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Reman adere à greve nacional da categoria

Com o firme propósito de forçarem o pagamento de horas extras em atraso e avançar nas negociações de englobar aos salários pelo menos 13% da PLR (Participação de Lucros e Resultados) prometida no ano passado, os petroleiros locais decidiram pela paralisação de cinco dias iniciada na madrugada de ontem.
O movimento, aprovado pelos trabalhadores na última quarta-feira, 18, foi endossado por 98% dos filiados à categoria e pode representar em prejuízos diários de R$ 15 mil nos postos de abastecimento locais, caso a paralisação se estenda além das 32 horas, segundo informações do Sindipetro.
O presidente do Sindipetro (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo e Derivados no Amazonas), Acácio Carneiro, disse que, não obstante o prejuízo que o movimento pode causar, a decisão foi tomada coletivamente como forma de garantir o pagamento das horas extras e feriados trabalhados retirados no ano passado. “Além disso, ao longo do ano passado, foi discutida a PLR e fizemos acordo que até o momento não foi cumprido. Nem sequer recebemos um posicionamento de que a proposta está sendo estudada. Simplesmente, fizeram vista grossa”, reclamou.
Para Acácio, além do pagamento das horas extras supostamente em atraso e da adição da PLR, os grevistas locais ainda pleiteiam a preservação a redução da precariedade técnica no maquinário da Petrobras. “Essa precariedade tem sido o principal vetor das mortes por acidentes entre o pessoal terceirizado, geralmente o que mais sofre com a falta de estrutura da empresa”, assegurou.
Embora tenha evitado comentários mais aprofundados, o presidente da Acapp (Associação dos Fornecedores da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás do Amazonas), Adalberto de Melo Franco, avaliou que a paralisação pouco afetará o abastecimento de gás e combustível na capital. “Em movimentos como esse, a sociedade é principalmente quem paga pela irresponsabilidade”, considerou de forma ambígua.

Funcionamento normal

Em nota oficial, a Reman (Refinaria Isaac Sabba), através da assessoria de imprensa, refutou a imagem de paralisação na produção local, afirmando que todas as unidades funcionavam normalmente até o fechamento desta edição. “A produção e segurança das operações e dos empregados não foram afetadas pelo movimento. Onde é necessário, a Petrobras opera com equipes de contingência”, afirmou a nota.
Mas segundo o Sindipetro, a Petrobras não atendeu às principais reivindicações dos trabalhadores, entre elas a segurança dos empregos diante da crise e a garantia do pagamento das horas extras. “O objetivo é parar a produção para poder ter impacto na Petrobras. Cada dia paralisado representa a perda de R$ 15 mil em negócios com os revendedores”, disse Acácio Carneiro.
De acordo com a assessoria de imprensa, a estatal está aberta para novas negociações, avaliando “que a mesa de negociação é o melhor caminho para solucionar o impasse, mas salientou que todas as medidas serão tomadas para a garantia da normalidade dos seus processos”. Por outro lado, o Sindipetro foi contundente e reafirmou que a partir de agora eles só negociam com as máquinas paradas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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