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Queda de 14,98% nos investimentos fabris puxa involução na mão-de-obra

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A evolução do emprego na indústria amazonense durante os primeiros cinco meses se ressentiu da queda acumulada de 14,98% nos investimentos fabris durante o período e despencou dos 106,77 mil observados, em 2008, para atuais 89,65 mil trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados.
Os números divulgados nos indicadores industriais da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), entretanto, não contabilizam a defasagem de 45 dias em relação ao mês de junho, o que pode elevar, segundo defendem alguns especialistas, em pelo menos 10% o déficit acumulado no número de contratações em relação ao ano passado, que já alcança 17,11 mil postos de trabalho.
O presidente da Aficam (Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Amazonas), Cristóvão Marques Pinto, afirmou que o desaquecimento do polo componentista, principalmente no setor de papel/papelão, que acumulou perdas de 1.350 postos de trabalho nos cinco primeiros meses, ampliando a redução de 22,03% para 26,41% no quadro funcional em maio, foi motivado principalmente pelo cancelamento de pedidos principalmente do setor de duas rodas.

Déficit em junho

Com base nesse fato, Mar­ques Pinto diz acreditar que o polo industrial fechará junho com déficit de até 15% no volume de empregos em relação a igual período do ano passado. “As incertezas quanto aos desdobramentos do cenário externo devido à crise financeira levaram a essa redução da confiança do empresariado durante o semestre e o setor de componentes se tornou o mais vulnerável na economia industrial”, explicou.
Marques Pinto disse ainda que o PIM (Polo Industrial de Manaus), apesar de não estar imune, é uma das poucas regiões que ainda apresentam quadro favorável para enfrentar a crise sem maiores danos. O empresário fez questão de frisar que, no Amazonas, existe certa passividade diante dos efeitos da crise na indústria, o que torna a região momentaneamente instável para receber novos investimentos. “O caso da indústria de papel/papelão mostra bem isso. Certamente, ela produziu cinco milhões a menos de caixas no primeiro semestre. As empresas não podem produzir sem ter para quem vender e reduzem a capacidade produtiva de acordo com a demanda do mercado”, explicou.
Para o presidente do Sinmem (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus), Athaydes Félix Mariano, a involução da mão-de-obra no polo industrial foi resultado da baixa confiança do investidor em relação a possível aumento na demanda por produtos finais no primeiro semestre.
O empresário avaliou que essa involução atingirá 10% a mais dos atuais números divulgados pela Suframa, podendo recuar entre três a cinco pontos percentuais partir ao longo do segundo semestre. “Mais de 90% das nossas vendas, por exemplo, depende de financiamento bancário. Os bancos mantiveram o crédito em baixa, resultando em queda nas vendas e redução na compra de insumos e na produção, o que fez o desemprego disparar nas linhas de montagem”, concluiu.

Festas de fim de ano devem impulsionar melhora tímida a partir de setembro

De janeiro a maio, a produção metal-mecânica em Manaus fechou 1.773 postos de trabalho entre efetivos, temporários e terceirizados em relação ao ano passado.
O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Mau­rício Loureiro, disse não acreditar que a indústria local possa gerar os mesmos números de empregos temporários ou mesmo efetivos neste início de segundo semestre. Em nota dirigida ao Jornal do Commercio, o dirigente afirmou que o setor industrial espera uma melhora tímida na evolução da mão-de-obra a partir de setembro, quando a indústria fecha movimento de consumo mais forte em todo o Brasil em razão das festas de fim de ano.

Retração na indústria

A opinião do executivo tem fundamento, já que de janeiro a maio deste ano, segundo dados da Suframa, a evolução da empregabilidade no PIM despencou 9,18% em relação a 2007 e 16,03% no comparado com 2008. Pior: a retração na indústria atingiu 12 dos 20 setores produtivos instalados no Estado. “Estamos abaixo dos níveis de 2007, o que demonstra claramente pelo menos duas coisas: uma é que a economia não deu sinal de melhora que pudesse alavancar maiores contratações. A outra, é que a redução da taxa de juros ainda não fez o efeito desejado na economia como um todo, sendo que alguns segmentos tem crescido ou sendo mantidos pelos incentivos dos governos estaduais e federal”, finalizou Loureiro.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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