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Sacaria biodegradável é estímulo ao setor de fibras do Amazonas

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Projeto piloto que propõe utilização de sacaria biodegradável de juta/malva anima cadeia produtiva no interior do Amazonas. O plano ganhou força com a moção encaminhada no início do mês, pela CSFN (Câmara Setorial de Fibras Naturais) à ministra da agricultura, pecuária e abastecimento, Tereza Cristina. Além de estimular o setor de juticultura no Amazonas, o projeto prever a substituição dos sacos plásticos utilizados para o transporte de milho, utilizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).   

Segundo o especialista em gerenciamento a informação ao agronegócio, Thomaz Meirelles, a ideia do projeto foi aprovada em 2013, mas, sem nenhuma tentativa de compra de sacarias biodegradáveis. Ele explica, que por se tratar de um produto poluidor, a substituição do saco plástico por sacaria de juta e malva irá contribuir para uma produção mais sustentável, além de estimular o desenvolvimento do setor e da economia no interior do estado.

“O governo federal usa saco de plástico para embalar o milho que a Conab vende. A sacaria de plástico depois de utilizada gera perigo ao meio ambiente. O plástico é um produto poluidor. Somente em 2013 a Conab autorizou o uso de sacaria de juta/malva. O uso sacaria de juta e malva é importante devido à questão da sustentabilidade quando descartada não vai poluir. O segundo ponto é o estímulo de toda uma cadeia produtiva que vai do juticultor à indústria. Você estimula uma economia no interior do estado que já foi muito forte”, disse.

Para o titular da Sepror (Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade) Petrucio Magalhães Júnior, aprovação do projeto estimula a produção local e reduziria a importação de fibras de outros países. “Seria de grande importância para a economia do Amazonas, em especial aos municípios com potencial na produção de juta e malva, se o governo federal passasse a utilizar somente sacaria biodegradável no estoque público de milho. Vai estimular a produção local, além de fortalecer tradicionais cooperativas agropecuárias envolvidas nessa atividade”, ressaltou. 

De acordo com Petrucio, o setor de juta e malva no estado está em um processo de declínio e de grande estagnação. A queda do nível de produção anual tem se intensificado nos últimos anos, e a redução de áreas de plantio para sementes e o afastamento de interesse em plantar fibra, têm contribuído para a atual situação do setor. “O Amazonas já chegou a produzir 70 mil toneladas de fibra e isso tem caído anualmente. São vários fatores, desde a ausência de distribuição de semente gratuita por parte do governo, que estamos tentando retomar agora, porque as vezes que essa semente foi distribuída gratuitamente pelo estado, a produção teve alta”, disse.

O secretário explica, que o Plano Safra tem sido uma ferramenta importante de apoio para o estado criar mecanismos para o plantio de semente no Amazonas e estimular a cadeia produtiva no interior. O projeto está sendo retomada com a UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e as cooperativas do setor. A medida segundo, melhora a confiança do produtor e o estimula a plantar.

 "A ideia é retomar o projeto da possibilidade de produzir sementes aqui no estado. Estamos conversando com a Ufam que já tem um projeto nesse sentido. Da mesma forma o pagamento da subversão que estava atrasado a quatro safras desestimulou muito o juticultor. Nosso Plano Safra já vem atualizando o pagamento da subvenção aos juticultores e a compra de sementes no Pará. A propósito, no dia 25 de novembro, o governo deve pagar o restante da subvenção, algo em torno de R$ 2 milhões em Codajás", explicou.

A presidente da Coomapem (Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru Ltda.), Eliana Medeiro do Carmo se mostra muito otimista com a moção encaminhada à ministra Tereza Cristina, e destaca que uma decisão positiva pode dar mais ânimo para o pequeno produtor do interior. 

“Esse projeto é muito importante para o nosso setor. Há anos vimos lutando para que seja aderido pelo governo Federal para fortalecer e incentivar a produção de fibras no estado. Tenho esperança que a Ministra abrace esse projeto. A conab usa saco de plástico para venda de milho no balcão, nosso o projeto é que o governo Federal utilize saco de juta para essa atividade, pelo menos para a região norte. Assim incentiva os nossos produtores”, disse.

Por dentro

A Coomapem surgiu há 50 anos, com o objetivo de explorar de forma sustentável a diversidade da região amazônica. Ela foi formada por 84 produtores da Região do Médio Rio Solimões, que decidiram comercializar fibras de malva e juta, matérias-primas amplamente utilizadas no mercado de sacarias para o armazenamento e embalagem de café, cacau, castanha e outros produtos.

A cooperativa possui estrutura própria para organizar e acondicionar a sua produção. Atualmente contabiliza cerca de duzentos associados em sistema de produção familiar e está presente em nove municípios do estado do Amazonas. 

A cooperativa tornou-se líder nacional na produção das fibras de malva e juta, sendo responsável pelo quantitativo de dez mil toneladas anuais, o que equivale a 50% do que é consumido no Brasil a cada ano. Atualmente, mais de 40 mil pessoas no estado dependem da venda da fibra que dá origem às sacas.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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