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Seguros mais caros no mercado

Andreia Leite

@andreiasleite_  @jcommercio

O valor do seguro de automóveis no Amazonas aumentou 30%, em comparação ao último ano, a depender do modelo do veículo. Em alguns casos a alta chega a 100%. É o que revela o Sincor-AM/RR (Sindicato dos Corretores de Seguros).

O perfil do cliente, aumento no valor de mercado dos veículos, atrelados a tabela Fipe, considerada o principal índice para a negociação de carros no país, que aumentou acima de 30% também são atribuídos ao incremento no valor dos contratos. Esse reflexo ocasionou  com a retomada da circulação dos veículos e dos sinistros. As empresas estão cobrando estes custos. 

O presidente do Sincor-AM/RR e também especialista em gestão financeira e seguros, Érico Parente, exemplifica sobre essa variação. Um modelo de carro da volks Polo Comfort ano 2019, por exemplo com o seguro no valor de R$ 71.643 no mês de julho 2021 saltou  para R$ 80.849 em julho deste ano o que influencia nos valores ofertados para sua renovação;

“Além dos já citados, vários outros fatores contribuíram para esse acréscimo, o aumento do valor de peças e insumos dos veículos tais como semicondutores e o aço, além do custo de mão de obra para reparo de veículos e sinistralidade, quantidade de indenizações que as seguradoras pagam e quanto elas recebem  em  média pelo seguro de cada região do país”, atribuiu. 

Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) revelam que as indenizações relacionadas ao seguro de automóvel aumentaram 43% nos primeiros cinco meses de 2022 em relação a igual período do ano passado. 

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a inflação oficial do país, mostra que os preços de seguros subiram 32,45% nos últimos 12 meses. 

Segundo Érico Parente, na última vigência o mesmo modelo do Polo custou R$ 1.858,80. Neste ano a renovação desse veículo custou R$ 3.085,64, variação de 60,24%. “Porém, em relação ao valor de mercado atual do veículo o custo do seguro representa apenas 3,81% do valor, o que está dentro da média de mercado para o custo de seguro que está entre 2,5% a 5% do valor de mercado dos veículos”, explicou. 

Embora os custos nos contratos por seguros de autos venha sofrendo esse reajuste, ele avalia que a demanda pelas adesões desse tipo de seguro aqui no Estado permanece.  “Observamos alta na procura de 21,07% em comparação ao mesmo período de 2021, com faturamento acima R$ 70 milhões até abril deste ano”. 

“Os proprietários de veículos se expõem ao risco toda vez que saem de suas residências para seu destino, como trabalho, deixar os filhos na escola, ir a faculdade ou visitar seus amigos e familiares, o que tem mantido a demanda aquecida”. 

O seguro de automóveis visa proteger o condutor de colisões, roubo/furto qualificado e incêndio. Além de danos materiais e corporais causados a terceiros, acidentes pessoais aos passageiros e assistências ao veículo tais como: Guincho; reparo de vidros, retrovisores, lanternas e faróis, chaveiro e etc.

A contratação desse tipo de serviço deve ser realizada sempre com a consultoria de um corretor especialista que vai oferecer o seguro adequado à necessidade do cliente. 

Cenário

O vice-presidente da região Sul da Federação Nacional dos Corretores de Seguros, Ricardo Pansera, disse que o momento não é nada fácil, mas lembra que compete aos corretores trabalharem pela busca de custos mais adequados à realidade dos consumidores. “O corretor é o defensor das expectativas. Nesta ocasião, entra o trabalho do consultor de seguros, precisando entender a necessidade do cliente e disponibilizar as coberturas que ele realmente necessita”.

Segundo o dirigente, é importante compreender a formação do atual cenário após a passagem do período crítico da pandemia. Pansera ressaltou que entre os anos de 2020 e 2021 a circulação de automóveis foi baixa, assim como o volume de sinistros. “Desta forma, as companhias reduziram os preços como forma de competitividade. 

Ele também destaca que o quadro do segmento seguro auto tende a uma readequação nos próximos meses, tão logo seja normalizado o fornecimento de peças componentes importados para a entrega de veículos zero quilômetro. No seu entendimento, estes pontos, somados à valorização dos prestadores de serviços, determinaram a precificação e o consequente impacto no orçamento das seguradoras.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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