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Setor da construção civil comemora aço mais acessível

Empresários do segmento da construção civil comemoram a proposta do governo federal que reduz o imposto  do Imposto de Importação (II),  de produtos siderúrgicos usados na construção civil, como o aço. O anúncio deixou o mercado local animado levando em conta que o componente chega a valer um terço do metro quadrado da construção, segundo o Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas).

“A redução desse insumo já diminui na ponta o valor do metro quadrado consequente de construção e da venda. Tanto faz se a obra for comercial como mobiliário será vendido mais barato. Essa é uma medida excelente”, destacou o presidente do Sinduscon, Frank Souza.

A Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção),  fez um estudo em três obras distintas com bloco de 4 pavimentos-tipo sem elevador e chegou a diferentes valores do impacto do aço e constatou que o insumo representa um terço dos aumentos dos insumos. 

Entre julho de 2020 a janeiro de 2022 foi verificado que o insumo mais impactante no total de custo de material foi o aço chegando a representar 59% do aumento total do projeto.

Traduzindo regionalmente esse tipo de edificação é o que mais se produz no Amazonas. “Esse impacto está sendo sentido há muito tempo. Se um único componente numa habitação tem o terço do acréscimo então subiu muito. Como a gente produz aqui de 80% a 90% no mercado imobiliário de habitação econômica e esse preço é tabelado pelo governo federal, essas habitações vão ficar mais caras e certamente foge ao orçamento da família que interessada em comprar um imovel, precisa de uma renda familiar porque além de tudo nós temos outros impactos. Tem o juros alto, combustível mais caro, inflação maior. E esse movimento que a Cbic está fazendo em relação ao governo federal ao pedir que reduza esse imposto é para tentar diminuir o preço do aço que teve o maior aumento de todos os materiais da cesta de insumo de uma edificação”. 

Conforme a Cbic,  em 2021 a entidade apresentou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia uma solicitação de redução da tarifa de importação do aço.

“A redução do Imposto de Importação do aço e de outros 10 produtos, conforme anunciado, vai ajudar muito a reduzir custos e dar novamente oportunidade às pessoas a adquirem sua casa própria”, avalia o presidente da Cbic, José Carlos Martins.

Em nota à Imprensa, a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), divulgou que a medida foi aprovada nesta quarta-feira (11), pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia a redução da Tarifa de Importação do Vergalhão do Aço Ca50 e Ca60 de 10,8% para 4%. A medida foi atendida devido a um pleito realizado pela Abrainc em julho de 2021, defendendo a redução para 0%. A entidade realizou um forte trabalho técnico, baseado em estudos e com assistência jurídica especializada, que nos possibilitou defender a redução da alíquota com o intuito de reduzir os custos de construção e trazer mais benefícios ao consumidor final. A proposta foi analisada tecnicamente pelo Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) do órgão, que sugeriu a alíquota de 4% (padrão internacional).

O presidente da Abrainc, Luiz França, destaca que os vergalhões de aço tiveram uma grande influência no aumento dos custos da construção, dado que o produto subiu 101% em 2 anos. “A alta do insumo vinha sendo um grande entrave para o crescimento do setor.” O executivo reforça que essa redução é muito importante para o setor de construção, principalmente na produção de unidades destinadas à baixa renda. “O Brasil possui um grande déficit habitacional de 7,8 milhões de moradias e a inflação vem prejudicando o poder de compra de imóveis das famílias de menor renda”, salienta.

Além disso, a construção civil tem um papel fundamental no crescimento econômico brasileiro. Em 2021, o PIB da Construção cresceu 9,7% contra 4,6% do PIB nacional. Ao reduzir o custo da construção, o governo ajuda a melhorar o ambiente de negócios no Brasil e contribui para a geração de mais postos de trabalho. De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, a indústria da construção civil emprega atualmente 7,5 milhões de trabalhadores.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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