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Saldo de empregos volta a crescer no interior do AM em junho

O saldo de empregos formais voltou a crescer no interior do Amazonas, pelo quarto mês seguido, entre maio e junho. Na série com ajuste, as contratações (+1.107) superaram as demissões (-813), com a criação de 294 postos de trabalho com carteira assinada –em número pouco superior ao do mês anterior (277). O acréscimo sobre o estoque anterior foi de 0,75%. O desempenho, no entanto, perdeu novamente de longe pelo dado registrado em Manaus (+5.129 e +1,18%) –que mais uma vez sustentou a alta do Estado (+5.423 e +1,27%).

O número de cidades amazonenses com mais admissões do que desligamentos na variação mensal foi de 32, praticamente empatando com a estatística apresentada em maio deste ano (33), mas com resultados novamente irrisórios na maior parte das localidades. Ao menos 15 foram na direção contrária e as 14 restantes estagnaram –contra 13 e 15 no mês anterior, respectivamente. Os dados são da edição mais recente do ‘Novo’ Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

No semestre, o desempenho do interior na geração de vagas celetistas se manteve no campo positivo, em sintonia com o Estado e a capital. Enquanto Manaus conseguia gerar 11.886 vagas com carteira assinada entre janeiro e junho de 2021, correspondendo a 92,98% do total do Amazonas (12.783), os demais municípios amazonenses responderam pela fatia restante, ao criar 897 postos de trabalho formais, dado o predomínio das admissões (+5.626) sobre os desligamentos (-4.729).

No acumulado de 12 meses, os municípios do interior do Amazonas apresentam acréscimo de 1.323 empregos com carteira assinada, graças a um total de contratações (+11.676) também acima dos desligamentos (-10.353). Em paralelo, a capital amazonense já acumula 37.864 postos de trabalho formais, correspondendo a 96,62% do total gerado pelo Estado (39.187), no mesmo período.

Estoques dos municípios

Entre as 32 localidades amazonenses que conseguiram contratar mais do que demitir, apenas 9 conseguiram saldo de dois dígitos no número de vagas registradas na variação mensal, na série sem ajustes –contra 11, no mês anterior. Iranduba (+80 vagas e alta de 3,99% diante de maio), Itacoatiara (+64 e +1,35%) despontaram à frente. Em compensação, apenas dois municípios apresentaram cortes de dois dígitos em números absolutos: Manacapuru (-42 e -1,32%) –revertendo ganho anterior –e Rio Preto da Eva (-25 e -2,83%). 

Em seis meses, 40 municípios do interior amazonense ficaram no azul e 17 no vermelho, enquanto 4 estagnaram –contra 35, 23, e 3 no mês anterior. Humaitá (+168 e +8,35%), Iranduba (+148 e +4,96%) e Presidente Figueiredo (+117 e +4,02%), Itacoatiara (+110 e +2,35%) e Manacapuru (106+ e +3,51%) lideraram a lista de criação de empregos formais. No outro extremo, as maiores perdas se concentraram em Santo Antônio do Içá (-31 e -21,68%), Maués (-28 e -1,41%), Codajás (-16 e -20,78%) e Alvarães (-13 e -17,81%).

Em termos de estoque de empregos com carteira assinada, excluída a capital (398.397), o somatório dos sete maiores municípios do Amazonas ainda responde por mais de 50% de todo o volume de empregos com carteira assinada contabilizados no interior (37.109), em junho. A lista inclui Itacoatiara (4.808), Manacapuru (3.127), Presidente Figueiredo (3.030), Tabatinga (2.758), Parintins (2.440), Humaitá (2.173) e Iranduba (2.050). 

Comércio e construção

Assim como ocorrido nos dois meses anteriores, todos os cinco setores econômicos pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos no Amazonas, na passagem de maio para junho. Desta vez, o interior conseguiu acompanhar a média do Estado e também conseguiu fechar o mês com todas as atividades no azul. O melhor desempenho, em termos absolutos, veio mais uma vez do comércio, que ampliou sua base de empregos com a criação de mais 95 vagas celetistas. Foi seguido por construção (+69), serviços (+63), agropecuária (+53) e indústria (+14) –revertendo o dado negativo de maio (-6). 

No acumulado dos seis meses iniciais deste ano, indústria em geral (-27) e construção (-3) seguem com retrações nos estoques de empregos. Na outra ponta, a melhor performance em termos de geração de postos de trabalho com carteira assinada no período ainda está no setor de serviços (+521), que foi seguido de longe por comércio (+268) e agropecuária (+138).

Líderes de crescimento na variação mensal, Iranduba e Itacoatiara tiveram dinâmicas diferentes. O primeiro foi alavancado por indústria (+74 posto de trabalho), construção (+38) e serviços (+30), com dados positivos para as outras duas atividades também. O segundo foi impulsionado especialmente por serviços (+99) e agropecuária (+60), além de construção (+23), mas extinguiu empregos em indústria (-46) e comércio (-26). 

Municípios que se saíram melhor no acumulado do ano, como Humaitá, foram alavancados também por construção (+71), serviços (+69) e comércio (+28) –com número negativo apenas em indústria. Presidente Figueiredo foi lastreado por indústria (+76) e agropecuária (+60) –com dados negativos para comércio e construção –e o impulso celetista de Manacapuru veio das atividades de serviços (+54) e indústria (+45) –com recuo apenas em construção. 

Diferencial na distância

O presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, atribuiu os resultados negativos acumulados para construção e indústria aos efeitos da cheia recorde deste ano. O economista reforçou, contudo, que a dinâmica de geração de empregos no interior segue em ponto morto e aquém do necessário para acompanhar o crescimento vegetativo das populações dos municípios, especialmente nos municípios mais distantes, “carentes de atenção e fomento”.

Evangelista observa que, de uma forma geral, os municípios que apresentam melhores resultados estão na RMM (Região Metropolitana de Manaus) –com uma das raras exceções em Humaitá e seu agronegócio –sendo alavancados por micros e pequenas empresas atuantes em comércio e serviços, além de investimentos pontuais de indústrias de beneficiamento de matérias-primas regionais e mineradoras. 

“Mês a mês, a situação se repete. Municípios mais próximos da capital ganham mais atenção e investimentos. Já a movimentação da economia das localidades mais isoladas ainda depende muito dos contracheques das prefeituras. Mas, vejo que o agronegócio está crescendo muito e pode gerar mais oportunidades para essas populações. Estão vindo muitos investimentos para o setor, que tende a superar o comércio e até ficar ‘pau a pau’ com a indústria, em um futuro próximo”, concluiu. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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