Pesquisar
Close this search box.

Queda da pandemia esfria vendas por itens de prevenção

A demanda por produtos voltados à proteção contra a Covid-19 como álcool em gel, máscaras, produtos de limpeza e antissépticos teve queda. As farmácias que comercializam os produtos registraram retração de até 50% na procura por consumidores. O comportamento é reforçado num estudo da Radar Scanntech Brasil, apontando que ao longo dos últimos meses, com a queda das medidas restritivas da pandemia, os itens já não atraem a população. 

Em números, o álcool antisséptico teve uma queda (-54%) em vendas de unidades em comparação ao ano de 2021, com variação negativa (-50%) também em valor. Mas, não foi apenas o famoso álcool em gel que teve menor saída. Produtos de limpeza em geral, assim como o próprio álcool comum, tiveram uma variação negativa (-33%) em unidades e em valor (-20%).

Fontes ouvidas pelo Jornal do Commercio, asseguram que o mesmo comportamento é observado em Manaus. “É uma tendência que segue uma crescente desde que a vacinação acelerou. Muita gente deixou de lado a higiene e os cuidados contra a Covid. A busca pelos itens despencaram ainda mais após o anúncio da liberação de máscaras”, informou a gerente de uma farmácia Cristina Costa. 

O cenário é bem diferente do mesmo período do ano passado onde a correria por máscaras de proteção respiratória e álcool em gel nas redes de farmácias da capital, tiveram explosão na demanda. Os itens considerados cruciais para prevenção do surto de Coronavírus, chegaram a sofrer escassez em algumas prateleiras. 

“Os medicamentos que serviam como prevenção ou até para  tratar o quadro gripal sentiram essa redução. Os nossos estoques de máscaras e álcool estão parados porque as vendas diminuíram pela metade nos últimos meses”, informou a farmacêutica, Andressa Mota. 

Segundo a coordenadora farmacêutica do Grupo Tapajós, Sabrine Cordeiro, nos últimos meses, houve queda na venda desses itens em comparação ao período mais crítico da pandemia. Cerca de 40% a menos. Segundo ela, a queda vem sendo percebida desde dezembro do ano passado.

Em 2020 em uma das unidades da drogaria Santo Remédio, o estoque de máscaras já estava zerado. A rede registrava uma demanda crescente ao longo da época. Para se ter um ideia, o processo de compra de máscaras para repor o estoque inclusive naquele período era mais difícil porque a fornecedora aqui no Brasil fechou a venda somente para exportações para os  locais onde a pandemia estava mais acentuada.

Outro fato relevante é que no mesmo período do ano passado, a rede registrava compras bem atípicas, diferente da compra tradicional, já que o cliente comprava em quantidade para guardar em estoque. “É uma compra bem bruta. Temos clientes que procuram os ítens e levam quase tudo. Eles alegam que a compra é para garantir a prevenção da família toda”, disse na época a supervisora farmacêutica da unidade, Sabrine Cordeiro.

De acordo com dados do estudo Radar Scanntech Brasil, vem sendo registrada também uma menor preocupação com os produtos de limpeza e antissépticos por parte da população.

Queda era  previsível

O diretor da distribuidora Ultrafar,  Diego Willians de Andrade, diz que a queda nas vendas dos produtos relacionados a Covid era algo previsível porque não é um mercado que existia antes da pandemia. O mercado regular era o antes da pandemia. “Os itens logicamente tendem a cair porque existe a Lei de oferta e demanda. Durante um tempo a procura foi muito alta. Até pessoas comuns estavam usando produtos voltados para profissionais de saúde. O mercado já esperava que esse comportamento ia acontecer”, avaliou ele.

A empresa atua na área hospitalar e clínicas, com todos os produtos de proteção Individual: máscara, luvas, toucas, aventais, sapatilha propé, protetor facial, oxímetro, termômetro, álcool em gel e em líquido, além de medicamentos. 

Conforme ele, existe uma oferta muito grande, por exemplo o álcool em gel não está sendo utilizado em larga escala. Na pandemia ele foi um dos protagonistas contra a prevenção do vírus ocasionando uma explosão no volume de vendas. “Todo mundo achou que tinha um álcool em gel dentro do carro, em casa, nos escritórios. Com o mercado voltando ao normal em virtude da baixa demanda é um produto que entra no custo de uma família apesar de ser um item com o preço no momento mas acessível ele vai permanecer no mercado porque algumas pessoas continuam usando mas não é um produto utilizado em larga escala”. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar