A ‘segunda onda’ da pandemia implicou em perdas para o turismo receptivo que enfrenta demanda reduzida de turistas. Há um ano o setor vive em crise, ou seja, totalmente parado. Sem procura. Ao que tudo indica o segundo pico da Covid 19 deve atrasar ainda mais o processo de recuperação.
É o que avalia a diretora do receptivo da Abav-AM, Glória Santos Reynolds, ao explicar que a retomada vai exigir paciência a longo prazo. “Desde março, o turismo receptivo não teve retorno. Quando esperávamos que ia se ter recuperação nos meses de dezembro e janeiro infelizmente chegou o segundo pico da pandemia levando o Amazonas a situação de calamidade”.
Ela lembra que o pouco de demanda que teve está associada ao número de cancelamentos. “Estamos com a expectativa que essa fase passe, principalmente em função das vidas perdidas. Estamos confiantes na vacina de modo que consiga frear essa situação e que logo possamos voltar à normalidade e que o nosso Estado volte a se reerguer em níveis pré-pandemia”.
Ela diz que muitas empresas do trade turístico não resistiram à crise e outras estão sufocadas e sem perspectivas. Além disso, o desemprego no setor foi inevitável. “Enquanto o cenário não muda nós não temos ideia de quando os nossos turistas voltam, alguns países já estão com a vacinação um pouco mais avançada, mas a realidade para o Brasil é que estamos com o mercado nacional e internacional totalmente parados – não existiu o retorno para receptivo em nenhum momento o turismo ficou totalmente estacionado”.
Vale lembrar que, mesmo após a retomada no mês de outubro, as atividades relacionadas ao turismo receptivo na capital já observaram redução na procura por Manaus como destino. Na época, o Amazonas ainda permanecia com a missão de ajudar o turismo local a reagir. Nos meses de agosto e setembro, o setor não apresentou aumento na procura por pacotes. Apenas os hotéis de selva registraram um leve incremento, mas nada muito significativo.
O baixo fluxo no ano passado somatizava aos cancelamentos no número de reservas que estavam programadas para os meses de outubro e novembro devido ao anúncio de uma segunda onda da Covid em curso. Aquele panorama já preocupava o setor. “Nós estamos muito preocupados porque nós tínhamos visto uma luz no fim do túnel na procura pelo ecoturismo, mas quando começou a ser divulgada uma segunda fase da doença no Estado, os clientes passaram a solicitar a suspensão”, reiterou a vice-presidente de turismo receptivo da Abav-AM.
A representante do setor espera que o socorro venha, principalmente para as pessoas que estão enfermas e também para todos os setores da economia do Estado.
Demanda por voos em queda
A procura por voos com destino ao estado apresentou queda de 90% durante a pandemia. Na esteira dos prejuízos, os voos internacionais operam com malha aérea reduzida em 50%. Contando apenas com a empresa American Airlines. A confirmação é da Abav-AM (Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas).
“Mesmo com a oferta de voos semanais, não há procura. As perdas para o turismo local foram muitas, e principalmente pela imagem do destino, por todas estas notícias negativas além da segunda onda da doença, estamos enfrentando um colapso na saúde, falta de insumos como oxigênio, e ainda problemas na questão da vacina. Os viajantes querem ir para locais onde desfrutem e sintam-se seguros”, diz o vice-presidente de turismo emissivo da ABAV-AM, Jaime Mendonça, informando que a Copa Airlines suspendeu os voos temporariamente, devido ao comportamento da pandemia no estado.
Para o vice-presidente de emissivo da entidade, o Amazonas terá um caminho longo para mudar a imagem da cidade e conseguir atrair turistas vindos de fora. “Além da vacinação, tem o controle da disseminação de contágio da Covid19. A vacinação ajudará, mas o que há que ser feito é cobrar que cada um negócio cumpra e cobre de seu público os protocolos, e produzir uma campanha de imagem do Amazonas para tentar resgatar a vontade dos viajantes em escolher o Amazonas como destino de viagem”.