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Setor de serviços no Amazonas perde fôlego em julho

Setor de serviços no Amazonas perdem fôlego em julho

O setor de serviços do Amazonas emendou seu terceiro resultado positivo mensal em julho, mas perdeu o fôlego em relação aos meses anteriores e ficou abaixa da média nacional. O segundo mês de reabertura de lojas em Manaus ajudou a arejar as empresas amazonenses, mas não foi suficiente para repor as perdas decorrentes econômicas da pandemia, e o setor seguiu amargando quedas em relação ao ano passado. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta sexta (11). 

O volume de serviços subiu 1,9% frente a junho de 2020, em performance mais fraca do que no levantamento anterior (+8,5%). No confronto com julho de 2019, a trajetória se manteve descendente (-1,8%). O acumulado do ano também não conseguiu sair do vermelho (-2,1%), ao passo que o aglutinado de 12 meses mal se segurou no campo positivo (+0,6%). A média nacional só foi melhor no primeiro caso – +2,6%, -11,9%, -8,9% e -4,5%, respectivamente.  

A alta moderada na comparação com junho fez o Estado despencar da segunda para a 12ª posição entre as 27 unidades federativas do país. O pódio foi ocupado por Alagoas (+9,5%), Roraima (+8,2%) e Distrito Federal (+5,2%), na ordem. Na outra ponta, os piores desempenhos do país vieram de Ceará (-2,5%), Rio Grande do Norte (-1,3%), Bahia e Mato Grosso do Sul (ambos empatados com -0,9%), em um cenário com seis dados negativos e uma estabilidade.

No acumulado dos sete meses iniciais do ano, apesar de replicar o resultado negativo da sondagem anterior (-2,1%), o Amazonas conseguiu se manter na terceira colocação do ranking nacional. Ficou atrás apenas de Rondônia (+3,9%) – o único desempenho positivo da lista – e Mato Grosso (-1,2%). Em contrapartida, Alagoas (-19%), Bahia (-18%) e Piauí (-17.8%) figuraram no rodapé do ranking.

Receita nominal

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas – que não leva em conta a inflação – teve desempenho ainda pior, ao interromper a sequência de duas altas seguidas e voltar a cair entre junho e julho (-1%). O tombo foi maior no confronto com o julho de 2019: 6,6%. O setor voltou ao campo negativo no acumulado do ano (-1%), mas conseguiu ficar no azul no aglutinado dos últimos 12 meses (+4%). Os respectivos números brasileiros do período foram: +1,4%, -12,8%, -7,9% e -2,6%.

Assim como ocorrido no volume de vendas, o incremento da receita nominal na variação mensal fez o Estado desabar do oitavo para o 22º lugar no ranking do IBGE. As primeiras posições foram ocupadas por Alagoas (+11,1%), Roraima (+6,4%) e Rio Grande do Sul (+3,7%). Em sentido inverso, Ceará (-2,5%), Bahia (-1,5%), Acre e Mato Grosso do Sul (-1,2%) tiveram os piores números de uma lista com 11 retrações no faturamento.

A despeito do novo recuo na variação acumulada dos sete meses iniciais de 2020, o Amazonas permaneceu na segunda. Foi precedido por Rondônia (+4,3%) – a única unidade federativa do ranking a apresentar crescimento – e empatou com o Mato Grosso. As maiores quedas do setor de serviços, neste cenário, se situaram em Alagoas (-18,2%), Bahia (-17,2%) e Piauí (-16,7%).

Pandemia e limitações 

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que, embora o número tenha vindo mais fraco, o novo crescimento registrado pelos serviços do Amazonas foi uma boa notícia, permitindo que a atividade acompanhasse “de forma positiva” o desempenho da indústria e do comércio locais. O pesquisador não deixou de ressaltar, contudo, as limitações impostas às empresas pelas mudanças de costumes decorrentes da pandemia e as medidas de combate a ela.

“Como o saldo do ano ainda está negativo, o setor vai precisar de um bom desempenho nos próximos meses, mesmo enfrentando limitações. Isso ocorre principalmente nos serviços prestados às famílias, que envolve hospedagem, alimentação fora de casa, cabeleireiro, costureira, manicure, jardineiro, diarista, reformas, lavagem, entre outros. Essa área está fortemente reprimida por conta das limitações, que tanto prestador quanto contratante, enfrentam, devido à limitação da liberdade imposta pelo isolamento social”, destacou.

“Crescente” e empate

Por trabalhar com amostragens pequenas, o IBGE-AM não fornece dados detalhados sobre a evolução dos serviços do Amazonas, por divisão de segmentos. Em âmbito nacional, sabe-se que a expansão foi verificada em quatro das cinco atividades analisadas, com destaque para informação e comunicação (+2,2%), além de transportes, serviços auxiliares e correio (+2,3%). Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (+2%) e de outros serviços (+3%). O único dado negativo veio dos serviços prestados às famílias (-3,9%) – depois deste ter crescido 12,2%, entre maio e junho.

A alimentação fora do lar é um dos serviços prestados às famílias que mais sofreu baixas durante a pandemia, tendo perdido 25% de suas empresas e 33% de sua força de trabalho, no período. O presidente da Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seção Amazonas), Fabio Cunha, diz que o segmento vêm registrando crescimentos mês a mês, mas salienta que o faturamento está sendo equivalente a 50% do movimento normal para a época. A expectativa das empresas, segundo o dirigente, é encerrar o ano empatado com 2019, que não foi um período bom para o setor.

“Estamos conseguindo nos manter, apesar das restrições quanto à capacidade e ao horário de atendimento. Mas, não está fácil. O protocolo não está possibilitando as empresas cresceram na velocidade necessária, nem repor os empregos perdidos. Você pode até ver bares lotados, mas costumam ser empresas informais e sem compromisso com a sociedade. Estamos em uma crescente e temos muita esperança de que as coisas melhorem até dezembro, mas não será possível repor as perdas”, afiançou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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