Pesquisar
Close this search box.

Redes sociais aquecem pré-campanha

Os políticos invadiram as redes sociais após o sucesso das eleições de Barack Obama em 2008, quando o presidente americano utilizou maciçamente a rede para angariar votos e recursos. No Amazonas os sete principais pré-candidatos ao governo já possuem perfis ativos nas redes sociais, que são atualizados pelo próprio candidato ou por equipes especializadas.
Uma pesquisa realizada pela agência Medialogue Digital, revela que o número de “curtidores” dos políticos brasileiros subiu 268% nos últimos três anos. O que demonstra o aumento de importância que esse tipo de mídia deve representar nas próximas eleições.
Para o especialista em redes sociais e internet, Luiz Eduardo Leal, basta uma pequena reflexão entre o tempo que o brasileiro passa nas redes sociais para se avaliar a importância da nova mídia no processo. “A quantidade de tempo que o brasileiro passa lendo revistas e jornais ou em frente à TV tem diminuído. Enquanto, com os dispositivos móveis, o tempo de conexão só aumenta. Para essas eleições já podemos dizer que estar presente nas redes sociais está no mesmo patamar de estar presente na TV”, destaca.
Na visão do cientista político Bruno Messias Leite, a participação nas redes sociais é importante, mas ainda não possui grande poder de decisão em uma eleição.“O que define é o corpo a corpo. Pequenas lideranças influenciam pessoas. Ter ao lado o líder de um bairro é bem mais importante do que ter milhões de seguidores”, comenta. Para o especialista o papel da rede social no Brasil se potencializa com mais força para eleição presidencial.
Um dos pré-candidatos ao governo do Amazonas, deputado Chico Preto (PMN), ressalta que a rede pode ser usada para esse tipo de aproximação. “Ela cria uma relação de proximidade que é muito interessante. Em um Estado como o Amazonas que precisamos superar o desafio das distâncias, às vezes precisamos viajar para ver determinadas situações. As redes sociais permitem que tenhamos acesso a problemas e nos relacionarmos com essas lideranças sem a necessidade de fretar um avião, para conhecer algo no interior, por exemplo”, destaca.
Um dos pré-candidatos mais ativos nas redes sociais, o deputado Marcelo Ramos (PSB), destaca que as mídias sociais facilitam não só na divulgação e campanha como na criação de leis. “Muitas pautas saem das redes sociais. Um dos principais projetos de quando era vereador – o que garante 30 minutos de gratuidade nos estacionamento de shopping – foi sugestão que recebi de lojistas pelas redes sociais. Recebemos muitas denúncias também, por exemplo”.
Estratégias
Os políticos do Amazonas utilizam as redes sociais das mais variadas maneiras. Alguns perfis se resumem em apresentar o trabalho dos políticos, enquanto outros apresentam uma relação mais pessoal, com momentos privados, piadas e mensagens motivacionais.
Para Luiz Eduardo Leal, os políticos precisam ter mais foco em definir qual sua estratégia nas redes sociais. “Tem que se definir o foco, ver qual nicho se quer atingir, classe social, isso não difere muito das mídias tradicionais. A grande diferença é que as redes sociais devem apresentar um foco maior na humanização do candidato. É importante que o próprio candidato também faça postagens e não só uma equipe”, comenta.
O perfil do senador Eduardo Braga (PMDB), por exemplo, utiliza a hashtag #EquipeEB para diferenciar postagens feitas pelo próprio senador e postagens feitas pela assessoria. A pesquisa da Medialogue considerou o senador como um dos três mais influentes do país nas redes sociais. “É um meio muito importante para ouvir demandas, saber o que a população quer para o Estado, para apresentação de propostas e para receber o feedback sobre essas propostas”, destaca o senador.
O especialista em internet e redes sociais Luiz Eduardo Leal, ainda comenta que muitos políticos mantêm a rede social, mas não possuem um site, que ainda deveria ser considerado prioridade. “O site é mais importante por que as pessoas utilizam o site como o filão da busca. É o site que vai aparecer no Google. Ele não vai te dar o Facebook, Twitter. Ele também passa mais credibilidade”, destaca.

Captação de recursos
A eleição do presidente americano Barack Obama em 2008, popularizou o uso das redes sociais para fins políticos e ficou marcada pela captação de recursos através da rede. Para Luiz Eduardo Leal isso já poderá ser sentido no Brasil nas eleições deste ano e se tornará mais comum nas próximas. “Ainda não se entendeu a participação das mídias no formato de captação de recursos financeiros, como foi com o Barack Obama. Creio que isso mudará, com essa tendência se limitar a quantidade de que as empresas privadas podem por nas campanhas políticas”.
Luiz Eduardo destaca que há vários sites onde é possível se colocar projetos para que as pessoas possam financiar. “Eu vejo isso no futuro. Se for utilizado por uma campanha política pode se massificar. Isso aconteceu esse ano com a escola de samba da Portela, que utilizou um site para captação de recursos, vejo isso como futuro para campanhas políticas e pode ser possível presenciar nessas”, comenta o especialista.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar