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Retração mantém fluxo no PIM

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A produção industrial do Amazonas registrou o pior desempenho do país em maio, apontou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (11), a indústria amazonense reduziu 3,6% na passagem de abril para o quinto mês. As demais taxas negativas foram assinaladas no Espírito Santo (-1,9%), Rio de Janeiro (-1,6%) e Minas Gerais (-0,2%). Já a média nacional foi positiva (0,8%). O setor local também registrou uma retração de 0,1% na comparação com maio de 2016. Apenas no acumulado dos cinco primeiros meses de 2017, o Amazonas reagiu e cresceu 1,9%, com seis das dez atividades pesquisadas assinalando aumento na produção. Por outro lado, nos últimos doze meses a indústria amargou queda de 2,6%.

Para o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, os indicadores negativos da produção industrial não são surpresa para o setor. “O resultado já era esperado por ser reflexo da situação politica brasileira que impacta na questão econômica e social. O PIM (Polo Industrial de Manaus) é ligado ao restante do país, se ele não está bem e apresenta altos índices de desemprego isso afetará o desempenho do setor”, afirmou Périco destacando que a indústria local é a primeira a entrar na crise e a última a se recuperar por não ser prioridade para o consumidor. “O portfólio do Polo Industrial é constituído de bens de consumo não essenciais, com o poder de compra afetado tem menos demanda e consequentemente menor produção”, acrescentou.

Segundo o IBGE, em maio o setor industrial apontou queda de 3,6 frente ao mês anterior, após avançar 4,8% em março e recuar 0,6% em abril. Na comparação com maio de 2016 o setor teve leve recuo de 0,1%, com apenas quatro das dez atividades pesquisadas assinalando queda na produção, após avançar 7,4% no quarto mês deste ano. Já a nacional assinalou crescimento de 4,0%. Nesse mesmo tipo de confronto, o índice acumulado de janeiro a maio no Amazonas teve alta de 1,9% e com isso intensificou a trajetória ascendente observada no primeiro trimestre do ano (1,0%).

Já a taxa acumulada nos últimos doze meses, recuou 2,6% em maio frente a igual período de 2016, estabilizando o ritmo de queda iniciado em junho do ano passado (-18,2%) com a maior parte (6) das dez atividades investigadas assinalando crescimento na produção. A média da indústria nacional foi de – 2,4%. Com os resultados ruins, Périco disse não ter previsão sobre a retomada da economia. “Hoje não tem como pensar em um cenário de estabilidade porque com essa questão politica e econômica o investidor está em dúvida. Acredito que dificilmente será ainda este ano, talvez após as eleições do ano que vem”, projetou o representante.

Por setor de atividades
De acordo com o IBGE, os setores de bebidas (-10,0%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-11,0%), de outros equipamentos de transporte (-16,2%) e de indústrias extrativas (-17,2%) exerceram as influências negativas mais relevantes sobre o total da indústria em maio, pressionadas pela menor produção de preparações de xarope; de gasolina automotiva, óleo diesel e gás liquefeito de petróleo; de motocicletas e suas peças e acessórios; e de gás natural e óleos brutos de petróleo.

Por outro lado, segundo o IBGE o principal impacto positivo veio de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (31,5%), impulsionado, em grande parte, pela maior fabricação de televisores.

Na leitura de Périco, é preciso tomar medidas para diversificar a produção na ZFM (Zona Franca de Manaus) e descentralizar da capital a economia do Estado. “É preciso fortalecer o modelo e há necessidade de diversificar o setor aprovando os PPBs (Processos Produtivos Básicos) para atrair outros segmentos. Mas também temos que aproveitar as potencialidades dos municípios amazonenses para não continuarmos reféns desse único modelo”, finalizou o presidente do Cieam.

Nacional
Em termos de Brasil, ao todo, a indústria cresceu em 10 dos 14 locais pesquisados na passagem de abril para maio. Os resultados positivos foram apontados no Ceará (5,9%), Bahia (3,6%) e Pará (3,1%). Rio Grande do Sul (2,5%), São Paulo (2,5%), Santa Catarina (1,4%), Paraná (1,4%), Região Nordeste (1,3%), Goiás (0,8%) e Pernambuco (0,1%) completaram o conjunto de locais com aumento na produção nesse mês.

Segundo o IBGE, o Amazonas obteve a queda mais acentuada do país, com -3,6 onde o resultado negativo do Estado intensificou a queda de 0,6% verificada em abril. Em seguida aparecem Espírito Santo (-1,9%), Rio de Janeiro (-1,6%) e Minas Gerais (-0,2%).

A media nacional ficou de 0,8% em maio na comparação com abril e 4,0% frente a igual mês do ano anterior. No acumulado o índice registrado foi de 0,5%. Já em sentido oposto, o acumulado dos últimos 12 meses recuou 2,4%no total da indústria nacional.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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