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Sedentarismo cresce entre os jovens amazonenses

Sedentarismo cresce entre os jovens amazonenses

Praticamente metade dos amazonenses com 18 anos de idade ou mais pode ser considerada sedentária. Em torno de 46,2% (1,229 milhão de pessoas) são “insuficientemente ativos”, já que não praticam nem 150 minutos semanais de atividade física – incluindo lazer e deslocamento para o trabalho. É um percentual mais elevado do que o da média nacional (40,3%), situando o Estado na sétima posição do ranking. E apenas 30,2% dos adultos locais praticam o nível recomendado de atividade física no lazer.

Os hábitos de assistir TV durante três horas diárias ou mais (18,5%), substituir o almoço por sanduíches, salgados ou pizzas regularmente (1,4%) e consumir doces (8,4%) são menos frequentes por aqui, em relação a outras unidades federativas. Mas os números do Estado são relevantes, sendo mais elevados na capital. O consumo de refrigerantes (9,7% e 10,9%), por outro lado, bate a média nacional. É o que revela a PNS 2019 (Pesquisa Nacional de Saúde), realizada pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde.

No Amazonas, a inatividade é mais comum entre as mulheres (56,7% e 776 mil) do que entre os homens (35,2% e 454 mil) – o mesmo se dá na média brasileira, com um desnível menor (47,5% e 32,1%, respectivamente). O sedentarismo é mais frequente, conforme aumenta a idade – indo de 38,4% (dos 18 aos 24 anos) a 67,8% (mais de 60 anos) – e diminuiu segundo o nível de instrução avança – com o fundamental incompleto (52,7%) e o superior completo (39,3%) ocupando os extremos. 

É mais usual também entre os amazonenses fora da força de trabalho (67,7% e 602 mil), do que entre aqueles que já têm seu emprego (34,5% e 560 mil). Em linhas gerais, avança conforme a faixa de renda, até chegar ao grupo de amazonenses que recebem de 2 a 3 salários mínimos mensais (54,2%) – para cair, daí por diante. Mas, não apresenta diferenças significativas entre “brancos” (47,6%), “pretos” (47,7%) e “pardos” (46%).

Lanche e TV

O sedentarismo é acompanhado de passatempos passivos, como assistir TV. A sondagem informa que 18,5% dos amazonenses maiores de 18 anos (ou 491 mil pessoas) tinham o hábito de fazer isso ao menos três horas por dia, em 2019. O percentual, contudo, ficou aquém da média brasileira (21,8%). Predominam as mulheres (20,2% e 276 mil) e os “brancos” (19,8% e 87 mil), além de pessoas com mais de 60 anos (21,2% e 89 mil), com o ensino fundamental completo (20,9% e 94 mil) e renda superior a cinco mínimos mensais (23,8% e 17 mil), ou mesmo fora da força de trabalho (24,3% e 215 mil). 

Em paralelo, 1,4% dos amazonenses adultos (38 mil) revelaram ao IBGE que costumam trocar o almoço por sanduíches, salgados ou pizzas. Também foi um índice bem mais baixo (2,1%) do que registrado pela média nacional, situando o Estado entre as últimas posições. O mesmo se dá no consumo de outras “besteiras”, como alimentos doces (8,4% e 224 mil), mas os refrigerantes são ponto fora da curva: Amazonas (9,7% e 257 mil) e Manaus (10,9% e 169 mil) ficaram acima do número brasileiro (9,2%), neste caso.

O levantamento do IBGE aponta ainda que o típico amazonense que gosta de trocar a alimentação tradicional pelo fast food tem de 18 a 24 anos de idade (1,9% e 15 mil), é homem (1,7% e 22 mil), “branco” (2% e 9.000), ocupado (1,7% e 27 mil), conta com o ensino médio incompleto (1,9% e 8.000) e rendimento mensal acima de cinco salários mínimos (5,8% e 4.000).

Fisicamente ativos

A pesquisa do IBGE considerou que indivíduos fisicamente ativos no lazer são aqueles que realizam qualquer prática de atividade física fora do âmbito da escola ou trabalho, por exemplo, por mais de 150 minutos para as consideradas moderadas ou 75 minutos para as classificadas como vigorosas na semana. São exemplos de atividades físicas moderadas: caminhada, musculação, hidroginástica. Já corrida, basquete, futebol, ginástica aeróbica e tênis são tidos como atividades vigorosas.

A proporção de amazonenses adultos que praticaram o nível recomendado de atividade física no lazer foi de 30,2% (804 mil pessoas), ficando próximo da média brasileira – que avançou de 22,7% para 30,1%, entre 2013 e 2019. As unidades federativas com os melhores índices foram Distrito Federal (42,7%), Amapá (36,1%) e Rio Grande do Norte (33,9%), enquanto Rondônia (24,9%), Rio Grande do Sul (26%) e Santa Catarina (26,8%) figuraram no rodapé da lista. O número foi um pouco maior em Manaus (31,1% ou 482 mil), que também se situou entre os menores patamares das capitais.

No domínio das atividades domésticas, por outro lado, o IBGE estima que 13,9% dos adultos residentes no Estado (370 mil) praticavam atividade física por no mínimo 150 minutos semanais, tais como faxina pesada ou atividades que requerem esforço físico intenso. Foi um percentual abaixo da média nacional (15,8%) de um ranking encabeçado por São Paulo (18,9%), Goiás (18,8%) e Tocantins (17,3%). As mulheres são maioria, tanto no Amazonas (15,8%), quanto na média do Brasil (21,8%), sendo que o desnível em relação aos homens (9,1% e 11,9%, respectivamente) é maior neste último.

No Amazonas, a prática recomendada de atividade física no lazer era mais usual entre os homens (36,2% e 467 mil), do que entre as mulheres (24,6% e 337 mil). Afrodescendentes (32,8% e 44 mil) superam “brancos” (30,5% e 134 mil) e “pardos” (30,1% e 608 mil). O gosto pela atividade física aumenta conforme o nível de instrução – sendo a preferência de 44,3% dos que têm o superior completo (154 mil) – e renda – pessoas com ganhos superiores a cinco mínimos apresentaram taxa de 48,5% (34 mil) –, mas foi maior também entre os desempregados (45% e 66 mil).  

Lazer virtual

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, ressalta que o sedentarismo tem uma presença muito forte na população, e que a tecnologia e as opções de lazer virtual estão cada vez mais colaborando com essa postura. E, segundo o pesquisador, geralmente as pessoas praticam atividade física apenas quando são incentivados por alguma ocorrência médica ou física. 

“Já a assistência à TV, além de promover o sedentarismo, toma tempo que seria precioso para outras atividades mais saudáveis. O consumo de doces é um indicador que leva muitas vezes à presença da obesidade entre a população e já há percentual bem significativo de pessoas que admitiram consumir com frequência. A boa notícia é o baixo percentual dos que substituem o almoço por lanches”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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