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Quem te inspirou a fazer o que fazes?

Quando decidi escrever sobre esse tema, primeiramente, passei uns 10 minutos olhando para o título e pensando: – Quem me inspirou a fazer qual das coisas que eu faço hoje? Empreender, criar conteúdo, ouvir determinadas bandas, gostar de certos tipos de lugares, comidas, tocar instrumentos, levar adiante um projeto musical ousado quase uma suposta tecnologia inovadora ou enfim, o que seria?

Para mim, nossas escolhas funcionam praticamente como uma trilha de gravação que quando você aperta o “rec”, as linhas começar a ser escritas e na loucura do cotidiano, a única coisa que importa é que você precisa continuar escrevendo. Você esquece como, porque, por quem e para quem começou. Quando você se dá conta, anos passaram e de repente, toca aquela música que você não ouvia há séculos e aí você lembra que sem aquele determinado momento que você ouviu a música, que alguém te disse algo ou que você foi impactado pela história de alguém, nada teria acontecido e a sua vida seria completamente diferente.

Bom, minha jornada profissional, aquela que tem mais a ver com o que eu faço atualmente, teve inicio em 2010. Fui muito inspirada pelo meu pai, porém minha tia me disse que desde pequena eu dizia para ela: – Eu quero ser empresária, titia! (rsrs). Mas eu não acho que apenas um fato te leva ao teu destino, são milhares de pequenos pontos que se conectam e vão construindo minimamente cada detalhe. Quando comecei a empreender mesmo, minha primeira ideia foi uma plataforma online que funcionasse como uma vitrine de profissionais liberais e serviços, o “Ajudinha.com”. Eu era fascinada pela ideia de Startups, respirava dia e noite esse projeto, mas ele não aconteceu. Depois dele vieram outros investimentos: uma pequena papelaria, um empresa de lavagem de carro a seco em domicílio, uma outra de lavagem e higienização de capacetes focada em mototaxistas. Na sequência mais um aplicativo, dessa vez para restaurantes e por fim, por um acaso surgiu o Estúdio Sonora Music, uma empresa de gravação e ensaio para bandas e aluguel de sonorização para eventos.

Durante muito tempo me perguntei porque não tinha investido em música desde o começo. Sou baterista desde os 14 anos, tocava na noite desde os 16 sou apaixonada, motivada e inspirada por música desde sempre. Sem dúvida alguma, o estúdio foi uma escola de sobrevivência, resiliência, cansaço, amor, frustração, diversão, superação e orgulho. Aprendi muito sobre o que fazer, sobre o que não fazer, sobre investimento errado, investimento certo, cliente bom, cliente ruim e principalmente sobre o quanto a gente nunca está 100% preparado para um negócio, porque muita coisa a gente aprende no meio do caminho. E junto com todo esse processo de construção profissional, a gente recebe estímulos direto do emocional.

Qualquer problema pode ser superado se o seu emocional está bem para acordar disposto e enfrentá-lo pela manhã, não é mesmo? Você já ouviu falar de ócio criativo? A ideia de ócio criativo foi proposta pelo professor e sociólogo italiano Domenico de Masi no meio da década de 90. Basicamente, o ócio criativo é uma maneira inovadora de definir o trabalho, e as pessoas podem adotá-la em busca de mais qualidade de vida. Ao contrário do que muitos acreditam, ócio criativo não significa não fazer nada, e sim, a união entre trabalho, estudo e lazer, de forma que alguém possa experimentar o valor gerado pelo trabalho, o conhecimento ocasionado pelo estudo e a alegria proporcionada pelo lazer. Ou seja, você produzir algo aleatório, que dê espaço para as suas ideias respirarem, espairecerem e se formarem em um conjunto de novas conexões e pensamentos criativos. Muito louco isso, né? Mas na real, essa confusão para mim é o que vai definindo o que a gente é e o que a gente aprende.

É como se a gente o tempo inteiro encontrasse um monte de fio emaranhado e precisasse desenrolar para seguir em frente entendendo o que está acontecendo.

Se o seu trabalho fosse um sentimento, qual seria?

Foi apoiando alguns projetos no período em que estive à frente da Sonora, que surgiu a vontade de auxiliar mulheres empreendedoras, de criar meios para que elas assumissem o seu protagonismo. Ter tido a  oportunidade de conhecer tantas mulheres incríveis na música da minha cidade, tantas pessoas de luta com histórias incríveis, talento, força, coragem e com uma vontade genuína de dar voz a outras mulheres, foi o que me motivou a criar o Mais Empresárias.  Inclusive falar sobre empreendedorismo feminino me fez enxergar que durante toda a minha vida, as mulheres foram as protagonistas, tanto em histórias de família, quanto aspirações, leituras, personagens e personalidade.

Como eu disse acima, qualquer problema pode ser superado se o seu emocional estiver bem e disposto a enfrentar qualquer coisa. Ao longo de cada capítulo da nossa vida, a gente pensa com muita atenção sobre a direção que estamos tomando. Estipulamos nossas metas, nossos objetivos e calculamos cada etapa para evitar frustrações. Fazemos o possível e o impossível para tomar decisões com base no racional muito mais que no emocional, porém é quase inevitável fugir do sentimento. Muitas vezes, ele fala mais alto e se você não souber se controlar, a bandeja pode cair. E nós morremos de medo de deixar a bandeja cair, de perder tudo, de sofrer. A verdade é que com tudo que tem acontecido e 11 anos depois de ter iniciado a minha jornada, eu posso dizer que fui motivada por diversos momentos, diversas pessoas, sentimentos, músicas, lugares, livros, frases, pensamentos, atitudes, brigas, encontros, desencontros e tantas outras coisas que chega a ser desleal dizer que a nossa inspiração vem de uma só pessoa. Mas se eu pudesse escolher um sentimento que me fez potencializar tudo que eu aprendi até hoje e usar isso a meu favor, este sentimento seria a GRATIDÃO.

A palavra gratidão, em português, significa o reconhecimento por algo benéfico que tenha acontecido com você. Para mim, esta palavra tem tanta força, mas tanta força que você consegue sentir que ao mesmo tempo que você recebe energia, você envia. Você recebe coisa boa e envia coisa boa de volta e por isso, pessoas dominadas pela gratidão conseguem emanar energias positivas por onde passam.  Se estamos de bem com a vida e dispostos, não existem problemas que não sejam superados ou imprevistos que não sejam tirados de letra. Energias ruins atraem energias ruins, e consecutivamente energias boas atraem energias boas.

E o que você quer dizer com tudo isso, Raquel?

É que a vida funciona praticamente como uma trilha de gravação que quando você aperta o “rec”, as linhas começar a ser escritas e na loucura do cotidiano, a única coisa que importa é que você precisa continuar escrevendo. Lembra que eu já disse isso ali em cima, né? E quando isso acontece e a gente esquece de onde veio e para onde está indo, se você se mantiver grato, você sempre saberá o caminho de volta e o destino final. Não importa muito quem te inspirou a começar, e sim que é o que você sente e como você sente em relação ao que está fazendo, que vai te fazer continuar em busca dos seus sonhos. Pense nisso!

Foto/Destaque: Divulgação

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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