Pesquisar
Close this search box.

Quatro conceitos para uma inovação

Todo empreendedor iniciante que se preze passa pela fase de pesquisa sobre o mercado em que pretende investir. Em uma rápida busca pelo google você pode encontrar diversas dicas que vão desde o processo de amadurecimento da ideia antes da abertura a preparação do plano de negócios, as pesquisas de mercado e de concorrência, até que todo esse feedback colecionado faça sua cabeça vislumbrar o real potencial do que você quer trazer ao mundo.  

A coluna de hoje vai ser um pouco diferente. Primeiro porque existem ideias que parecem promissoras e rentáveis na nossa cabeça, porém quando colocada em prática descobrimos que para que aquele produto chegue ao consumidor a gente precisa criar primeiro diversos outros produtos. É aquele tipo de empresa que precisa criar sua tecnologia, seu próprio insumo, o modelo de negócio e o produto final. Segundo, porque não é todo dia que temos a oportunidade de entrevistar alguém que precisou alimentar sua própria cadeia de suprimentos para explorar sua ideia original. Hoje, eu quero apresentar para vocês a Konioca, uma startup de foodtech que trouxe uma nova forma de consumir tapioquinhas.

Para ser mais específica a konioca, para mim, é a junção de dois produtos deliciosos. O primeiro você certamente já ouviu falar, que é a goma de tapioca, um dos itens favoritos para o café da manhã ou da tarde, um prato típico do Norte e Nordeste, fruto de herança indígena, que se popularizou no país. Não é preciso muito para explicar o sucesso que uma tapioquinha com tucumã e queijo coalho faz, o manauara raiz dificilmente abre mão.

Foto: Divulgação

O segundo é a pizza cone, uma febre que chegou em 2010 e até hoje possui admiradores, principalmente pela concentração de recheios no meio do cone. É claro que não só por isso, né? mas diferentemente da pizza convencional, com o cone, você pode sair pela rua comendo e se deliciando. É prático e delicioso.  

Bom, agora que temos o encontro perfeito entre os dois alimentos. Vamos entrar na parte do “Hardwork”. Quão complexo seria juntar os dois em um formato simples de desenvolvimento para vender em alta escala? A minha convidada de hoje, simplesmente idealizou esse produto e sem se importar com as dificuldades, iniciou uma busca incansável que transformou o seu produto em 4 modelos de negócios: A tecnologia que envolve o equipamento, a goma de fabricação própria, a franquia e a loja. 

Hoje, eu converso com a Marcela Martins, advogada de formação e empreendedora de coração e vocação, a empresária por trás da Konioca. 

Marcela sempre se mostrou muito ativa e independente. Começou a empreender aos 18 anos e com apoio de seus pais saiu em busca do próprio protagonismo. E foi explorando a veia empreendedora que já pulsava forte que a advogada trilhou o seu caminho, não apenas como empresária, mas como idealizadora da tecnologia utilizada no seu negócio.  

Breve história por trás da criação da Konioca. 

A empreendedora Marcela Martins idealizou o produto em 2016, quando estava fazendo intercâmbio no Canadá. O desenvolvimento do modelo de negócio começou pela criação da máquina que produzia os cones, um protótipo estudado em São Paulo, em 2017. Na época, Marcela percebeu que era realmente necessário criar uma máquina própria, pois por mais que houvesse máquinas similares, como a da pizza cone por exemplo, a goma da tapioca é um produto diferente da massa da pizza, o que altera o seu processo de cocção. Sem sucesso nesta primeira etapa, a empreendedora continuou sua busca pelo profissional ideal, até que encontrou um torneiro mecânico que trabalhou diretamente na parte estrutural e chegou muito próximo do que esperavam da tecnologia. Porém, a máquina ainda não tinha os cones e sua fabricação era manual. 

Após identificar que esta tecnologia teria mais chance de desenvolvimento em outra cidade, Marcela se mudou para Belo Horizonte, onde depois de alguns meses, os cones ficaram prontos. A partir daí o desafio se tornou “como aquecer da forma correta o produto” 

Só em 2018, com o apoio da INOVA, uma empresa júnior da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que a Konioca chegou ao que foi idealizado em 2016. A partir desse modelo piloto, Marcela começou a procurar empresas que pudessem replicar e aprimorar essa tecnologia. E assim, em Manaus encontrou Alexandre Damasceno, seu atual sócio e dono da empresa de automação responsável por trazer escalabilidade ao equipamento disruptivo e inovador criado por Marcela. 

Com a fase ‘equipamento’ superada com sucesso, todas as atenções se voltaram para a matéria-prima. Foram oito meses de estudos de gomas para chegar à fórmula que hoje é utilizada na fabricação da Konioca. Após todos os testes feitos e produto validado, a Konioca começou a ser comercializada no Ifood em 2020. 

Qual sua formação? Você já teve alguma experiência com o Empreendedorismo?  

Sou advogada de formação e empreendedora de coração e vocação. Sim, tive uma lan house quando tinha 18 anos, depois fui sócia da clínica de medicina do trabalho da minha mãe e irmã até 2019, quando a Konioca necessitou de atenção exclusiva.  

Como surgiu a ideia de criar a Konioca?  

Em 2016 estava em Vancouver no Canadá fazendo intercâmbio e ao pedir uma pizza num frio de -12 graus, enrolei-a em formato de cone, daí lá pelo 3 pedaço pensei: por que não tapioca? Daí gravei um vídeo com a ideia, criei o nome Konioca e comecei a pensar em como queria que a máquina fosse.  

Quanto tempo levou do momento que você teve a ideia até vender a primeira konioca? Conte como foi  

A ideia foi em janeiro de 2016 e o primeiro protótipo só foi ficar pronto em 2019, sendo somente validada e colocada para a venda no ifood em outubro de 2020.  

Quais foram as suas maiores dificuldades para colocar o produto no mercado?  

A maior dificuldade foi achar a goma que replicasse na máquina de forma escalável. Foram oito meses de estudos de gomas para chegar a nossa fórmula especial.

O que você considera a maior força da konioca?  

Para mim a maior força da Konioca é que tudo dela é exclusivo, a máquina me forçou a verticalizar nossa cadeia e criar a nossa própria receita de goma. Além é claro, a experiência de comer a Konioca é algo incrível porque eu trouxe a inovação para a tapioca que era até então tão arcaica.  

Marcela, você pegou um costume nosso, regional, que nunca “participou” de nada tecnológico no seu processo, mudou a forma de consumi-lo, criou uma máquina para escalar essa produção e transformou em franquia. Isso tudo foi pensado no momento que você teve a ideia ou uma coisa foi levando a outra?  

A ideia inicial era fazer o protótipo e vender para uma fabricante de eletrodomésticos, daí conforme foi ficando pronta, que fui fazendo os testes de recheios, fui tomando noção do tamanho do empreendimento. Quando tivemos problemas em fazer a goma, fomos em busca da que atenderia nosso gosto e quando a encontramos vimos que enfim tínhamos a fórmula exclusiva. Ali tive certeza que acháramos nossa própria matéria prima, o diferencial para nossa franquia. E que, na verdade, se tornaram 4 produtos: a franquia, a Konioca caseira, a goma própria para nossa produção e a direcionada para o varejo, bem como o layout da embalagem. 

Qual área da empresa mais te encanta?  

A criação, a inovação, a perspectiva de novos negócios, que fazem parte do marketing são a minha paixão. Me encanta demais criar e acompanhar cada pedacinho dos processos.  

Para você, o que é uma empresa de sucesso?  

Uma empresa de sucesso é aquela que atinge seu objetivo financeiro mantendo sua equipe trabalhando em um ambiente motivador e em constante evolução. Quando vendermos a franquia de número 100 vou ter essa conclusão! 

Se você tivesse um recado para o seu eu do passado o que você diria?  

Fica calma, se importe menos com a opinião e julgamento dos outros, siga sua intuição que vai dar tuuuudo certo!!!  

Que recado você daria para aqueles que querem empreender, mas ainda hesitam em começar? 

O tempo vai passar de qualquer forma, então é melhor passar fazendo o que você ama, realizando seu sonho, não é mesmo? Vá em frente, faça uma programação financeira, planeje, execute, corrija, refaça o trajeto e não desista!! 

A Konioca é uma startup de foodtech que veio inovar a forma de produzir e comer a nossa iguaria amazônica. Mais do que uma tapioca em forma de cone, é a Inovação da tapioca. Um negócio disruptivo, que se encontra em processo de modelagem para franquias e dentro de alguns meses inaugurará sua primeira loja no shopping mais próximo de você. Acompanhe as atualizações e informações, seguindo @koniocamanaus no Instagram. 

Foto/Destaque: Divulgação

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar