O setor de ferramentaria e usinagem do PIM fechou os primeiros sete meses de 2007 com faturamento próximo dos US$ 3 milhões, retração de 18% frente ao mesmo período de 2006, quando encerrou com a receita superior a US$ 3.650 milhões.
A informação, divulgada pelo Sindusfam (Sindicato das Indústrias de Usinagem e Ferramentaria no Amazonas e Roraima), na manhã de ontem, chama a atenção pela promessa de investimentos próximos aos US$ 9.32 milhões como forma de manter a operacionalidade do setor em Manaus.
O presidente do Sindusfam, Amadeu Gomes Ferreira, disse que uma das conseqüências das inúmeras paralisações no setor de fiscalização, por conta das greves de órgãos federais durante o primeiro semestre, foi a queda na produção fabril em relação a igual período do ano passado. O impacto negativo emperrou a abertura de novas frentes de trabalho resultando na perda de aproximadamente 12% da mão-de-obra do setor. “Tivemos uma diminuição no número de operários durante os meses de abril e junho, porque as empresas não tinham como produzir seu material, ficando sem condições de arcar com as despesas”, afirmou o dirigente.
Amadeu Gomes defendeu a geração de trabalho cooperativono setor de ferramentaria e usinagem em Manaus, o que segundo ele implicaria na minimização do tempo de fabricação e entrega de moldes para 10 dias.
De acordo com o empresário, o Sindusfan tem planos para suprir as carências das indústrias do PIM (Pólo Industrial de Manaus), através do fortalecimento das relações entre os associados e melhoria nos processos de fabricação de moldes. “Esse intercâmbio de relações vai assegurar investimentos na melhoria ou aquisição de sistemas computacionais, máquinas pesadas, equipamentos, ferramentas e processos de corte e estratégias de usinagem, tópicos nos quais a ferramentaria e a usinagem terão condições de avançar muito mais”, asseverou Gomes.
Segundo o socioproprietário da Suam (Serviço de Usinagem Amazonas), Adilson Oliveira, os cortes para redução de custos durante os primeiros meses do ano não influenciaram de forma substancial no projeto de ampliação dos negócios da empresa, que já anunciou a transferência de todo o parque fabril para uma área no Distrito 2 em meados de janeiro de 2008.
O empresário assegurou que os investimentos para o terceiro quadrimestre ainda envolvem a criação de novas frentes de trabalho e ampliação de toda a estrutura física para expandir o leque de clientes e alcançar mercados em outros Estados da região. “Simultaneamente à nossa transferência, queremos ampliar em pelo menos 40% nosso atual quadro de operários, obtendo o acréscimo de 25 especialistas para manutenção da qualidade dos serviços”, disse Oliveira.
Cisper sofre impactos da depreciação cambial
Para o gerente da Cisper da Amazônia, José Machado, o duro impacto sofrido pelo setor de usinagem foi conseqüência da desvalorização da moeda estadunidense frente ao real, o que influenciou nas exportações no período de janeiro a julho de 2007.
“Além disso, o alto valor do níquel no mercado internacional praticamente durante todo o ano de 2006 influenciou nos custos de produção e interrompeu qualquer plano de investimento em curto ou médio prazo”, ressaltou o executivo, acrescentando que ainda assim a Cisper manteve a produção média mensal de 14 equipamentos, cuja capacidade total produz cerca de 70 milhões de embalagens de vidro.
As informações do titular do Sindusfan vão ao encontro da opinião do presidente do Sinmem (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus), Athaydes Félix Mariano, segundo o qual o único setor ligado à metalurgia com bons resultados durante os últimos sete meses foi o segmento motorizado de duas rodas, que alavancou em mais de 9% o desempenho das indústrias locais.
Na análise do empresário, é preciso abrir os horizontes das indústrias, mostrando o quanto Manaus perde em oportunidades pela falta de integração das ferramentarias e maior agilidade nos prazos para a construção de moldes.