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Ruas do Centro de Manaus estão sob pressão novamente

O  nível do Rio Negro ultrapassou a cota de tranbordamento de 29,10 metros nesta segunda-feira(9). Já é possível observar os reflexos da subida das águas em algumas ruas do Centro da capital. Uma das primeiras vias atingidas neste período é a rua dos Barés, localizada próximo a região da feira da Manaus Moderna. Embora os comerciantes que atuam na área acreditem que o nível das águas não atinjam o volume do ano passado, o fenômeno traz preocupação porque representa queda no movimento. 

Alguns comerciantes estão em alerta e seguem de olho no comportamento do rio até que atinjam os seus estabelecimentos, já que o evento ocorre todos os anos. “Não podemos ir contra a natureza. Mas é importante frisar sobre a maneira que a água acelera nessa região  está ligada também ao nível de água das galerias subterrâneas do Centro da cidade. As intensas chuvas aumentam as águas e fazem transbordar atingindo  com maior velocidade as ruas do Centro”, comentou  Walter Lima, responsável por um estabelecimento no local, 

O presidente da Assembleia da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba Filho, 

 lembrou que a cheia do ano passado, atingiu significativamente o comércio em toda aquela área do comércio da orla da Manaus Moderna, que tradicionalmente abastece o interior do Estado comprometeu essa logística “Acreditamos que até a quinzena de junho vamos sofrer com essa cheia”. Ano passado, a água alagou algumas lojas e manteve acesso restrito ocasionando queda no fluxo de pessoas. 

Os esgotos da área também contribuem para o maior volume das águas, já que estão entupidos e dificultam o escoamento da água. “É mais um fator que agrava a situação do comércio aqui. Eu acredito que em alguns dias devem interditar a via o que já nos preocupa. Ano passado apresentamos 30% de queda no movimento em razão da velocidade da subida das águas. Entre uma semana e outra o volume aumentava de maneira exressiva”, lembrou o gerente de um galpão, Emerson Souza. 

A Prefeitura de Manaus  já tem realizado um trabalho de avaliação das ruas do Centro de Manaus que sofrem com os efeitos das cheias. Uma equipe da Defesa Civil municipal  esteve visitando as principais ruas na tentativa de garantir a trafegabilidade das pessoas e que o comércio da região continue aberto. Conforme o secretário executivo da Defesa Civil do município, coronel Fernando Júnior,, o órgão faz esse monitoramento diário e para atuar na construção de pontes e passarelas garantir que as pessoas que frequentam a área central da cidade, caso o aumento do nível do rio eleve ainda mais, o órgão atuará no desvio do trânsito. “Nós estamos vivendo um  momento atípico da região, ainda continuamos no inverno amazônico as previsões para este trimestre ainda são de chuvas o nível do rio continua subindo e provavelmente devemos ultrapassar os prognósticos. Nós estamos acompanhando o monitoramento hidrológico feito pelo governo federal e estamos com as nossas equipes em outras localidades trabalhando a parte de trfegabilidade”. 

Operação Cheia 2022 

Mês passado, a Semseg ( Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social), a construção de pontes provisórias nos 19 bairros afetados pela cheia, que deve ser severa este ano. A área escolhida para receber as primeiras estruturas foi o bairro São Jorge, zona Oeste, que vai receber cerca de 1.400 metros de passarelas.“Para se ter uma ideia, o Centro da cidade vai alagar e a secretaria que vai nos apoiar lá e dar assistência com as passarelas é a Manauscult, de cultura, que cuida do nosso centro histórico, permitindo que a população continue tendo trafegabilidade e liberdade no ir e vir”.

O Plano de Contingência da Operação Cheia 2022 prevê que mais de 11 mil metros de pontes sejam construídos na cidade, e com a expectativa de um evento severo, R$ 6 milhões já estão previstos para aquisição de material e logística. Ao menos 4.500 famílias devem ser impactadas diretamente.

Ainda de acordo com o secretário, as atividades desenvolvidas serão as mesmas do ano passado para ajudar todas as famílias que devem ser afetadas pela subida do rio.

“Nós estamos monitorando e acreditamos que este ano o rio Negro não vai ultrapassar os 30 metros, mas 29 metros já causam impactos e transtornos à vida social da comunidade. O nosso trabalho será o mesmo do ano passado, buscando assistir todas as famílias que poderão ser desalojadas ou desabrigadas, com o apoio da Semasc (Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania).”

Junto com a Defesa Civil, o IMMU  (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana) e as secretarias municipais de Infraestrutura (Seminf), de Limpeza Urbana (Semulsp) e a Semasc devem atuar junto com o CCC (Centro de Cooperação da Cidade), onde funciona o Comitê de Gestão de Crise.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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