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Salas de cinema para gamers

O que sobra para uma sala de cinema em um período no qual as estreias são canceladas e a concentração de pessoas é proibida? Para algumas redes dos Estados Unidos e Coreia do Sul, o caminho para manter um pouco de lucratividade foi alugar os espaços para gamers, ao velho estilo das antigas locadoras do Brasil mas, claro, com telas gigantescas e som de altíssima qualidade, além de valores bem mais altos.

Os espaços são locados por famílias e grupos de amigos, com uma lotação máxima de quatro pessoas e período mínimo de duas horas. A CGV, maior rede de cinemas da Coreia do Sul, cobra a partir de US$ 90 por duas horas de jogo durante o dia, um valor de cerca de R$ 480; à noite, o preço mínimo é de US$ 135, cerca de R$ 730, em uma métrica de precificação semelhante às dos próprios ingressos de cinema. Ainda, cabe aos próprios jogadores levarem seus consoles, jogos e acessórios de casa.

Conforme revelou reportagem da BBC, a medida acompanha a evolução da indústria de games em si, com gráficos cada vez mais belos, histórias cinematográficas e grandes cenas de ação, acompanhadas de um som de alta fidelidade —exatamente o que os cinemas oferecem para os filmes. Além disso, pode ser feito um paralelo com eventos especiais que, no Brasil e em outros países, incluem a transmissão de shows, partidas de futebol, eventos e, porque não, campeonatos de games, que se aproveitam da mesma qualidade e tecnologia para fornecer uma experiência diferente aos espectadores.

Na CGV, desde o início de 2021, já foram 130 reservas, pouco em relação ao faturamento usual de uma rede de cinema deste tamanho, mas também alguma coisa, de forma a combater a crise. Nos Estados Unidos, a cadeia de salas Malco também investiu na ideia, com aluguéis a partir de US$ 100, aproximadamente R$ 540, e períodos mínimos de duas horas de jogo. Os grupos, aqui, são maiores, com até 20 pessoas, mas os executivos não parecem tão empolgados com os ganhos.

Tanto que, antes dos games, certas cadeias de cinema americanas tiveram a ideia de alugar suas salas para sessões particulares. Além disso, o delivery de pipoca, doces, refrigerante e outros produtos da bomboniere também se tornou uma alternativa para quem deseja reproduzir a experiência das salas em casa com o máximo de fidelidade. Ainda assim, para todos, desde espectadores até funcionários e dirigentes das redes, nada substitui os tempos das grandes estreias e salas lotadas.

Os dados citados pela reportagem mostram o tamanho desse rombo, com uma queda de 71% na venda de ingressos durante a pandemia. A indústria de cinema, que já vinha em queda e acumulou US$ 42,5 bilhões em 2019, apenas nos Estados Unidos, chegou a apenas US$ 12,4 bilhões em 2020, enquanto redes buscam apoio do governo para manter as portas abertas enquanto esperam o fim da pandemia ou procuram investidores para que não tenham que declarar falência.

Esse também deve ser um ano difícil, mas como todos, as redes de salas esperam que a pandemia esteja no começo de seu fim. Enquanto isso, o aluguel de salas, as sessões fechadas e, principalmente, as jogatinas na tela grande servem como uma lembrança do que antes era possível fazer e, também, como a entrada de, pelo menos, algum dinheiro em caixa.

Foto/Destaque: Divulgação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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