O Rio Grande do Sul vai apostar no plantio da soja na safra de verão, segundo dados do primeiro levantamento do ciclo 2010/11, divulgados ontem pela Emater durante a Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), que acontece em Esteio (RS). A área cultivada com o grão deverá crescer 1,5%, para 4,083 milhões de hectares ante 4,021 milhões de hectares no período anterior, tomando espaço do milho. A redução na área plantada com o cereal será de 3,7%, com 1,109 milhões de hectares ante 1,151 milhões de hectares em 2009/2010.
O diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri, disse que os preços mais baixos do milho tiveram pouca influência na intenção dos produtores de substituir o cereal pela soja. “A rotação de culturas é tradicionalmente realizada pela maioria dos produtores do Estado, por isso, o plantio de milho não terá uma redução de área significativa”, afirmou. A produtividade inicial prevista para a safra de milho é 4.190 kg/ha e de 2.240 kg/ha para soja. Para as lavouras de feijão, a entidade prevê rendimento de 1.190 kg/ha, e para o arroz, 7.040 kg/ha.
A área total dedicada aos grãos deverá atingir 6.412.685 de hectares no Estado, 1,0% maior que no ciclo anterior, quando foram plantados 6,349 milhões de hectares. Mas a produção total deverá registrar uma queda de 4,8% na safra de verão, para 21,948 milhões de toneladas. Essa diminuição é creditada a uma acomodação da produção depois do recorde visto no ciclo 2009/10
Efeitos do clima
De acordo com Rugeri, a Emater está recomendando aos produtores que façam o plantio escalonado para reduzir os efeitos do clima nas lavouras, que neste ano estarão sob influência do La Niña. O fenômeno resfria as águas do Oceano Pacífico e atrasa as chuvas, que também ocorrem de forma irregular durante as fases do plantio e desenvolvimento das lavouras. Segundo ele, os agricultores estão usando mais tecnologia no plantio, o que pode ajudar a reduzir eventuais perdas, mesmo em anos de estiagem. “O uso do plantio direto, irrigação e sementes com variedades diferentes está melhorando os índices de produtividade dos grãos do Estado”, disse. Rugeri estima que, neste ano, 95% das sementes de soja utilizadas pelos agricultores serão transgênicas. O Rio Grande do Sul ainda não possui esse tipo de levantamento em relação ao milho.