10 de dezembro de 2024

Rodrigues aponta adoção de incentivos fiscais para reduzir carga tributária agrícola

Em 1990, a participação da matéria-prima importada era de 36% e a estimativa da Associação Nacional de Defensivos Agrícolas é que esta participação chegue a 68% em 2007e 79% em 2010.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues defendeu ontem a adoção de incentivos fiscais como forma de reduzir a carga tributária que incide sobre a produção agrícola.
Em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, ele disse que a questão da tributação com ênfase para os incentivos fiscais é uma das quatro questões que precisam ser examinadas pelos parlamentares. As outras três são: juro, hedge para mercados futuros e investimentos em logística e infra-estrutura.
O ex-ministro disse durante sua apresentação que é preciso que a taxa de juro caia, o que permitirá, segundo ele, investimentos em infra-estrutura e logística.
A redução também é boa para o governo.
Em relação à redução tributária, o ex-ministro afirmou que ela pode compensar as perdas com o câmbio.
Ainda segundo Roberto Rodrigues, os produtores não vão conseguir um “câmbio verde” ou algo diferente do que é oferecido a outros setores da economia.
Roberto Rodrigues admitiu, no entanto, que a valorização do real frente ao dólar faz o produtor perder em duas pontas: com o aumento dos custos de produção e a menor remuneração.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, também presente na audiência, disse que é grave a situação que se avizinha e acrescentou que houve valorização de 51% da moeda nacional entre janeiro de 2003 e julho de 2007.
Ramalho disse ainda que a taxa efetiva da moeda brasileira frente a outras 16 moedas, com exceção do dólar, mostra que a valorização do real é superior às demais.
Já o presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Márcio Lopes de Freitas, apresentou estudos que mostram que a taxa de câmbio de equilíbrio para o preço histórico do trigo deve ser de R$ 3,48.
Esse cálculo considera o valor de US$ 213,19 por tonelada, na paridade do trigo importado, posto na indústria; e o preço FOB histórico, mais a paridade de importação (R$ 426,37 por tonelada) e custo operacional de R$ 509,67 por tonelada.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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