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Repiquete libera balsas

Um “repiquete” – subida repentina das águas – de aproximadamente 50 cm registrado na última quarta-feira (24) aliviou a situação das embarcações que estavam tendo dificuldades no transporte de cargas no rio Madeira, entre Manaus e Porto Velho (RO). Mas, de acordo com o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação do Estado do Amazonas), os problemas de navegação na hidrovia do Madeira são consequência direta da ineficiência do governo federal na garantia da segurança da navegação fluvial.
O presidente do Sindarma, Claudomiro Carvalho, ressalta que a falta de serviços nas hidrovias por parte do o governo federal, através do Ministério do Transportes, e de uma empresa privada que administra as hidrovias da Amazônia Ocidental, é a grande responsável pelos problemas enfrentados pelas balsas. O sindicalista lembra que o serviço de dragagem, essencial para a segurança das embarcações não vem sendo feito há pelo menos três anos.
“Essa dificuldade de navegação é consequência da falta de dragagem. Como o Madeira é um rio que vai assoreando ao longo do ano, é necessário que essa dragagem seja realizada todos os anos, em um período anterior à formação desses pontos críticos para que a gente possa navegar com segurança. Lamentavelmente, ao longo dos últimos três anos, o governo não tem conseguido. Este é o terceiro ano que o Governo tenta mas não consegue dragar porque quando consegue se habilitar para realizar o serviço o rio começa a encher”, disse.
No início deste mês 45 balsas encontraram dificuldades para passar por alguns trechos do Madeira devido ao acumulo de sedimentos devido à falta de dragagem e início da vazante. O presidente do Sindarma, contabiliza entre 12 e 15 balsas que ainda estão com um calado maior do que o rio tem, o que acaba causando dificuldade de navegação. Já a quantidade de embarcações encalhadas chega a três.
“A maioria daquelas balsas conseguiram passar, ainda que com dificuldade. Hoje o que nós temos é um número bem menor de balsas com dificuldades para passar em alguns pontos de limitação de calado”, comemorou.
Ele acrescentou ainda que, após os incidentes, os serviços de dragagem no Madeira estavam programados para iniciar na última sexta-feira (26) -um prazo curto, portanto, já que em duas semanas os trabalhos serão desnecessários.
“A informação que eu tenho é que eles começariam a dragar hoje (sexta-feira). Não sei se começaram, mas se demorarem mais 15 dias não interessa mais fazer este serviço porque neste período o rio já encheu”, avalia.

Prejuízos
Entre os produtos que tiveram o transporte prejudicado pela falta de manutenção nas hidrovias incluem-se, no trecho Manaus-Porto Velho, combustíveis que atendem a todo o Estado do Acre, Rondônia e parte do Mato Grosso. Já no trecho Porto Velho-Manaus 90% do suprimento alimentício da capital amazonense, incluindo carnes, frango, leite e açúcar.
Isso causa vários prejuízos: prejuízos à segurança da navegação, prejuízos econômicos para as empresas de transporte e navegação -porque passam mais tempo navegando para chegar a determinados pontos; em outros pontos só é possível passar durante o dia; sem contar os dias em que embarcações ficam paradas, esperando as águas subirem para passar pelos pontos críticos –e, consequentemente, prejuízo para os consumidores finais. “A consequência disso, naturalmente é um acréscimo no preço do frete na ordem de 30%, que vai chegar ao consumidor final”, calcula. Mesmo diante das dificuldades, o presidente do Sindarma garante que a navegação no Madeira ainda é viável.
“O Madeira é o nosso principal rio de integração com a região Centro-oeste, Acre e Rondônia. É o rio como maior movimento de carga”, avalia Claudomiro.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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