A pandemia do novo coronavírus, mudanças climáticas, a relação política entre Estados Unidos e China, além de ameaças cibernéticas e possibilidade de perder oportunidades na retomada são os principais riscos para o mundo dos negócios em 2021. É o que aponta um relatório publicado nesta segunda-feira (11) pela consultoria global Control Risks.
A divulgação faz parte do estudo anual RiskMap e traz detalhes de uma previsão mundial de risco para líderes de negócios e formuladores de políticas públicas.
Dentre os cinco principais riscos, o perigo de perder a retomada em um ano de complexa recuperação é o mais agravante para os negócios em 2021, explica o CEO da Control Risks, Nick Allan.
“Não há dúvida de que os negócios continuarão a enfrentar desafios consideráveis trazidos pela pandemia do coronavírus, mas nós acreditamos que as oportunidades são reais e empolgantes para várias empresas em 2021. Mudou o relacionamento entre empresas e governos e entre empresas e sociedade. E será fundamental para as estratégias de negócios”, diz Allan.
A consultoria ainda ressalta que as empresas que monitorarem o cenário com precisão, avaliarem tendências e mostrarem flexibilidade na adaptação de suas operações se beneficiarão de um esperado
aumento de demanda.
Confira os cinco principais riscos para 2021:
1. Um mundo com Covid-19
2021 será um ano de recuperação desigual à medida que surge um mundo com e sem vacina, com regiões em que a Covid-19 continuará se disseminando. A competição será intensa entre nações e dentro
delas. As contas públicas sentirão o peso desta nova dívida, empurrando alguns países contra a parede e forçando outros a uma austeridade prolongada.
As relações entre o Estado e os negócios e entre a sociedade e os negócios serão fundamentais para o empresariado. Se 2021 não marcar o fim da pandemia, será o ano que determinará o que resta
quando o pior passar.
2. Estados Unidos-China: estabilização sem normalização:
Embora 2021 deva registrar uma estabilização superficial na relação EUA-China, os dois países continuarão se enfrentando em uma série de questões. Ambos estão discretamente dispostos a reatar os laços e se concentrar nos problemas internos, e assim podemos esperar a retomada da cooperação em temas como mudanças climáticas.
A China está em seu próprio “momento histórico crítico”, com seus desafios internos superando os externos. Caso o governo Biden venha a se concentrar em questões como direitos humanos e esforços para coordenar pressões multilaterais sobre a China, haverá um conflito com os interesses centrais de Pequim. Haveria risco de retaliação, e a escalada das tensões ressurgiria.
3. Seja ecológico ou quebre
Um ponto de inflexão está chegando para a relação entre negócios e mudanças climáticas em 2021. Nenhuma organização pode agora se dar ao luxo de não tomar uma posição. À medida que os efeitos
agudos e crônicos das mudanças climáticas pioram, dezenas de nações e a União Europeia têm se comprometido a zerar as emissões de carbono líquidas, de forma que todos os membros do G7
provavelmente se comprometerão com um cronograma de neutralidade de carbono.
Por isso, o novo governo Biden prometeu reintegrar o Acordo de Paris no primeiro dia de seu mandato, enquanto governos vincularão o investimento internacional e a política comercial a ações sobre as mudanças climáticas.
Já os retardatários precisarão considerar um futuro em que a falta de ação corroerá a competitividade e reduzirá os mercados de exportação.
4. Aceleração digital ameaça emergentes
A rápida adoção de novas tecnologias continuará em 2021, trazendo uma conectividade cada vez maior. Com a conectividade vem a exposição, e as aquisições aceleradas aumentarão os riscos. Dessa
maneira, os riscos regulatórios, incluindo sanções e proibições para a aquisição de tecnologia estrangeira, aumentarão em 2021.
Com blocos geopolíticos ideológicos e pragmáticos surgindo rapidamente, os desafios para os negócios representarão também oportunidades para os perpetradores de ameaças cibernéticas. Eles tirarão vantagem do aumento da conectividade e da adoção rápida, mas deficiente, de soluções. Em 2021, as empresas em todo o mundo terão de equilibrar a busca pela inovação tecnológica com os desafios de segurança, integridade e resiliência.
5. Perder o bonde da retomada
Este ano verá um forte crescimento do PIB em vários mercados, o lançamento de vacinas e um mundo ansioso por começar a viver novamente. Embora o progresso esteja caminhando lentamente, uma melhora está por vir. Se 2020 foi uma questão de sobrevivência para muitas empresas, 2021 é o momento para focar nas oportunidades.
Sob a ameaça da Covid-19, muitas empresas conseguiram se readequar e evitar a falência. Por meio da inovação, rápida adoção e simplificação da tecnologia, elas puderam emergir mais fortes, enquanto os concorrentes mais fracos caíram.