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Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?

Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?

Já dizia Albert Einsten, “Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual”. Na era da lacração fica até difícil escolher o que dizer, a quem ouvir ou acreditar e se quem disse o que disse, disse mesmo alguma coisa ou só lacrou. Para quem gosta de citações, já tem familiaridade com várias, inclusive quando lê uma, já pensa em outra similar. Sabe aquela conhecida também? Não é de Einsten, mas é de alguém que queria dizer a mesma coisa com outras palavras: “Velhos caminhos não abrem novas portas”. Bom, o importante é que nesse mundo das frases de efeitos, existem muitas lições escondidas e como criadora de conteúdo de um blog que começou seu caminho no mercado utilizando as famosas “quotes”, posso dizer que citar frases em posts, em títulos, imagens, vídeos no Youtube ou Podcast no Spotify gera muitos likes! Todo mundo gosta de frases de efeito, independente de quem as diz.  

Se você quiser ir mais a fundo no poder de alcance dessas frases, vai descobrir que os 5 principais sites dedicados a esse tipo de conteúdo têm número de visitantes mensais entre 900 mil a 3 milhões por mês, cada um. Somando os 5 sites, eles têm em média 5 milhões de views, Você já parou pra pensar que se essas milhares de pessoas fizessem algo de fato com a mensagem lida, uma hora dessas já estaríamos vivendo num mundo incrível, lindo, proativo, maravilhoso?  

Então vamos lá. Sabemos que falar será sempre mais fácil do que fazer e como somos bombardeados 24h por informações compartilhadas nas redes sociais, por perfis de amigos ou até de “ídolos”, acabamos por osmose, incutindo esses pensamentos na nossa cabeça e acreditando, que por pensarmos assim, somos assim. E a partir disso, cultivamos o politicamente correto, pensamos bem antes de falar, sobre o que falar e a coerência dessa fala, nos atentamos para que nosso discurso esteja alinhado com nossas ações, fazemos exatamente o que todo mundo faz e no final, esperamos ser reconhecidos como indivíduo único, inovador e como dizem por aí: “o diferentão do rolê”.E sabe o que eu acho mais louco em tudo isso? É que somos realmente seres únicos. Temos a nossa individualidade, o nosso pensamento, comportamentos, somos realmente seres ímpares, mas é tão assustador mostrar essa individualidade que acabamos nos camuflando, usando aquele uniforme básico de “somos todos iguais”. Com base nisso, convido a uma breve reflexão: Quando foi a última vez que você realmente FEZ algo pela primeira vez, sem o blábláblá das frases de efeito? 

Quando foi a última vez que você teve vontade de experimentar algo por conta própria? Eu lembro que quando eu era mais nova tinha muita vontade de tocar saxofone. Eu tinha uns 14 anos na época e achava que se fosse para me tornar saxofonista eu deveria ter aprendido desde criancinha e por isso nunca procurei uma aula. A mesma coisa aconteceu com o teatro, que eu sempre tive vontade de fazer e nunca procurei uma aula, bem como aula de canto. Quem sabe eu não teria sido uma ótima atriz ou faria parte de uma grande orquestra como saxofonista, ou melhor ainda, seria uma “superstar”, o sonho de qualquer adolescente.  

Vergonha, Medo, Imaturidade 

Se você parar para pensar nós temos tanto medo de virar chacota, que é melhor não fazer nada, não tentar nada, do que fazer algo, dar errado e no final rirem da gente. A gente cresce sendo “intimidado” inconscientemente pelo que achamos que vão pensar da gente, e mesmo nos sentindo inseguro, com medo, com vergonha de errar, somos capazes de apontar o dedo, rir e julgar o erro do coleguinha. E sabe por que eu estou falando sobre isso? Porque a nossa motivação para fazer o que queremos, o que dá vontade, o que “dá na telha” vem justamente da audácia em superar os nossos medos e nos jogarmos na vida.  

Quantas pessoas você conhece que têm milhares de sonhos e desejos, mas acha que nada disso é possível por infinitas razões? 

Quantas desculpas você já se deu para não se permitir mais? 

Viajar, fazer aquele curso de culinária que você estava pensando, ir naquele restaurante que abriu, mesmo sem nenhuma companhia. Fazer aquela tatuagem que você tem pensado há tanto tempo e nunca nem sequer parou em uma loja para perguntar o valor. Ir ao cinema sozinho. Assistir ao show daquela banda que você é fã, pular de paraquedas, se declarar para a pessoa que você gosta, meter a cara e realizar uma ideia antiga, mesmo que sozinho. VIVER  

Como diz Augusto Cury, “Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos!”. É ilusão fazer igual a todo mundo e esperar que no final você não seja igual a ninguém. É ilusório postar frases, dar conselhos, ser o “cabeça” da turma, mas não fazer nada do que diz. 

Só você é você! E tudo isso faz parte do conjunto de coisas que o torna único. Os sonhos darão segurança, bagagem, repertório para confiar mais em você e nas decisões que precisar tomar em qualquer campo da sua vida. E como tudo que escrevo nessa coluna eu acabo direcionando para os negócios, eu preciso te dizer que eu conheço várias pessoas que abriram negócios com a ideia de que “todo mundo está ganhando dinheiro com isso” e fecharam justamente porque fizeram igual a todo mundo. A nossa necessidade de aceitação faz com que a gente tenha medo de fazer diferente, de tentar o que ninguém está tentando, de pensar fora da caixa e assim, acabamos engolidos por sermos igual a todo mundo.  

Não adianta ficar copiando a estratégia do coleguinha, tirando a foto do cardápio do restaurante concorrente para equiparar preços ou até fazer promoções similares ao de estabelecimentos comerciais parecidos com o seu. Se você não olhar para dentro da sua empresa e focar no que você tem de valor, você vai perder dinheiro. É você e o seu repertório que vai fazer a diferença. 

Qual é o seu ponto forte? É vendas? Então ensine sua equipe a vender! Você é extrovertida, tem sacadas super inteligentes e todo mundo já te disse para gravar vídeos? Então comece a gravar vídeos e use essa habilidade para atrair mais clientes. Seu ponto forte é conseguir os melhores fornecedores com os melhores preços? Então vai pra cima da concorrência com preços menores e qualidade no atendimento. Se você é pontual, exigente, procure profissionais pontuais e exigentes para trabalhar com você. Se você é simpática e extrovertida, procure profissionais simpáticos e extrovertidos para serem seus colaboradores. Mantenha-se estudando, se informando, se atualizando para que você esteja sempre preparada para decidir o melhor caminho para sua empresa. 

Pro coleguinha a gente tem que olhar sim, mas só para não perdê-lo de vista. E se por um acaso você estiver cheia de esperança na sua cabeça, imaginando o sucesso do seu negócio, pensando: “Ah! Mas na minha área todo mundo faz assim, então é melhor fazer assim também”. Lembre-se: Todo mundo faz sanduíche, mas nem todo mundo é um Burguer King ou um McDonalds. Não importa o quanto você pense que está bem, você sempre pode ser melhor se souber utilizar as suas habilidades a seu favor. 

Novas experiências trazem novos insights. Pense fora da caixa, porém, fale menos e faça mais. 

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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