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Sanjay Parvani inaugura Mural Living

Para 2021, a Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) projeta melhores níveis de ocupação desses estabelecimentos bem superiores a 2020, mas destaca que a vacinação contra a covid será determinante para a volta completa das atividades dos meios de hospedagem.

De olho nessa melhora e no retorno à normalidade, o empresário Sanjay Parvani acaba de inaugurar, no Centro de Manaus, o Mural living, à rua Dr. Moreira.

Mais interessante que a inauguração é a história do prédio, construído pelo pai de Sanjay como reflexo do boom da economia em Manaus pela expansão da Zona Franca, no início da década de 1970.

A relação da família Parvani com Manaus, porém, começou bem antes. Quando o Paquistão se tornou independente da Índia, em 1947, os conflitos se acentuaram na região entre os dois países, onde nasceu Bhagwandas Parvani, pai de Sanjay. Por conta disso, Thanwerdas, pai de Bhagwandas, se mudou com a família para o Panamá onde mantinha negócios. Bhagwandas tinha apenas dez meses. Do Panamá, Thanwerdas fornecia mercadorias para clientes tradicionais, que mantinha em Manaus, e assim prosperou.

Em 1969, sabendo da criação da Zona Franca na capital amazonense, Bhagwandas, então com 22 anos, se mudou para cá e aqui começou seus negócios.

De olho nos turistas que invadiram a cidade, a partir de 1970, em busca dos produtos importados, Bhagwandas não pensou duas vezes para começar a construir um hotel, em outubro de 1973. Exatamente dois anos depois, em outubro de 1975, o Hotel Internacional foi inaugurado.

Apostando no turismo

“Inicialmente meu pai investiu no comércio, sua atividade principal, mas depois inaugurou uma fábrica no Distrito Industrial, produzindo toalhas de mesa, produtos plásticos e árvores de Natal, atendendo a grandes redes varejistas do país”, contou Sanjay.

Enquanto isso, o Hotel Internacional, localizado numa das ruas que abrigavam dezenas de lojas onde eram vendidos os produtos importados da Zona Franca, vivia lotado de turistas de compras. Foi assim de 1975 a 1983.

“Depois ele o arrendou, para poder se dedicar melhor às suas outras atividades. De 1983 a 2019, exceto num período da década de 1990, quando foi usado para o comércio, o hotel teve várias administrações. Em 2020, por conta da pandemia, foi fechado, quando, então, resolvemos reassumí-lo. Promovemos uma restauração total na edificação, que ganhou um novo nome”, falou.

Seguindo a máxima de que é nas dificuldades que aparecem as oportunidades, Sanjay buscou trazer uma proposta nova, descontraída e atual para o hotel visando atender uma demanda ainda existente de hospedagem no Centro de Manaus, e de olho no potencial turístico, que deve voltar para a cidade.

Grafite de Fernando Gardepan, na parede externa
Foto: Divulgação

Mural não só é o nome do hotel, como faz parte da proposta da temática urbana e arte de rua com que Sanjay pretende marcar o estabelecimento, bem como a palavra tem o mesmo significado em português, espanhol e inglês. Os murais, pintados por artistas de Manaus e de fora, decoram as áreas internas do hotel e o maior de todos, destacado numa das paredes externas do prédio, traz a assinatura de Fernando Gardepan.

“A mudança de nome também representa a ‘virada de chave’ do antigo Internacional para o atual Mural”, destacou.

Murais decoram várias áreas do hotel
Foto: Divulgação

Grafiteiros do FAW

O hotel possui várias opções de hospedagem, desde o serviço de ‘apartamento grafitt’, com quartos que oferecem estrutura e serviços de hotel, podendo ser single, double ou triple; e apartamentos exclusivos ‘pet friendly’, uma opção para quem gosta de viajar e não abre mão de levar o seu melhor amigo de quatro patas.

A novidade fica por conta do ‘apartamento urbana’, um conceito que atende ao público feminino, visando a preocupação em oferecer uma opção de hospedagem com mais conforto, segurança e privacidade, além de benefícios exclusivos para as hóspedes que viajam sozinhas. São três quartos, num único andar, exclusivos para mulheres.

Quartos exclusivos para mulheres
Foto: Divulgação

O ambiente apresenta muitas cores, alegria e proporciona a sensação de se estar em casa, disponibilizando vários espaços instagramáveis. Chama a atenção, a fachada do hotel, original, de quase 50 anos atrás, mas atual, inspirada na arquitetura européia, com formas geométricas feitas em blocos de concreto, diferente das apresentadas hoje, desenhadas, apenas imitações.

De 05 a 10 de maio, grafiteiros locais, nacionais e internacionais se reunirão em mais uma edição do FAW (Festival Amazônia Walls). Nesta edição, a parede lateral da penitenciária Raimundo Vidal Pessoa, na av. Sete de Setembro, e duas empresas no Centro, ganharão as cores da Street Art. Todos os grafiteiros que vierem de outros estados e países ficarão hospedados no hotel.

“Num momento em que Manaus está praticamente sem turistas, é uma emoção ingressar e retornar a essa atividade, especialmente quando a cidade precisa que continuemos acreditando no seu potencial afinal, a capital amazonense sempre teve, e por merecimento, destaque na história econômica e cultural do país, e ainda tem muito mais a oferecer”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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