Quatro olhares e um único objetivo: divulgar o Amazonas para o mundo. É com essa proposta que os fotógrafos Julián Aude, Carlos Navarro, Michell Mello e Selma Maia resolveram se juntar e formar o grupo Amazônia Photos. A intenção do quarteto é globalizar parte do patrimônio natural e histórico presente aqui e despertar, por meio da fotografia, a atenção e a curiosidade de pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer de perto tudo aquilo que o Estado pode oferecer.
Um dos idealizadores do projeto, Julián Aude Santacruz nasceu na cidade de Valencia, na Venezuela e mora em Manaus – terra pela qual se apaixonou – desde 2009. Com apenas quatro anos de carreira, já recebeu convites para expor suas obras em diversos lugares do mundo, como Milão, Frankfurt, Londres e Las Vegas. Segundo ele, um dos objetivos é reunir um grande acervo de imagens com diversas finalidades.
“Amazônia Photos é um lugar onde se reúnem talentos, inspirações, motivações e interpretações sobre tudo o que é Amazônia, a natureza, as pessoas, a cultura, as tradições, nossos ancestrais, essa mistura de coisas ficam registradas, e é na Amazônia Photos onde convergem esses registros. Queremos projetar, queremos colocar na mente das pessoas, criar mais patrimônio cultural com esses registros”, resumiu Julián.
Selma Maia destaca o espírito coletivo do quarteto, que pretende inserir e envolver o maior número possível de fotógrafos nas atividades que serão realizadas e promovidas pela Amazônia Photos, a começar pelo livro com fotografias em homenagem a Manaus, que será lançado perto do aniversário de 350 anos da cidade.
“A ideia é realmente firmar a fotografia no Amazonas, o crescimento por meio de saídas fotográficas, por meio de cursos e talvez até recursos que poderão vir por aí. O objetivo maior é o fortalecimento e a fixação da fotografia por meio dessa interação, fazendo com que essa atividade cresça e, quem sabe, possamos concorrer lá fora em concursos, em exposições”, disse a paulista.
Com mais de cinco décadas dedicadas à fotografia, Carlos Navarro Infante “comeu jaraqui e não saiu mais daqui”. Nascido em Caracas, na Venezuela, ele trocou a charmosa Barcelona, na Espanha, por Manaus, em 1973. Com o grupo, ele espera registrar a transformação pela qual passa a Amazônia.
“A fotografia em si tem uma coisa que faço com muito prazer, que é o documentar. O documentar significa você fazer um acompanhamento passo a passo, ano a ano, e você vai fazendo isso de uma forma tranquila. Ao fim de uma década, duas décadas, três décadas, você começa a ver que tem um material retroativo. É isso que faz a fotografia: nós somos documentaristas”, afirmou Navarro.
Único amazonense do quarteto, e o caçula – mas não menos experiente –, Michell Mello se diz honrado por ter sido convidado para fazer parte do grupo, que, segundo ele, visa mostrar a Amazônia de maneira elegante e contextualizada. E os trabalhos a serem desenvolvidos vão além da produção do livro em homenagem a Manaus.
“Ser o único amazonense e o mais novo do grupo é algo maravilhoso, tem sido uma boa experiência, estar compartilhando ideias, cada um num seguimento diferente. Tem muita coisa para acontecer, tem muitos produtos para serem criados, boas ideias sendo compartilhadas, e tenho certeza de que vamos fazer uma boa escolha num grande portfólio, com vários artistas locais”, finalizou Michell.