereiro de 2019, onde as altas vieram de “outros serviços” (+9,3%), transportes (+1,8%) e serviços prestados à família (+4,1%).

Em conversa com o Jornal do Commercio, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, também considerou que o Carnaval tardio de 2020 – que caiu na última semana de fevereiro – impactou nos números negativos do setor de serviços local, na variação mensal. E o dirigente concorda que é difícil traçar cenários frente à crise do Covid-19.

“No começo do ano, muitas pessoas viajam e as indústrias dão férias e reduzem o ritmo, impactando no segmento de transportes, entre outros. O Carnaval e o aquecimento da economia costumam atrair o retorno de público e das atividades. Daqui para frente é que é uma incógnita. Na China, o pico da pandemia durou três meses. Não se sabe quanto vai levar no Brasil, onde há carência de infraestrutura e conflitos políticos. O panorama tem se alterado de forma dinâmica e imprevisível”, concluiu.  

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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