Os investimentos de US$ 300 milhões de quase 11 anos (1996-2007) feitos pela Samsung SDI Brasil no PIM (Pólo Industrial de Manaus) estão ameaçados. Em nota distribuída à imprensa, a empresa apresentou posição de total discordância em relação à mudança do PPB (Processo Produtivo Básico), que prevê a abertura para a importação de insumos para produção de cinescópio, componente de televisores CRT (tubo de imagem). De acordo com a indústria coreana, a mudança nas regras de produção facilitaria a entrada de cinescópios fabricados principalmente pela China e Indonésia.
A proposta de alteração, que tramita na Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), foi feita pela LG Philips Displays Brasil, concorrente da Samsung. Segundo o gerente de vendas da empresa, Mário Cupello, atualmente as empresas fabricantes de cinescópio podem importar os componentes semi-acabados para televisores de 29 polegadas, fazendo na unidade local apenas o encaixe elétrico.
Mas, com a modificação do PPB, as empresas poderiam passar a importar também cinescópios para televisores de 14, 20 e 21 polegadas.
“A mudança do PPB traria prejuízos para Samsung em termos de custo operacional, uma vez que a empresa trabalha com processo produtivo completo. Para reduzir esses custos teríamos que importar os cinescópios para estes tamanhos de televisores, o que provocaria a demissão de centenas de trabalhadores”. Hoje, a Samsung garante mil empregos diretos e aproximadamente 500 postos de trabalho indiretos.
O desempenho das indústrias de cinescópio da ZFM (Zona Franca de Manaus) não é o dos melhores neste ano. Segundo os indicadores de desempenho industrial da Suframa, no primeiro semestre de 2007, a produção de componentes para televisores caiu 33,01%, ante o mesmo período do ano passado. Foram produzidos no acumulado de 2007, 3,68 milhões de unidades, contra 5,50 milhões até junho de 2006. Juntas, as fabricantes faturaram US$ 192.49 milhões, sendo que quase a totalidade das vendas fica no Pólo Industrial de Manaus.
