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Serviços entram em crise

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Um terço das empresas de serviço aponta queda na demanda

O número de empresários do setor de serviços que reclamam de demanda insuficiente atingiu um recorde em julho. Mais de um terço apontou esse fator como uma limitação à melhora dos negócios –no setor de alojamento, mais de dois terços citaram o problema. Além disso, a quantidade de empresas que esperam redução na demanda nos próximos três meses aumentou e agora supera a fatia das que contam com vendas maiores no futuro.
Após depositarem as esperanças no segundo semestre, os empresários do setor de serviços mostraram-se frustrados pela rápida deterioração do mercado de trabalho brasileiro. Isso afundou as expectativas e contribuiu para a queda de 2,9% na confiança da atividade em julho, explicou o economista Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Ibre/FGV (Fundação Getúlio Vargas) e responsável pela Sondagem de Serviços.
Com o resultado anunciado hoje, o indicador atingiu, mais uma vez, o mínimo histórico da série, iniciada em junho de 2008. “Três meses atrás, a percepção relativamente mais positiva era alimentada por expectativas, mas isso não se confirmou”, disse o economista. “À medida que (os empresários) sentem as informações quantitativas apuradas, eles refazem previsões para um ambiente um pouco pior do que antes”, diz. “Entre os fatores que vêm afetando negativamente os serviços estão o enfraquecimento do mercado de trabalho -e a consequente queda da massa de salário -, a redução da demanda empresarial, a alta da inflação e a diminuição da confiança do consumidor”, acrescenta
A rápida deterioração no mercado de trabalho também contribui para a nova onda de pessimismo. Só em julho, as expectativas pioraram 7,1%, segundo a FGV. No mês passado, os outros serviços (que incluem serviços pessoais como cabeleireiro) demitiram 114 mil pessoas nas seis principais regiões metropolitanas do país em relação a junho de 2014. No total, 298 mil pessoas perderam seus empregos no período, e a taxa de desemprego foi a 6,9%, a maior desde junho de 2010, de acordo com o IBGE.
Menos brasileiros empregados significa menos renda circulando e disponível para adquirir serviços. “O desaquecimento do mercado de trabalho chegou com muita força, e isso pode estar influenciando as expectativas. Isso (ajuste no emprego) mexe com propensão de consumo, principalmente de serviços”, explicou Sales. Não é por acaso que a previsão de demanda para os próximos três meses atingiu um mínimo histórico. Ao todo, 20,6% das empresas esperam redução no volume de vendas no período, enquanto 19% projetam aumento. É a segunda vez na história da sondagem em que pessimistas superam o número de otimistas.
Só que a percepção ruim sobre as vendas retroalimenta o movimento no mercado de trabalho. Em julho, 26,5% dos empresários declararam que vão demitir nos próximos três meses, o maior porcentual já registrado na série. “Sem dúvida haverá queda real no volume de serviços este ano”, afirmou Sales.
Em julho, 39,1% dos empresários apontaram que a demanda atual é insuficiente para expandir os negócios, um registro recorde. O setor de alojamento registrou quase o dobro de respostas, somando 67,4% do total. O custo financeiro também está na lista de preocupações das empresas de serviços.
Por outro lado, o indicador de volume de demanda atual ainda assim subiu 3,5% em julho ante junho. Também houve aumento de 6% no indicador de situação atual dos negócios. Com isso, o ISA (Índice de Situação Atual) de serviços avançou 4,8% este mês, após queda de 8% em junho.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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