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Setor de serviços do Amazonas registra crescimento em junho

O setor de serviços do Amazonas emendou um segundo mês de crescimento, em junho. Além de contar com índice reforçado na variação mensal, a atividade sustentou novamente uma expansão de dois dígitos para o Estado, em relação a um ano atrás – quando os estabelecimentos começavam seu ciclo de reabertura no pós-primeira onda. Diferente do ocorrido em maio, o reaquecimento em âmbito estadual seguiu em sintonia com a média brasileira, mas com números mais fortes. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE para o setor, divulgada nesta quinta (12). 

O volume de serviços no Estado avançou 4,4%, entre maio e junho de 2021, em trajetória mais forte do que a do levantamento anterior (+1,4%). No confronto com o mesmo mês do ano passado, houve elevação de 20,9%, em número pouco abaixo do de abril (+22,9%), em razão de uma base de comparação ainda depreciada pela primeira onda da pandemia. Foi o suficiente para segurar a atividade no campo positivo nos acumulados do ano (+13,9%) e de 12 meses (+8,1%). O desempenho do Amazonas bateu a média brasileira (+1,7%, +21,1%, +9,5% e +0,4%) em praticamente todas as comparações.

Com o acréscimo mensal de maio de 2021 (+1,8%), o Estado escalou da 16ª para a sétima posição, entre os maiores valores registrados pelo setor em todo o país. O pódio foi ocupado por Acre (+12,2%), Piauí (+5,8%) e Rio de Janeiro (+5,4%), na ordem. Na outra ponta, os piores desempenhos do país vieram de Mato Grosso (-5%), Tocantins (-1,8%) e Bahia (-0,8%), em uma lista ainda com três unidades federativas no vermelho e uma estagnada.

A despeito do desempenho consolidado no azul, o Amazonas caiu da sexta para a nona colocação do ranking nacional da variação acumulada do ano. Roraima (+19,7%), Tocantins (+18,3%) e Santa Catarina (+17,1%) tiveram os melhores números, enquanto Sergipe (+1,5%), Rondônia (+3,5%) e Piauí (+3,8%) figuraram no rodapé de um rol que não registrou performances negativas.

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas – que não leva em conta a inflação nos preços correntes – avançou com ímpeto em praticamente todas as variações. O aumento na passagem de maio para junho foi de 5% – contra a retração de 2,5% no mês anterior, já revisada. No confronto com o mesmo mês de 2020, a elevação chegou a 27,1%, possibilitando a sustentação do semestre (+14,9%) e dos últimos 12 meses (+7,4%) no campo positivo. Os respectivos números brasileiros foram +2,5%, +23,6%, +10,9%, +1,1%.

Com a expansão na variação mensal da receita nominal (+2,7%), o Estado decolou do 16º para o quinto lugar no ranking nacional do IBGE. Os extremos ficaram em Acre (+12,2%) e em Mato Grosso (-5,6%). No comparativo do acumulado dos seis meses iniciais do ano, o Amazonas se manteve na nona posição, em uma lista novamente liderada por Tocantins (+19,6%) e encerrada pelo Distrito Federal (-3,2%). 

“Volta plena”

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destacou que, desde o início do ano, o indicador relativo ao setor de serviços do Amazonas vem alternando quedas e altas. O pesquisador avalia que a oscilação pode ser considerada como um movimento “normal”, em virtude da “forte influência” da pandemia e suas consequências no andamento da atividade. Os dados da sondagem, assim como o avanço da vacinação, entretanto, permitiriam vislumbrar um cenário de curto prazo mais positivo para as empresas.

“Junho foi o segundo mês seguido em que o volume de serviços do Estado apresentou crescimento e, em todos os meses de 2021, os dados têm sido superiores a 2020. Todos os indicadores locais da pesquisa estão bem positivos e a média móvel trimestral permite boas perspectivas para a atividade nos próximos meses. Principalmente levando em conta a volta plena das atividades econômicas; após as restrições impostas pela pandemia do Covid-19”, ponderou.

Inovação e capital

Em virtude da amostragem, a pesquisa no Amazonas não apresenta os dados desagregados por segmentos. Em âmbito nacional, todas as cinco atividades investigadas avançaram, com destaque para os serviços de informação e comunicação (+2,5%), que alcançou o ponto mais alto de sua série. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+1,7%) e serviços prestados às famílias (+8,1%) também se sobressaíram no período. Os serviços profissionais, administrativos e complementares (+1,4%) e os outros serviços (+2,3%) vieram na sequência.

Em texto postado na Agência de Notícias IBGE, o analista da pesquisa, Rodrigo Lobo, disse que, embora todas as atividades tenham avançado, o resultado se deve principalmente a serviços que se beneficiaram da própria pandemia ou que não foram tão afetados por ela, por serem mais dinâmicos, além de serem mais focados em inovação e capital, do que em mão de obra, conseguindo se reposicionar e aproveitar oportunidades geradas pela crise da covid-19.

“São serviços que foram impulsionados desde meados do ano passado, como os serviços de tecnologia da informação, consultoria empresarial, serviços financeiros auxiliares, transporte de carga, apoio logístico e armazenagem de mercadorias, por exemplo. Esses segmentos não estão correlacionados com a prestação de serviços presenciais, e estão mostrando um dinamismo significativo, colocando o setor de serviços, em junho de 2021, no patamar de maio de 2016”, ressaltou.

Flexibilização nas restrições

No entendimento do presidente em exercício da Fecomecio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a flexibilização nas restrições ao funcionamento do setor de serviços, em âmbito estadual, ocorrida em sintonia com o avanço da vacinação e da queda dos indicadores de contaminação, internação e óbitos por covid-19 no Estado, foi o principal motivo para a alta reforçada do volume de vendas registrada em junho.

“Tivemos um crescimento na atividade, no mesmo mês em que o varejo sofreu queda. Isso ocorre porque o comércio já vinha se beneficiando mais cedo e mais rápido das flexibilizações, enquanto isso acontecia de forma mais gradual nos serviços, que finalmente começam a se recuperar. Principalmente os segmentos que precisam reunir mais pessoas para funcionar, a exemplo da educação e dos eventos, mas também do turismo e da hotelaria”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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