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Reforma Política divide parlamentares do Amazonas

Os eleitores brasileiros acostumados com o sistema de votação conhecido como Lista Aberta (voto destinado para o candidato e, por consequência, para a legenda da qual ele participa) possivelmente terão que mudar seus hábitos nos próximos pleitos. Na última quinta-feira, a Comissão de Reforma Política do Senado aprovou o uso do modelo de Lista Fechada (voto destinado ao partido político e não para o candidato), que agora será destinado à votação no Plenário da Casa.
A decisão deixou os parlamentares da Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas) divididos entre apoiar ou não o novo sistema. Para o deputado Marcos Rotta (PMDB), a determinação significa um retrocesso para o processo eleitoral do país. Em seu discurso feito ontem, 21, na tribuna da ALE, o parlamentar afirmou não acreditar no processo, ao qual intitulou de “aberração”.
“Se o candidato não estiver em comum acordo com o partido, ele simplesmente pode ficar de fora da indicação. E isso não é justo, o eleitor será prejudicado, pois votará no escuro”, avaliando que por conta da ordem de prioridade “o cidadão não saberá quais candidatos estará elegendo”, ressaltou.
Quem também se manifestou contra o posicionamento da Comissão do Senado foi o deputado Vicente Lopes (PMDB), para ele a Lista Fechada não trará benefícios. “O modelo não é consensual e deve provocar polêmicas quando chegar para a votação no Plenário do Senado”, acrescentou.
Mas há quem concorde com a Comissão. Para o deputado petista José Ricardo, a metodologia daria aos partidos maior fortalecimento, já que segundo ele, hoje a maioria dos eleitores nem ao menos sabe de qual legenda seu candidato participa. “Precisamos consolidar os partidos e suas ideias. Os eleitores devem entender que seus candidatos são ligados a partidos e que eles são a base para o trabalho do político”, frisando a necessidade de se debater a Reforma Política com a sociedade. “Entrei com um requerimento solicitando um debate mais aprofundado sobre o tema. Inclusive com a presença da deputada Luiza Erundina (PSB), pois faz parte da frente parlamentar pela Reforma com a participação popular, e junto com seu partido defende a participação da sociedade civil nas discussões”, enfatizou.

Arthur Bisneto diz que Reforma é válida, mas tardia

Para o tucano Arthur Bisneto, o processo eleitoral brasileiro está defasado e precisa de forma urgente passar pela Reforma Política. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o deputado afirmou que os atrasos nos projetos de Reforma Política e Tributária são um dos principais pontos negativos deixados pelas administrações dos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
“Isso foi um erro em conjunto. Os dois infelizmente não conduziram o assunto como deveriam, e nós temos que criticar quando as pessoas estão erradas. Essa Reforma Política está no Congresso há vários anos, e agora temos a oportunidade de discutir e resolver questões importantes como essas”, falou.
Bisneto, que preferiu não manifestar sua opinião efetiva sobre a decisão da Comissão do Senado, disse estar temeroso com a experiência.
“Nossa regra atual está defasada em vários aspectos, não sei até que ponto ela seria positiva ou negativa. Do ponto de vista da valorização dos grandes partidos, seria interessante para acabar com essa história de partidos nanicos que dão trinta segundos de tempo na TV para um candidato que paga por ele. Ao mesmo tempo que desvaloriza os candidatos, a população não terá a certeza de que seu voto irá mesmo para o político de sua escolha”, avaliou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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