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Serviços do Amazonas emendam crescimento em janeiro

A despeito do toque de recolher e das restrições estaduais ao atendimento presencial nos setores não essenciais, o setor de serviços do Amazonas conseguiu emendar um segundo mês de crescimento seguido em volume de operações, em janeiro. A alta veio em todas as comparações e batendo a média nacional nos respectivos cenários, embora com ganhos menos substanciais para a receita nominal das empresas. É o que se conclui a partir dos dados da pesquisa mensal do IBGE, divulgados nesta terça (9). 

O volume de serviços no Estado subiu 3,5% frente a dezembro de 2020, em desempenho igual ao do levantamento anterior. No confronto com janeiro do ano passado, a trajetória foi de alta reforçada e de dois dígitos (+13,9%) – contra +8,2% apresentados 30 dias antes. Em 12 meses, a variação acumulada foi bem mais modesta (+0,9%). Com isso, o Amazonas voltou a bater a média brasileira do setor em todas as comparações (que foram de +0,6%, -4,7% e -8,3%, respectivamente).

Com o incremento mensal de janeiro de 2021, o Estado subiu da nona para a quarta posição, entre os maiores valores registrados nas 27 unidades federativas do país. O pódio foi ocupado por Distrito Federal (+10,9%), Amapá (+4,3%) e Tocantins (+4%), na ordem. Na outra ponta, os piores desempenhos do país vieram de Rondônia (-15,6%), Alagoas (-8,5%) e Bahia (-6,3%), em uma lista com 14 Estados no vermelho e um estagnado.

Com o desempenho consolidado no azul, o Amazonas conseguiu se manter na primeira colocação do ranking nacional da variação anual e acumulada do ano. Acre (-10,4%) e Amapá (-9,2%) vieram logo em seguida. Em contrapartida, Mato Grosso (-19,8%), Alagoas (-11,3%) e Ceará (-11%), figuraram no rodapé de uma lista que registrou apenas nove desempenhos positivos.

Receita nominal

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas avançou com menos força – vale notar que o dado não leva em conta a inflação, que acelerou no período. A expansão de receita em números correntes, na virada de dezembro para janeiro, foi de 2,2%, perdendo para o número anterior (+3,9%). O contrário se deu no confronto com o dezembro de 2019, onde o incremento de 10,6% ultrapassou com folga o dado anterior (+%7,4). Em 12 meses, o resultado foi um virtual empate (+0,1%). Os respectivos números brasileiros foram todos negativos (-0,3%, -4,7%, -7,8%, respectivamente).

Com o acréscimo na variação mensal da receita nominal, o Estado conseguiu escalar do sexto para o terceiro lugar no ranking nacional do IBGE para a atividade. Foi precedido apenas por Tocantins (+11,5%) e Distrito Federal (+9,4%). Em sentido inverso, Rondônia (-16,1%), Alagoas (-14,6%) e Mato Grosso (-9,2%) alcançaram os piores números de um rol com 16 desempenhos positivos e um empate.

Com a variação anual e acumulada do ano também positiva na receita nominal, o Amazonas conseguiu subir da segunda para a primeira posição do ranking nacional. Acre (+8,6%) e Amapá (+6,2%) ficaram na segunda e terceira colocações, respectivamente. As maiores retrações, neste cenário, se situaram em Mato Grosso (-20,1%), Alagoas (-12,3%) e Bahia (-12,2%).

Sem estratificação

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, ressaltou que os serviços começaram o ano com “boas vendas” no Estado e que o crescimento em janeiro se deve ao bom desempenho da atividade mesmo em meio à segunda onda da pandemia, ocorrida no mês. O pesquisador comemorou também o desempenho significativo na variação anual, mas lembra que, por trabalhar com amostragens pequenas, o IBGE-AM não pode fornecer dados detalhados sobre a evolução segmentada dos serviços no Amazonas, nem explicar o virtual descolamento do resultado do cenário adverso do período. 

“Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o volume de serviços de janeiro, no Estado, foi o melhor entre todas as unidades federativas do Brasil. Essa postura nos negócios mostra que alguns setores da atividade estão conseguindo boa performance de vendas de serviços. Mas, como a pesquisa local não estratifica o resultado por setores, não é possível identificar quais foram os mais e menos produtivos”, comentou.

Em âmbito nacional, o setor de serviços foi alavancado principalmente pela atividade de transportes, na passagem de dezembro para janeiro (+3,1%).Os ganhos se deram principalmente no transporte rodoviário coletivo e aéreo de passageiros. Vale notar que, diferente do ocorrido no Amazonas, a maior parte dos Estados brasileiros não passava por restrições à circulação de passageiros, em janeiro de 2021.

Além dos transportes, o subsetor de serviços profissionais, administrativos e complementares subiu 3,4% – especialmente os técnico-profissionais – e as atividades turísticas avançaram 0,7%. Em contraste, outros serviços (-9,2%), serviços prestados às famílias (-1,5%) e serviços de informação e comunicação (-0,7%) amargaram quedas.. A variação anual negativa dos serviços no Brasil (-4,7%) foi puxada para baixo pelos serviços prestados às famílias (-27,6%) – pressionados por restaurantes, hotéis e serviços de bufê –, mas praticamente todos os segmentos recuaram ante janeiro de 2020, sendo que a única exceção veio dos serviços de informação e comunicação (+1,7%).

Beleza e alimentação

Assim como ocorrido na média nacional, os serviços prestados às famílias entraram 2021 com o pé esquerdo, graças à segunda onda. Segundo a presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares de Manaus, Antônia Moura de Souza, ficou mais difícil para o segmento de beleza atingir a projeção de crescimento de 1% neste ano, já que permaneceu os dois meses iniciais do ano impedido de operar. “A gente só conseguiu começar agora, mas o movimento está devagar. Vamos ver como fica no final do mês”, lamentou.

Outro subsetor de serviços a enfrentar dificuldades  em janeiro foi o de alimentação fora do lar. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o presidente da Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seção Amazonas), Fábio Cunha, não detalhou números do período – quando o segmento estava limitado ao delivery –, mas reafirmou que, apesar da flexibilização já entrar em sua segunda semana, muitas empresas ainda não estão conseguindo operar.

“Não há possibilidade de retorno para pizzarias e outros estabelecimentos ficam impossibilitados de trabalhar. Com isso, muitos funcionários têm de ficar em casa e não temos mais aquele recurso de suspensão de contratos por parte do governo federal. A situação dos trabalhadores está muito complicada, assim como dos músicos, que pediram apoio da Abrasel-AM. O governador possibilitou isso, mas o horário ainda trava a atividade”, concluiu. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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