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Redução do II estimula ampliação do parque produtivo

A redução temporária de 12% a 14% para 2% do II (Imposto de Importação) para 139 bens de capital sem similares no Mercosul foi bem recebida pelas lideranças empresariais do polo industrial, as quais apontam que a ação do Executivo federal vai propiciar a renovação dos ativos futuros na Zona Franca, estimulando a concorrência direta com os centros industriais em outros Estados.
Apesar de argumentar a possibilidade de um acirramento na guerra fiscal com outros Estados, o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Maurício Loureiro, afirmou que as empresas da capital amazonense serão muito mais beneficiadas com a medida, pois a ela ainda se acresce a série de incentivos fiscais comuns na região. O executivo concordou que a ação do governo brasileiro pode estimular os investimentos destinados à ampliação e reestruturação do parque produtivo nacional de bens e serviços, por meio da redução temporária dos bens de capital e de informática/telecomunicações desde que estes não contem com produção nacional equivalente. “A medida é boa para a indústria do país e traz muita vantagem para as empresas que ainda estão em fase de ampliação na Zona Franca, pois representa possibilidade de investimento de menor custo no ativo futuro em pleno momento de recessão mundial”, considerou.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, embora tenha seguido a mesma linha de raciocínio de Loureiro, falou da importância de se manter atento para a importação de insumos, cuja similaridade ao produto nacional acaba por resultar numa concorrência desleal e prejudicial à Zona Franca. “É algo que temos de manter vívida atenção para evitar que essa internação signifique o diferencial na disputa do mercado nacional”.
O gerente de importação da Aduaneiras, João dos Santos Bizelli, explicou que as reduções das alíquotas de importação noticiadas no início da última semana não é um mecanismo novo, uma vez que vem sendo adotado pelo governo brasileiro desde o início da década de 90. O administrador assegurou que, por ser um sistema corrente, a medida não irá afetar negativamente as indústrias.
“É possível comentar a expectativa do impacto ser positivo, uma vez que permitirá ao industrial brasileiro aprimorar o seu processo produtivo, para concorrer com empresas estrangeiras tanto no mercado interno como no exterior”, considerou.
Já na pauta das exportações, encerrada com queda no último bimestre do ano passado, a coordenadora-geral de estudos econômicos e empresariais da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Ana Maria Oliveira de Souza, disse não encarar o fato como possível reflexo deste primeiro semestre nas indústrias do Amazonas. A executiva asseverou que a autarquia tem por base de argumento o fato de que as exportações do polo industrial representam menos de 5% do faturamento e que o mercado consumidor dos produtos da Zona Franca é basicamente o nacional, para onde seguem mais de 80% dos produtos produzidos em Manaus. “O reflexo para este semestre será dado pelo consumo nacional, que muito provavelmente tende a diminuir, haja vista que há tendência de queda relacionada ao comportamento das famílias que, em momentos de crise e diminuição de renda, priorizam o consumo de primeiras necessidades”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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