O Senado Federal contratou, entre 2003 e 2007, pelo menos 35 parentes de 19 parlamentares, informa nesta segunda-feira reportagem da “Folha” (íntegra disponível só para assinantes do jornal ou do UOL). Mulheres, primos e sobrinhos foram nomeados em cargos comissionados, quando não existe a necessidade de prestar concurso público.
Segundo levantamento feito pela reportagem, houve um caso de nepotismo cruzado: quando um senador contrata parente de outro parlamentar, e vice-versa.
O caso foi registrado no gabinete do senador José Maranhão (PMDB-PB), que contratou um sobrinho do colega Garibaldi Alves (PMDB-RN). Em troca, Alves admitiu uma sobrinha de Maranhão.
Pelo regimento interno da Casa, cada senador tem direito a cinco cargos de assessores técnicos, seis de secretários parlamentares e um de motorista. Alguns cargos podem ser fracionados em até seis vezes. Já os salários variam de R$ 900 a R$ 4.600.
Fim do nepotismo
No mês de abril, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentou colocar em discussão no plenário do casa um projeto que acaba com o nepotismo nos três Poderes.
Mas não houve avanço. A medida impede a contratação de parentes no Executivo, Legislativo, Judiciário, no Ministério Público, nos Tribunais de Contas, nos Estados e nos municípios.
Por ser polêmico, o projeto deve ter o texto abrandado para ser aprovado, uma vez que vários parlamentares contratam parentes.