Com poucas opções de nomes dispostos a assumirem a função, Quintanilha espera nos próximos dias conseguir encontrar um parlamentar que aceite investigar a suposta relação de Renan com a empresa Schincariol.
Quintanilha já procurou alguns integrantes do conselho em busca de um relator, mas teria feito somente sondagens antes de definir um nome para a função. O senador quer, antes de formalizar o convite, ter a certeza de que o seu pedido será atendido para evitar novos impasses na relatoria do processo contra Renan.
O primeiro processo contra o presidente do Senado – relacionado à denúncia de que o peemedebista teria usado dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para despesas particulares – foi marcado por uma série de percalços na escolha do relator.
O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) chegou a assumir a relatoria, mas se afastou por problemas de saúde. Ele foi substituído na função por Wellington Salgado (PMDB-MG), que ficou menos de 24 horas no cargo. Os integrantes do conselho tinham resistência em relatar o processo contra Renan uma vez que o peemedebista, além de presidente do Senado, tem intenso trânsito político com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O próprio presidente do Conselho de Ética na época, senador Sibá Machado (PT-AC), renunciou ao cargo depois de encontrar dificuldades para nomear um relator para o caso Renan. O senador também foi submetido a pressões de governistas para retardar as investigações no conselho, outro motivo que o fez desistir do cargo.
Com a eleição de Quintanilha para a presidência do conselho, ele designou os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE) como relatores em conjunto do processo contra Renan – depois de não conseguir que um único parlamentar assumisse a função.
Desta vez, Quintanilha sinalizou que, se encontrar dificuldades para achar um nome, poderá seguir o mesmo modelo da relatoria tripla para evitar novos impasses no conselho.
O senador afirmou, no entanto, que não está disposto a indicar os mesmos senadores que já relatam o primeiro processo para não retardar as investigações em curso.
“Um acúmulo de processo agora só iria comprometer a ação inicial”, disse.
O novo processo contra Renan foi motivado por representação do PSOL contra o presidente do Senado. Na representação, o PSOL pede investigações sobre a denúncia de que Renan teria beneficiado a Schincariol junto ao INSS depois que a empresa comprou uma fábrica do irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preço acima do mercado no município de Murici (AL).
A denúncia foi publicada pela revista “Veja”, mas Renan nega as acusações. Segundo o peemedebista, a fábrica de seu irmão não foi comprada por R$ 27 milhões, como argumenta a revista.
O senador também nega ter procurado o INSS para reverter dívida de R$ 100 milhões da Schincariol em troca do suposto benefício da cervejaria ao seu irmão.
Relator de novo processo contra Renan será escolhido na próxima semana
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Shopee ultrapassa Shein em downloads, à espera da Temu
24 de abril de 2024
Governo facilita crédito e renegocia dívidas de pequenos negócios
23 de abril de 2024
Entrada de turistas no Brasil foi recorde em março, diz Embratur
23 de abril de 2024
Transporte marítimo de carga vive incertezas após caos logístico na pandemia
23 de abril de 2024
Marco Civil da Internet celebra uma década em meio a debates
23 de abril de 2024
Produção de bicicletas ainda em queda
23 de abril de 2024
Intenção de Consumo das Famílias de Manaus em abril fica acima da média nacional
23 de abril de 2024