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Retorno do ensino médio sinaliza mais empregos nas escolas privadas

O retorno facultativo das aulas semipresenciais e presenciais do ensino médio, bem como de cursos livres, no âmbito estadual, animou as escolas particulares do Amazonas. Assoladas pela alta da inadimplência e pelas limitações operacionais decorrentes da pandemia e do isolamento social, as empresas já veem a possibilidade de aquecimento dos negócios e novas contratações. A medida está prevista no Decreto nº 43.649, de 31 de março de 2021, com vigência desta segunda (5) até 18 de abril.

O segmento já havia entrado em uma fase de maior otimismo, há dez dias, com a publicação do decreto nº 43.597, que já possibilitava o retorno facultativo das aulas semipresenciais e presenciais do ensino fundamental I e II, assim como os cursos técnicos e de ensino superior de saúde. A FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) ressalta que as alterações só foram possíveis graças à redução na média móvel de casos (-11%) e mortes (-38%) por covid-19, mas reforça que a atividade devem obedecer os protocolos sanitários de distanciamento social, sob pena de aplicação de sanções, como o fechamento do estabelecimento em caso de descumprimento.

“As medidas atendem nossas expectativas e estão dentro do que havíamos desenhado dentro do sindicato. Com isso, ficamos com a educação básica completa retornando. O impacto que esperamos para os próximos dias é que as escolas se reequilibrem financeiramente e consigam entregar um serviço que assegure os alunos fisicamente e emocionalmente, além de se organizarem dentro do protocolo de segurança. Isso é muito importante”, asseverou a vice-presidente do Sinepe-AM (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Amazonas), Laura Cristina Vital.

A dirigente lembra que as escolas particulares do Amazonas ainda aguardam a liberação das aulas semipresenciais e presenciais também para o ensino superior e profissional em geral, que responde por uma fatia significativa da atividade, no Amazonas. Ela reforça, no entanto, o novo cenário de reabertura para o ensino básico deve propiciar às empresas “um respiro financeiro”, assim como a possibilidade de reorganização de suas planilhas de custos e seu planejamento, sem descuidar das medidas sanitárias necessárias.

“O balanço que faço para este mês de março é que estamos tendo um retorno muito comprometido com os protocolos de segurança. Acredito que o nosso alinhamento com a Vigilância em Saúde traz uma segurança para os pais. Temos tido a participação diária da FVS-AM em nosso trabalho. Os pais estando seguros, mandam os alunos para o retorno às escolas e estes recebem a rotina escolar, o equilíbrio emocional, a parte pedagógica e psicológica”, comemorou. 

Inadimplência e empregos

A vice-presidente do Sinepe-AM diz não saber precisar quantas escolas particulares do Estado trabalham com o ensino médio, mas ressalta que a taxa de inadimplência é inferior à registrada no ensino infantil, porque este “não é valorizado pelos pais”. Antes da pandemia, o percentual de mal pagadores entre as escolas infantis girava entre 8% a 10%, mas chegou ao pico de 50%, nos meses da primeira onda, tendo voltado aos 40%, com o advento da segunda onda.

Segundo Laura Cristina Vital, a inadimplência aumentou muito em decorrência dos problemas financeiros gerados nas famílias pela pandemia, em um processo que gerou demissões em massa e fechamento de várias unidades de ensino particular, no Amazonas. Mas, a educadora considera que, além de ser comparativamente mais confortável, o cenário nas escolas privadas de ensino médio do Amazonas também devem propiciar uma retomada nos empregos.

Os números mais recentes do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) informam que o segmento de educação foi na contramão da tendência global do setor de serviços (+23 vagas formais) e eliminou 74 postos com carteira assinada, em fevereiro de 2021. Os cortes se em ensino de idiomas (-31), educação infantil e fundamental (-23) e educação superior (-14), entre outras. Um mês antes, as escolas já haviam extinguido 188 empregos celetistas – após eliminar nada menos do que 462 ocupações com carteira assinada, em dezembro.   

“O ensino médio é mais valorizado pelos pais. É obrigatório e, a partir dele, é que há a entrada na universidade. Não tenho os números, mas esta nova fase vai garantir novas contratações, assim com recontratações, garanto. Isso, claro, se tudo acontecer da melhor forma e não sofrermos nenhum recuo nas aulas, continuando com o mesmo comprometimento com os protocolos e sem novos surtos. Acredito que não teremos problemas, pois estamos avançando muito com relação ao plano de imunização”, ponderou.

Participação na pesquisa

A propósito da imunização, Laura Cristina Vital reforçou a importância da participação dos professores de escolas particulares associadas à entidade no estudo da FMT-HVD (Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado) que avalia a imunização de todos os colaboradores das escolas, com foco nos profissionais com  comorbidades, de 18 a 49 anos. Texto divulgado pela assessoria de imprensa da Sinepe-AM já havia informado que a pesquisa utiliza 10 mil vacinas CoronaVac doadas pelo Instituto Butantan, beneficiando trabalhadores do ensino infantil, fundamental, médio e superior de Manaus. 

Os participantes que apresentassem comorbidade comprovada por laudo médico seriam vacinados com duas doses, enquanto os demais seriam acompanhados pela equipe do estudo, com exames sorológicos, até serem imunizados conforme o plano de vacinação municipal. “Fiz parte e tomei a vacina. Eles ainda estão vacinando os profissionais da educação da rede privada com comorbidade. Hoje, me ligaram para saber dos meus sintomas”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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