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Quem lucra com a desinformação?

Quem lucra com a desinformação?

Quem paga pela desinformação e quem lucra com ela? Há uma complexidade de fatores que precisamos analisar para identificar o financiamento de condutas maliciosas e canais de desinformação nas redes sociais e como tornar menos lucrativo o uso da desinformação como modelo de negócio de canais das redes sociais.

As mentiras, as manipulações e as falsidades na política e na mídia não são algo inédito. A grande novidade não é a desonestidade das narrativas, mas a resposta do público a isso. A escola de economia comportamental nos dá alguns sinais sobre esse movimento. Basicamente as pessoas decidem primeiro e depois arrumam argumentos que justifiquem essas decisões.

Não necessariamente deveríamos seguir o dinheiro, mas cortar a sua fonte: os anúncios e a monetização. Em paralelo, com mais transparência das plataformas sobre os anunciantes, podemos também identificar financiamento empresarial.

É possível dizer que, para identificar o financiamento da desinformação nas redes sociais, não é preciso apenas “seguir o dinheiro”, sem entender quem pratica a desinformação, ou que é possível sufocar sua fonte com transparência na monetização e no uso da mídia programática.

Houve uma polarização dos bots contra as marcas no Twitter, criando uma intimidação real contra os anunciantes, porém essa polarização foi inflada artificialmente com ajuda de uma rede orquestrada de bots e trolls. Importante dizer que em uma análise realizada foram identificados mais de 18 mil sites com características de baixa qualidade informacional e desinformação.

Há estimativas de retirada de quase US$ 1 milhão em publicidade desses mecanismos com essa atuação, ressaltando que não é um mecanismo neutro e, como tudo, deve ser avaliado com o devido cuidado e proteção das liberdades.

A própria Lei Geral de Proteção de Dados pode oferecer caminhos para coibir comportamentos inautênticos que se valham do uso e análise de dados pessoais ao definir hipóteses e regras para o tratamento de dados pessoais, estabelecendo mecanismos de fiscalização e sanções no caso de violação.

Assim, para coibir a desinformação, importa que a sociedade e as instituições estejam a par de quem faz parte e qual é a lógica do ecossistema informacional, qual o aporte financeiro é desembolsado nos diferentes tipos de mensagem, a partir de qual base de dados esses atores elaboraram suas estratégias, quais métodos de perfilização comportamental são utilizados e como estes serviram para elaborar e direcionar determinada mensagem a determinado grupo.

É esse tipo de clareza que permite à generalidade da população, que é a vítima, e não agente da desinformação, conduzir um juízo de valor próprio sobre as informações que lhe são dirigidas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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