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Salto inédito do alto da gigante da Rádio Baré

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Na tarde de hoje os moradores do Japiim, nas imediações do Jornal do Commercio, viverão momentos de tensão com um espetáculo que durará apenas alguns segundos. O paraquedista e base jumper Stanley Willian irá saltar da torre da Rádio Baré, a mais alta de Manaus, localizada no terreno do JC.

Stanley foi matéria do JC em 11 de março do ano passado e a torre, em 11 de agosto de 2017, quando estava prestes a ser inaugurada.

Stanley sempre teve paixão pelo paraquedismo. Quando tinha 13 anos a mãe o colocou numa escolinha de futebol, mas ele mudava a rota e ia para o Aeroclube.

“Da escolinha eu via os paraquedistas e um dia fui até lá. E continuei indo, no começo só olhando, depois varrendo o chão, com o tempo ajudando a guardar os paraquedas, e o pessoal começou a gostar de mim”, lembrou ele na matéria, no ano passado.

“Uns dias eu deixei de ir e o pessoal foi bater lá em casa, atrás de mim. Só então minha mãe soube das minhas idas ao Aeroclube e deixou que, com 14 anos, eu saltasse pela primeira vez, há 30 anos”, contou.

Mas hoje, a partir da torre da Rádio Baré, Stanley não irá saltar de paraquedas, mas de base jumping.

Base jumping é uma modalidade de esporte, por sinal, um dos mais perigosos do mundo, no qual o praticante salta de prédios, antenas, pontes e penhascos usando um paraquedas apropriado para abertura a baixas altitudes.

BASE significa Building (prédio), Antenna (ou torre), Span (ponte) e Earth (terra, montanhas, penhascos).

Stanley costuma ir à Suíça, o paraíso dos base jumpers, realizar seus saltos nas altas montanhas daquele país, mas em Manaus ele já saltou da ponte Rio Negro pouco depois dela ser inaugurada, em 2011. Seu salto mais recente foi do alto da Arena da Amazônia, na final do Peladão, em dezembro.

Muito bonita

“Posso garantir que nunca antes, em todo o Norte e Nordeste, foi realizado um salto de uma antena. Existem pouquíssimos base jumpers no Brasil e sabemos das ações, uns dos outros. Saltar da antena da Rádio Baré será um privilégio para mim”, falou.

O amor pela antena da rádio pioneira do Amazonas foi à primeira vista, e aconteceu, coincidentemente, do alto, num dos saltos de paraquedas de Stanley.

“Eu realizei um salto a partir da Base Aérea e, enquanto descia, vi a antena e a achei muito bonita, a mais bonita de Manaus. Foi aí que comecei meus contatos com vocês para obter a autorização para o salto, que agora aconteceu”, contou.

Na segunda-feira Stanley esteve na redação do JC dando uma entrevista para o ‘JC às 15’ e aproveitou para conhecer de perto a gigante de aço de Manaus.

“Não vou saltar do topo porque tem uma antena lá. Para não causar nenhum dano. Mas calculei duas alturas: numa base com 85m de altura e na outra com 100m. No dia do salto vou verificar as condições do vento e escolho de qual altura irei saltar”, adiantou.

A transmissão do salto será feita ao vivo pelo JC Play, canal de vídeo no portal do Jornal do Commercio.

“Chegarei aqui às 15h para fazer os preparativos. Por volta das 16h começarei a subida na antena. Irei acompanhado de um assistente e outro ficará aqui em baixo. Cada um de nós terá uma câmera para registrar o momento, que deverá durar menos de dez segundos”, adiantou.

Gigante de Manaus

A torre da Rádio Baré foi concluída em 10 de agosto de 2017 e inaugurada oficialmente no dia 5 de setembro daquele ano, aniversário de 79 anos da rádio. Ela foi montada pelo goiano Adelimar José Coelho e sua equipe de três ajudantes. Na época, Adelimar já tinha 25 de experiência na supervisão de montagem de torres pelo Brasil.

Adelimar garantiu que a torre era a mais alta de Manaus, possuindo 132 metros de altura, o que corresponderia a um prédio de 44 andares (vale ressaltar que os prédios de Manaus têm no máximo 20 andares).

São 120 metros de torre, mais 12 de tubulação onde está instalada a antena da rádio. A estrutura metálica possui quatro bases, cada uma distante onze metros da outra, e com 1,5m por 1,5m de largura, mais onze metros de profundidade. Cada uma dessas bases recebeu mais de oito caminhões de concreto, bem como cada um dos pés da torre é reforçado com quatro parafusos de duas polegadas e 1,5m de tamanho.

Na construção foram utilizadas milhares de peças de aço com pesos que variavam de 1kg, mais para o alto, a 385kg, localizadas junto à base, mesmo assim tendo que ser içadas com guindaste elétrico.

Os quatro homens que atuaram na montagem da torre trabalharam diariamente, das 7h às 19h, sob sol escaldante, só descendo para comer, durante 25 dias.

No final, a gigante de aço ficou pesando 44 toneladas, com capacidade de aguentar ventos de mais de 100km/h. É uma torre autoportante (se mantém por si só) sem a necessidade de cabos de aço (estaiada).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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