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Setor de locação de veículos observa retomada mais rápida

Setor de locação de veículos observa retomada mais rápida

As locadoras de veículos observaram uma retomada acelerada muito além do previsto para  o setor. A confiança eleva as projeções de recuperação em cem por cento dos três grandes blocos que o mercado de locação detém -terceirização de frota, serviços de locação para motoristas de apps e locação de turismo. O presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), estima que, até o mês de dezembro ou no máximo no primeiro trimestre de 2021, o setor volte ao patamar pré-crise.

Entre os três blocos que compõem este mercado, a locação de turismo, que foi mais  afetada, deve demorar um pouco mais para retornar. “A grande parte das locações são feitas em aeroportos e ainda não retornaram cem por cento às suas atividades. Então, a nossa perspectiva é que  até o início do ano que vem tenha a sua retomada integral”, frisou o presidente da entidade, Paulo Miguel Júnior.

No Amazonas, o setor de locação de veículos é composto por 195 locadoras, com um total de 1.594 empregos diretos e 6.599 veículos emplacados no Estado, conforme o mais recente Censo do setor, produzido pela Abla.

Entre abril e maio, estavam parados 90% dos veículos que vinham sendo alugados para pessoas em viagens de negócios e para famílias em viagens de lazer no país. Já a devolução de veículos que estavam locados para motoristas de aplicativos atingiu a marca de aproximados 80% de carros devolvidos. A partir de junho e até agora, em agosto, o aluguel para motoristas de aplicativo no país já retomou 90% do que era antes da pandemia. O aluguel diário para pessoas físicas retomou 60%.

Também conforme o mais recente Censo do setor de aluguel de veículos, organizado pela Abla e com informações da RAIS  (Relação Anual de Informações Sociais), o Brasil conta com 10.812 empresas de locação de veículos. Juntas, essas empresas mantêm 75.104 empregos diretos no país. A frota total de veículos, conforme o mesmo Censo, fechou 2019 com 998 mil veículos.

Um outro ponto animador para o mercado, segundo o presidente da entidade, são outros clientes em potenciais, como aqueles que pegam carros por assinatura. “Ao invés de comprarem um carro novo, locam um por até quatro anos pagando as mensalidades que muitas vezes ficam abaixo do valor do financiamento”.

Resultados animadores

As empresas de locação confirmam esta tendência. Com os resultados do 2º trimestre, reportados no dia 29 de julho,  a Localiza apresenta recuperação mês a mês, principalmente em junho. A empresa percebe um aumento progressivo da frota alugada mês a mês, fechando o último trimestre nos patamares de 2019 no Aluguel de Carros e superiores ao ano de 2019 na Gestão de Frota.

Em junho de 2020, a divisão de Aluguel de Carros da Companhia estava com taxa de utilização em 60,7%, 7,7 pontos percentuais maior que em abril, já mostrando recuperação dentro do trimestre. A tarifa média também vem se restabelecendo, contribuindo para a saúde financeira do negócio.

A divisão de Gestão de Frotas se firma como a mais resiliente nesse cenário. A receita aumentou 14,8% em relação ao 2ºTRI de 2019. A frota média alugada continua em crescimento, 14,4% maior quando comparada ao mesmo período do ano anterior. 

Neste pós, e empresa destaca que , há uma tendência de crescimento para o aluguel de carros em diversos segmentos. A Companhia verificou em outros países uma tendência clara de priorização do transporte particular em detrimento ao público, durante a pandemia. Além dessa questão, a mudança  de comportamento da sociedade em priorizar a utilização ou a experiência no uso de um bem em detrimento de sua posse tende a crescer gradualmente, conforme vem ocorrendo ao longo dos últimos anos. 

As empresas também estão percebendo cada vez mais valor na terceirização das suas frotas agregada a um serviço com uso intensivo de tecnologia e inteligência de dados, como os que a Localiza oferece. Com a terceirização, podem utilizar um capital antes imobilizado em novos investimentos ou na contenção de gastos, ainda mais no contexto da pandemia.

Sobre a expectativa do setor para os próximos meses, em conformidade com as regulamentações da CVM, por ser uma empresa de capital aberto, a Localiza não dá o chamado “guidance” de seus negócios. Especialistas vêm apontando a tendência de o turismo interno crescer paulatinamente ao longo dos meses, com viagens mais curtas, de carro, por exemplo, em função de restrições por conta dos cuidados com a pandemia. Independemente de cenários, a Companhia atua com um time de alta performance e está otimista na retomada de seus negócios, como demonstrado no resultado do 2º trimestre da Companhia. Tem, ainda, suas expectativas embasadas em uma visão de longo prazo, que continuam válidas e promissoras. 

Crescimento fora da curva

Na mesma direção, a Movida, até o final mês de março, período que contemplava apenas 15 dias de reflexo do isolamento social causado pela pandemia da Covid19, apresentava crescimento em vários índices operacionais. No primeiro trimestre de 2020, o número de diárias no Rent-a-Car superou o volume de 4,4 milhões, um crescimento de 18,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado, e o mesmo índice em gestão e terceirização de frotas subia 36,4%, ultrapassando a marca de 3,3 milhões de diária. A frota também cresceu 8,6% frente ao último trimestre de 2019, alcançando a marca de 119 mil veículos.

Muitas pessoas que exercem atividades essenciais e que precisam se locomover seguem utilizando o aluguel, inclusive o adotando em substituição ao transporte público. Bem higienizado, o carro é o meio de transporte mais seguro, incentivado também pelas ruas mais vazias.

Desde o início da pandemia no Brasil, a Movida esteve operacional durante todas as etapas do processo, seguindo as restrições recomendadas pelas autoridades. Grande parte das lojas de RAC permanecem abertas, com higienização redobrada e horários de atendimento diferenciados.

“O varejo vive uma situação única e que trouxe impacto na demanda. Porém, encaminhou também muitas oportunidades como a aceleração da transformação digital, o sistema de delivery e empoderou ainda mais o carro como meio de locomoção, principalmente, para substituir a aglomeração do transporte público”, diz o texto da empresa enviado ao Jornal do Commercio.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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