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Queda no PIM chega a 40% em maio

A produção industrial do Amazonas registrou crescimento durante o mês de maio, 6,85% em relação a abril. O resultado confirmou a tendência de instabilidade do setor observada durante os quatro primeiros meses anteriores, embora o volume produzido seja o segundo maior do ano, fazendo a indústria acumular avanço de 4,72% sobre o seu pior momento, ocorrido em dezembro de 2008.
Porém, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o resultado foi 41,05% menor. Com isso, os cinco primeiros meses de 2009 acumularam uma queda de 40,84% ante o mesmo período de 2008, ainda reflexo da crise mundial e do ciclo de estoques.
Os dados foram divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e simultaneamente pela Diretoria de Assuntos Macroeconômicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que aposta num crescimento de 0,3% na indústria nacional e de 0,32% nas indústrias instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) em junho na comparação com maio.
Ipea e Suframa apontam que o resultado positivo de maio se refletiu em todos os setores, com destaque para a produção de bens de consumo duráveis (eletroeletrônicos, motocicletas e móveis), com crescimento de 3,8% em maio sobre o mês de abril. Já na comparação interanual, todas as categorias registraram queda. Segundo o Ipea, o pior resultado pelo quarto mês consecutivo foi atingido pela produção de bens de capital (principalmente maquinários de informática) com o recuo de 22,8% em relação a maio de 2008.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, disse que os números divulgados pelo Ipea resumem o atual estágio de recuperação dos eletroeletrônicos ‘made in Amazonas’, fruto da oferta de incentivos federais e estaduais. “Tudo aponta para que o segundo semestre alcance ou ultrapasse em 3% ou 5% os números da produção de 2007, o que para as empresas do segmento será uma grande conquista”, asseverou.
Na mesma vertente dos baixos desempenhos, outro resultado negativo da indústria local apontado pelas duas instituições foi o do setor de bens intermediários, que produz insumos para elaboração de produtos de terceiros, cuja queda de 13,8% foi influenciada pela forte retração da demanda externa, principalmente no setor de metalurgia básica. Pelo menos esse foi o entendimento do consultor econômico Álvaro Smont, para quem nesse contexto de queda generalizada, os bens de consumo duráveis puxaram a produção da indústria e vão continuar sendo o motor da recuperação da economia amazonense no segundo semestre.
Apontando uma série de fatores como resultado do excelente desempenho da produção dos bens de consumo durável no Amazonas, Smont explicou que se for mantido o mesmo patamar no segundo semestre, é possível que o PIM consiga recuperar boa parte das perdas industriais efetuadas pela crise. “O recuo lento da renda dos trabalhadores, os benefícios fiscais, a maior oferta de crédito, sobretudo dos bancos públicos, e a política de juros menores e prazos mais longos de financiamento favoreceram a produção fabril amazonense”, explicou.
O presidente do Sinmem (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus), Athaydes Félix Mariano, concordou que essa possibilidade é a grande esperança do polo componentista de duas rodas que desenha um segundo semestre muito favorável para o crédito voltado para o consumidor. O executivo calculou que, se o volume de empréstimos destinado a pessoas físicas fechar 2009 com alta de 15% ante 2008, como o previsto pelos bancos, a resposta da indústria é uma produção entre 5% a 7% maior. “O pior momento para o crédito já passou e é nesse fato que as indústrias se baseiam para planejar novos investimentos”, acrescentou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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