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Rizicultores pedem fim da importação

Preocupados com o aumento dos prejuízos e a falta de uma solução por parte do Ministério da Agricultura, produtores de arroz pediram ontem, 14, ao presidente em exercício, Michel Temer, que suspenda a compra de grãos de países do Mercosul e uma nova ferramenta que substitua o instrumento do preço mínimo, avaliado como insuficiente. Em reunião, que contou também com parlamentares do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e com representantes de trabalhadores rurais, o grupo de produtores solicitou o reescalonamento da dívida passada e que os cortes do Orçamento não atinjam os mecanismos de regulação de estoque de arroz.
Na avaliação do deputado federal Jeronimo Goergen (PT/RS), o Brasil já produz o suficiente para atender a demanda doméstica, e a entrada de arroz de outros países vizinhos tem feito com que o produtor registre uma perda em sua renda. Pelos cálculos do presidente da Federarroz, Renato Rocha, no último ano o Brasil importou 1 milhão de toneladas do produto. “E nós com o produto sobrando no mercado interno”, comparou Rocha.
A segunda proposta é a criação de um preço meta, que viria a substituir o preço mínimo para o grão. Esse mecanismo é necessário, conforme o grupo, em função da defasagem dos custos de produção e os preços obtidos no mercado. “Hoje a diferença é de R$ 10,00 por saca (de 50 quilos)”, disse o vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Carlos Sperotto. Conforme os produtores, o custo de produção atualmente é R$ 29,00 a saca, enquanto o preço médio obtido no mercado em torno de R$ 19. O preço mínimo para o produto está em R$ 25,80.
Sobre o reescalonamento da dívida passada, Sperotto argumentou que, apesar de o Banco do Brasil ter dito recentemente que os produtos rurais têm de forma generalizada honrado e até adiantado o pagamentos de suas dívidas, em função da alta dos preços da commodities, o quadro não é positivo para todas as áreas, e arroz é uma delas.
Por fim, o grupo solicitou ainda que o governo não deixe de interferir no mercado de arroz por conta de cortes no Orçamento, e apresentou como solução a possibilidade da doação de 1,5 milhão de toneladas do produto excedente no Brasil para países com problemas sociais. Outra saída seria o uso do grão para produção de etanol em um momento em que o álcool proveniente da cana-de-açúcar está com preços elevados. “O vice-presidente (Temer) sinalizou que buscará soluções e disse que não tinha conhecimento de que a situação era tão grave”, relatou Goergen.
Segundo ele, Temer se comprometeu a colocar o assunto em pauta com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Rossi chegou há pouco ao Palácio do Planalto para participar de reunião sobre o Código Florestal na vice-presidência. Também participarão do encontro os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).

Audiência com Ministro

O grupo de produtores de arroz tentará ainda uma audiência no Ministério da Fazenda nos próximos dias. “Já vínhamos tratando do assunto na Agricultura, mas faltava condição política para agir. E agora essa é uma questão que será tratada como algo do Estado, após falarmos com Temer”, acrescentou o deputado Goergen.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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