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Quotidiano e suas surpresas

Vocês bem sabem que o Português EM GOTAS bebe em diversas fontes, sendo a do quotidiano uma delas e, quiçá, a mais surpreendente! É claro que é preciso apurar o olhar e “ligar as anteninhas” para não deixar passar questões que povoam a nossa língua, incluindo também empréstimos idiomáticos.

SALÁRIO MÍNIMO X SALÁRIO-MÍNIMO

Salário mínimo (sem hífen) é o menor pagamento monetário, definido por lei, que um trabalhador deve receber por seus serviços. O valor é estabelecido por uma lei nacional e vale para todo o país. É revalidado anualmente tendo como base o atual custo de vida da população. Ex: “Ganhava um salário mínimo”. Por outro lado, salário-mínimo (com hífen) encerra dois significados no dicionário, quais sejam: “s. m. 1. trabalhador cuja remuneração é o salário mínimo. 2. Por extensão. trabalhador mal remunerado”. Ex: 1. “Os salários-mínimos da instituição não serão dispensados”.

À CUSTA X AS CUSTAS X ÀS CUSTAS

“À custa de” significa “com sacrifício”; “com recursos financeiros de”; “com dinheiro de”; “às expensas de”. Ex: 1. “À custa de muito treino e empenho a atleta foi classificada para as Olimpíadas de Tóquio/2021”. 2. “Cursou a universidade à custa do pai”. Em compensação, “às custas de” passou a ser tão utilizada que parece estar correta. Mas, vejam, só parece, pois é uma expressão a ser evitada. No entanto, “as custas”, no plural, só está empregado corretamente quando no âmbito jurídico, e terá significado aproximado de “despesas processuais”. Ex: “Não hesitou em pagar as custas do processo”. Então, apostem em “à custa de” e “as custas”.

ENE VEZES X ENES VEZES

Estou me reportando à consoante “n” quando possui o significado de “número inteiro indeterminado”, isso vale para “n vezes”; “n coisas”; “n situações”; “n lugares” etc. Pode vir por extenso, como está escrito acima (ENE ou ene). Evitem a segunda forma “ENES/enes”, pois está incorreta, apesar de ainda ser usada por alguns. Fica a dica.

Foto/Destaque: Divulgação

Joyce Tino

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