A decisão da Petrobras de ampliar os desinvestimentos no Amazonas mostra a realidade no mercado de petróleo e gás com a necessidade de as empresas buscarem otimizar a competitividade. O presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas, Francisco Mourão Jr, lembra que existe uma questão imperativa de mercado que impulsiona as decisões da empresa.
“A Petrobras é uma estatal que se encontra com problemas de capital e quer fazer investimentos em outros segmentos principalmente no pré-sal. É preciso lembrar que a Petrobras é uma empresa de capital misto. Ela necessita de lucro e observar os interesses dos acionistas”, argumenta o economista.
Mourão lembra ainda que quem comprar as concessões da Petrobras vai continuar com os investimentos. “Os poços não estão parados e não vão ficar parados”, explicou.
A opinião é de certa forma compartilhada com o senador Eduardo Braga que observa um avanço na estratégia da empresa de reduzir investimentos no Amazonas.
“A Petrobras já vendeu a operação do gasoduto para a francesa Enge, está vendendo a refinaria Isaac Sabbá e agora anuncia – o que não é surpresa – a venda de toda a bacia produtiva gasífera do Amazonas, que envolve Urucu e suas reservas de gás”, disse.
O senador acrescenta que há pelo menos dez anos a Petrobras não investe mais no Amazonas. “É importante que o Estado dê demostração de que continua atrativo para investimentos de petróleo, gás e energia”, afirmou. Braga acrescenta que o setor de petróleo de óleo e gás é importante para o PIB amazonense e as receitas estaduais.