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Saldo de empregos melhora no interior do Amazonas em março

O interior do Amazonas voltou a retirar seu saldo de empregos formais do vermelho, em março, após a estagnação de fevereiro e os três anteriores de eliminação de vagas. As contratações (+970) superaram as demissões (-747), com a criação de 223 postos de trabalho com carteira assinada. Os dados são da edição mais recente do ‘Novo’ Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Foi diferente do ocorrido no mês anterior, quando os municípios amazonenses praticamente empataram em termos de admissões (+708) e desligamentos (-707), com a criação de um único e escasso emprego formal. Mas, o desempenho seguiu aquém do registrado por Manaus, que despontou com um saldo positivo de quatro dígitos (+1.632 vagas e 0,42% de expansão sobre o estoque anterior), sustentando a alta do Estado (+1.855 e +0,44%). 

O número de cidades amazonenses com mais admissões do que desligamentos chegou a 27, ficando acima da estatística de fevereiro deste ano (15) e com resultados novamente irrisórios na maior parte das localidades. Em grande parte delas, a geração não passou de um par de postos de trabalho, embora as demissões também tenham sido mais acanhadas. Ao menos 22 foram na direção contrária e as 12 restantes estagnaram – contra 31 e 15 no mês anterior, respectivamente.

Desta vez, o desempenho na criação de vagas celetistas permitiu ao interior acompanhar o Estado e a capital e fechar o acumulado do ano no azul, na série com ajustes. Enquanto Manaus conseguia gerar 2.456 vagas com carteira assinada no trimestre, chegando perto da média global do Amazonas (+2.555), os municípios conseguiram saldo positivo de 99 postos de trabalho formais, dado o predomínio das admissões (+2.524) sobre os desligamentos (-2.425). 

Estoques e setores

Entre as localidades amazonenses que conseguiram contratar mais do que demitir, apenas nove conseguiram saldo de dois dígitos no número de vagas registradas na variação mensal, com Coari (+74 vagas e alta de 5,71% ante fevereiro) e Manacapuru (+68 e +2,26%) e Presidente Figueiredo (+37 e +1,26%) à frente. Em contraste, os municípios que mais demitiram foram Boca do Acre (-16 e -1,06%), Parintins (-13 e -0,55%) e Iranduba (-11 e -0,58%). 

No trimestre, 20 municípios do interior amazonense ficaram no azul e 30 no vermelho, enquanto 11 estagnaram – contra 22, 31, e 8 no mês anterior. Humaitá (+138 e +6,86%) liderou a lista de criação de empregos formais, com o único número de três dígitos da lista. Foi seguido por Presidente Figueiredo (+69 e +2,37%) e Manacapuru (+56 e +1,85%). No outro extremo, despontaram Parintins (-49 e -2,03%), Iranduba (-36 e -1,86%) e, Coari (-29 e -2,07%) e Maués (-28 e -1,41%).

Excluída a capital, os seis maiores municípios do Amazonas em termos de estoque de empregos com carteira assinada continuam respondendo por mais de 50% de todo o volume de empregos com carteira assinada contabilizados no interior (36.327 ocupações, em março): Itacoatiara (4.701), Manacapuru (3.182), Presidente Figueiredo (3.047), Tabatinga (2.786), Parintins (2.383) e Humaitá (2.108).

Serviços e agronegócios

Todos os cinco setores econômicos pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos no Amazonas, na passagem de fevereiro para março. No interior, entretanto, a criação de empregos veio apenas dos setores de serviços (+150 vagas celetistas), comércio (+82) e agropecuária (+51). Na outra ponta, as atividades com cortes de postos de trabalho foram construção (-15) e indústria (-5) – que foi puxada para baixo pelos segmentos de transformação e de eletricidade e gás. 

Assim como ocorrido com os dados globais do Estado, o comércio (-71) foi o único setor econômico do interior a apresentar destruição de empregos no interior, no acumulado dos três primeiros meses do ano. Na outra ponta estão os setores de serviços (+233), de construção (+100), de agropecuária (+52) e de indústria (+15), que alcançaram saldos positivos no mesmo trimestre.

O presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, reforça que a questão de empregos no interior é sempre imprevisível e se reflete na oscilação dos indicadores, já que a economia da maioria dos municípios depende do “contracheque das prefeituras” para ser movimentada, além de pequenos negócios envolvendo comércio e serviços – e, atipicamente, poucas indústrias e mineradoras.

“Porém, há uma tendência de novos investimentos em agronegócios, uma vez que temos uma consonância com as questões ambientais. Pudemos ver isso nesta mais recente reunião do Codam [Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas], onde tivemos dois projetos aprovados. Isso reflete na empregabilidade. Mas, o órgão ambiental é muito travado e demora muito para aprovar o licenciamento e acaba fazendo o investidor se desinteressar. É um desafio que esperamos que seja vencido”, arrematou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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