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Saúde e bem-estar: serviços domiciliares estão em alta

Andréia Leite

O brasileiro tem se preocupado cada vez mais com a saúde e bem-estar. Prova disso é a expansão no número de serviços voltados para o atendimento domiciliar que apresentam sinais positivos no mercado. Segundo o Nead (Núcleo Nacional de Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar), somente entre 2019 e 2020, a procura pelo modelo aumentou em 15% no país. 

Manaus segue essa tendência, os serviços vão de massagens terapêuticas a cuidados paliativos e até mesmo partos têm sido solicitados por pacientes que preferem a segurança e a privacidade do lar a salas de hospitais e clínicas.

Vale lembrar que esse tipo de demanda ganhou impulso na pandemia, quando as redes pública e privada de saúde viviam lotadas de infectados pela Covid-19.

Para além da pandemia, a enfermeira Helena Lúcia, gestora da Doctor Home em Manaus, afirma que os atendimentos domiciliares já estavam caminhando para uma maior demanda, motivados pelo envelhecimento da população. Uma projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prevê que, em 2060, um quarto da população (25,5%) será de pessoas com mais de 65 anos.  “Com o envelhecimento populacional, as pessoas estão vivendo mais e, por consequência, são acompanhadas por mais doenças crônicas. Essas enfermidades, muitas vezes, precisam de constantes cuidados paliativos. E esse trabalho não necessariamente tem que ser em ambiente hospitalar”, afirma.

Segmentos

Outros setores que ganham impulso em atendimentos domiciliares são aqueles mais voltados para o bem-estar do indivíduo, como a massagem terapêutica (massoterapia) e estética. Enquanto o brasileiro, em especial as mulheres, já tinham o costume de receber em casa manicures e pedicures, esse mesmo comportamento tem sido ampliado para outros serviços. 

Desde que a mãe teve Covid, a autônoma Meire Campos, aderiu ao tratamento de massagens em domicílio. Segundo ela,  os serviços ajudam as sequelas causadas pelo vírus que faz a mãe de 71 anos sentir dores constantes. “Além da fisioterapia em casa, a gente fechou um pacote mensal para os serviços de massagens terapêuticas. Tem funcionado muito e ajudado o corpo no processo de recuperação. As massagens são relaxantes e amenizam a dor”, garantiu. 

A dentista Caroliny Tavares, é adepta da massoterapia, conta que a busca pelo serviço foi devido a dores por movimentos repetitivos e carga alta de trabalho. Dores nas costas, cervical, lombar e punho. “O serviço domiciliar pra mim é o melhor, pela facilidade de horário e conforto da minha casa. Então nota mil”, avaliou. 

O egresso do curso técnico em massoterapia do Centec, Marcos Venícius Souza, ressalta que o aumento do atendimento domiciliar também é percebido no setor; e destaca um benefício para os profissionais, especialmente aos iniciantes: a possibilidade de redução de custos nos serviços.

“O atendimento domiciliar está em expansão e só tende a aumentar. Primeiro pelo baixo custo para o terapeuta, por não necessitar investir em um espaço físico logo no começo da carreira, e segundo porque muitos pacientes ainda se sentem mais seguros sendo atendidos em casa, um reflexo da pandemia”, comenta o profissional. 

Capacitação

Com a perspectiva de aumento na demanda por esses serviços, o Centec (Centro de Ensino Técnico), na capital do Amazonas, vem aumentando a oferta de formações específicas para esse fim, como as especializações em Atendimento Domiciliar e Saúde do Idoso, voltadas para técnicos em enfermagem. A professora Aline Melo, do curso de cuidador de idosos, destaca alguns benefícios para os pacientes.

“Para quem está recebendo algum tratamento, é muito vantajoso, pois diminui gastos com deslocamento, por exemplo, mas, principalmente, por permitir um atendimento de saúde reabilitador no conforto de casa, perto da família. Isso faz toda a diferença na recuperação”, comenta a especialista.

Estudante do curso técnico de enfermagem no Centec, Fabiane Gusmão já trabalha com atendimentos domiciliares em Manaus. “A procura por esses serviços está cada vez maior. Infelizmente, o que falta são profissionais qualificados, o deficit é grande. No ensino tradicional, muitas vezes os estudantes aprendem apenas a lidar com o ambiente hospitalar, por isso a especialização para o espaço domiciliar é importante”, conta.

Por dentro

Hoje o Brasil perde apenas para os Estados Unidos quando o assunto é bem-estar, estética e saúde. A facilidade em  obter um tratamento aumentou por conta do número de espaços que oferecem estes serviços, além da opção de atendimento domiciliar.

O mercado é promissor no Estado e esse impulso tem despertado o interesse de novos empreendedores e organizações já existentes, pela grande procura por serviços estéticos desde os mais baratos aos mais caros.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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